“Abominação da desolação no lugar santo”

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 16 e 17 de abril de 2011, sábado e domingo.

Esta citação de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, em Seu Evangelho, segundo Mateus, 24:15, constante do Sermão do Fim dos Tempos — referência à palavra do profeta Daniel, Antigo Testamento da Bíblia Sagrada —, deveria ser tema de profunda reflexão em nossa sociedade.

A morte de 12 jovenzinhos na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, na quinta-feira, 7/4, triste episódio da insensatez humana, atingiu a todos, indistintamente. Jamais será apagado de nossas lembranças. Primeiro, por respeito à memória dos que se foram; segundo, porque a recordação da fatalidade vai convidar-nos, sempre, a uma significativa viagem a certa região sagrada, inóspita para alguns de nós: o íntimo do ser. Que lugar é mais santo do que o coração humano? O órgão que simboliza o que de mais admirável podemos expressar como seres criados à imagem e semelhança de Deus, em Espírito, nunca esteve tão maltratado.

Há quem pense que o coração humano é lixeira. Só que tanto tem sido despejado sobre as populações, que acho curioso quando alguém fica surpreendido se elas devolvem essa imundície em forma de brutalidade e atos insanos.

É Urgente Reeducar!

Na LBV, cultivamos a Parte Divina, isto é, sublime, que existe em todos os indivíduos, esperando ser despertada para demonstrar sua eficácia no Bem, fração luminosa que cada um traz dentro de si, ao largo de crenças ou descrenças. A Misericórdia, a Compaixão, a Justiça, a Generosidade — aliadas à Fraternidade Ecumênica — e outros nobres sentimentos são manifestações desse componente superior do nosso caráter. E essa valorização deve ser desenvolvida desde a tenra idade, a partir do seio familiar.

Bem a propósito, num documento que enviei à ONU, por ocasião da Conferência do Status da Mulher, em março de 2009, assunto já bastante comentado nesta coluna, reafirmo que a estabilidade do mundo começa no coração da criança. (...) O afeto que inspira a nossa linha pedagógica (Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico), tomado em seu sentido supino, é, além de um sentimento de Alma elevado, uma estratégia política, igualmente compreendida na sua índole mais exalçada, em consonância com a Justiça Social, como uma estratégia de sobrevivência para o indivíduo, povos e nações. Os seres humanos — portanto, os cidadãos, entre eles os esperançosos jovens — são muito mais do que um saco de carne, ossos, músculos, nervos, sangue. Amam e sofrem. Sonham, desejam, constroem, frustram-se e, apesar de tudo, prosseguem, vão em frente... Merecem, além de leis, respeito para que elas jamais constituam obscuros privilégios e possam ser cumpridas em benefício de todos (...).

Vânia Besse

   

Cultura de Paz

Agora, mais do que nunca, torna-se imprescindível a vivência do Amor Solidário Divino, porque ele é o único capaz de afastar da Terra as trevas do crime, da miséria e da dor quando compreendido e desempenhado — em todo o seu poder compassivo, justo e, portanto, eficaz —, não somente pela Religião, mas também pela Educação, pela Política, pela Ciência, pela Economia, pela Arte, pelo Esporte, pelos relacionamentos internacionais, pelo trabalhador mais simples e pelo mais projetado homem público.

Por isso, o Evangelho de Jesus — quando lido e vivenciado em Espírito e Verdade (não ao pé da letra que mata, como dizia o Apóstolo Paulo), à luz do Novo Mandamento do Provedor Celeste — apresenta solução para os problemas que nos atormentam. E daí o alerta: um livro inspirado por Deus, que é Amor, se entendido pelo prisma do ódio, acaba se transformando (e a História aí está para não me desmentir) em estímulo para desgraças.

Tela: Mathieu Ignace Van Brée (1773-1839)

Detalhe da obra: Cristo cura um doente.

Sem a proverbial inspiração da Solidariedade ensinada pelo Cristo e pelos luminares das crenças e pensadores de escol, o progresso humano sempre ficará aquém das expectativas do coletivo.

Agradecimento

Por intermédio do advogado e jornalista Leo Meira, padrinho da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! no Rio Grande do Sul, recebi o Dicionário William Shakespeare, obra patrocinada pela Cia. Zaffari. A gentileza partiu do dr. Airton Zaffari. Outro exemplar desse belo trabalho foi dirigido à biblioteca do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Porto Alegre.

Meu agradecimento ao dr. Airton e ao colega Leo Meira. A parceria da LBV com a Cia. Zaffari vem contribuindo, ao longo dos anos, para um Natal sem fome de milhares de famílias gaúchas.

Massacre no Rio

O dr. Cícero Araújo, advogado e ex-delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, teceu comentários sobre o que escrevi a respeito da recente tragédia no Rio: “O artigo de Paiva Netto é primoroso, e o texto só podia proceder de pessoas como ele. Considero forçoso reconhecer a falta de Deus na vida de alguns de nossos semelhantes. Nosso planeta está carente de Deus! Sua misericórdia, no entanto, é o que nos salvará a todos, creio. Abraço fraternal”.

Grato, dr. Cícero.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.