Daniel, a Fé e o poder da Prece
Costumo enfocar em meus artigos na imprensa e em palestras no rádio, na televisão e na internet: O milagre que Deus espera dos seres espirituais e humanos é que aprendam a amar-se. E a prece é ferramenta poderosa para essa metamorfose urgente, porquanto a oração é o alimento da Alma, e o Amor, a substância da Justiça e da Paz. Tanto é verdade que inspirou a Melanchthon (1497-1560), educador e teólogo luterano, esta preciosa manifestação: “As tribulações e as perplexidades levam-me à prece; em compensação, a prece aparta-me dessas aflições".
O Profeta Daniel, conhecido pela acertada interpretação que fez do sonho de Nabucodonosor (aprox.. 634-562 a.C.), rei da Babilônia (Livro de Daniel, capítulo 2), por jamais duvidar do Senhor dos Universos, comprovou a força da oração oriunda da convicção suprema no Pai Celeste. Não titubeou nem mesmo quando Dario assinou edito que condenava à cova de leões os que adorassem, durante o período de um mês, qualquer deus ou homem que não fosse o próprio rei. Nesse episódio, vemos o soberano persa ser induzido maliciosamente por seus príncipes ardilosos, os quais desejavam encontrar alguma infração na conduta impecável daquele que seria promovido a administrador de todo o reino. Isso não impediu Daniel de reverenciar o Criador, orando de joelhos, como de hábito, três vezes ao dia. Denunciado o Profeta pelos que cavavam sua ruína, Dario, com lamento e pesar, sentenciou-o à pena de morte, ainda que tentando, sem sucesso, evitar tamanha injustiça. Agoniza, então, em seu palácio, passando a noite em jejum. Pela manhã, dirige-se às pressas ao local do martírio, testemunhando um fato milagroso.
Daniel na cova dos leões
(Livro de Daniel, 6:20 a 28)
“20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Porventura, se daria o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
“21 Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre!
“22 O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante Dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
“23 Então, o rei muito se alegrou em si mesmo e mandou tirar a Daniel da cova. Assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.”
Nem é preciso descrever quão feliz ficou Dario. E à forma dura e crua daquele tempo, parecido algumas vezes com este, fez com que os acusadores do Profeta, com suas famílias, fossem lançados às garras dos leões:
“24 Ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos”.
Depois disso, o rei conclamou o povo a adorar o Deus único professado por Daniel, pois seria Aquele o Deus vivo que permanece eternamente, cujo reino “não se pode destruir”:
“25 Então, o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e gente de diferentes línguas que habitam em toda a Terra: A paz vos seja multiplicada!
“26 Da minha parte é feito um decreto, pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque Ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; e o Seu reino não se pode destruir, e o Seu domínio não terá fim.
“27 Ele livra, e salva, e opera sinais e maravilhas no Céu e na Terra; Ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões.
“28 Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa”.
A propósito, acerca do poder extraordinário da Fé Realizante, que todos os seres espirituais e humanos possuem, Paulo Apóstolo considerou: “a Fé é a substância das coisas desejadas, a convicção de fatos que não se veem” (Epístola aos Hebreus, 11:1).
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