Segurança infantojuvenil
O abuso e a exploração sexual infanto-juvenil são assuntos que não podem ser ignorados. Problemas de magnitude global exigem alerta constante de todos nós, principalmente dos pais e dos governos. Nada melhor que buscarmos caminhos eficientes em prol da assistência aos pequeninos.
Juntamos nossos esforços aos de numerosas organizações do Terceiro Setor e aos de órgãos oficiais no combate a essa terrível violência.
A Boa Vontade TV (www.boavontade.com/tv), no programa Sociedade Solidária, trouxe elucidativa entrevista com a professora Dalka Chaves de Almeida Ferrari, coordenadora-geral do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV), do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo/SP.
A segurança das crianças e dos jovens, segundo a professora Dalka, carece de uma mobilização geral: “Trata-se de trabalho contínuo que merece uma atenção constante da política pública para fazer esse enfrentamento. E hoje são necessárias a capacitação e a sensibilização dos hotéis, com seus gerentes e todo o corpo de trabalho, dos taxistas, do pessoal da rodoviária, dos ônibus, dos aeroportos. Se for pensar em política, todos os ministérios teriam que ser capacitados para fazer esse enfrentamento”.
Quebrar o pacto do silêncio
Durante sua conversa com o sociólogo Daniel Guimarães, apresentador do referido programa, ela igualmente destacou a imprescindível providência de proteção da criança dos abusos sexuais nos ambientes doméstico e social: “Quebrar o pacto do silêncio, conseguir falar desse assunto, porque ainda é muito velado, é meio tabu dentro da sociedade. Se a gente tiver jovens esclarecidos, conscientizados, sensibilizados sobre os cuidados que têm que ter com o próprio corpo, os limites que são dados, eles se sentirão bem e não deixarão que esse corpo seja invadido. Então, é quase que uma reeducação do autoconhecimento. A pessoa tem que se conhecer, saber exatamente o que ela quer para sua vida, os riscos que pode correr com os envolvimentos. (...)”.
E prossegue, enfática: “Isso tudo é algo que precisa ser discutido, porque, se a gente não conscientizar, desde a criança, o adolescente, o jovem até os pais, os educadores, que cuidam dessa criança e desse adolescente todo dia, a gente não vai fazer esse problema vir à tona. As pessoas têm vergonha de falar, não querem enfrentá-lo. E, à medida que o jovem ficar autônomo, sabendo como se defender, ele poderá ajudar outro jovem, poderá ser um multiplicador desses conhecimentos”.
Psicóloga, especialista em violência doméstica, ela reforça: “Então, o objetivo maior de tudo isso é fazer com que eles saibam (...) quais são as situações perigosas em que podem se ver envolvidos, ou em que precisam se defender dentro e fora da família. Porque é assim: a proteção dos pais existe por um tempo, mas há uma hora que vai depender da criança e do jovem fugirem, saírem ou pedirem ajuda por causa do risco que estão enfrentando”.
Guardiães da infância e dos jovens
Mônica Souza, ex-gerente de comunicação e marketing da Plan International Brasil — hoje, diretora-executiva da Change.org Brasil — falando também sobre esse grave assunto ao programa Sociedade Solidária, afirmou: “A exploração sexual infantil não vem de hoje. As campanhas de combate já existem há bastante tempo”.
É essencial capacitar crianças e jovens para serem protagonistas de sua própria história. No contexto em pauta, o ensino e o conhecimento são providências de real prevenção. É o que Mônica ressalta: “Lugar de criança é na escola. Ela não tem que estar na rua ou nas praias trabalhando. Conscientizar a comunidade, trabalhar com ela, proporcionar seminários, mostrar o que acarreta o problema e trazer soluções são oportunidades educativas”.
Como ser humano, considero prioritária a lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de crianças, adolescentes ou pessoas vulneráveis, sancionada pelo governo brasileiro, em 21 de maio de 2014.
Trata-se de grande conquista em prol da integridade da criatura humana desde a infância. Aí está a lei e compete a nós, como sociedade, que ela seja respeitada sempre.
Pais, avós, parentes, professores, autoridades, enfim, todos os cidadãos contam com uma forte ferramenta para proteger as crianças, os jovens ou qualquer um que esteja em situação de risco. Quando Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, nos ensinou, no Pai-Nosso, a suplicar a Deus que “nos livrasse do mal” (Evangelho, segundo Mateus, 6:13), Ele não recomendou que aguardássemos de braços cruzados os fatos. O pragmático Evangelho do Educador Celeste é uma Academia que forma, em primeiro lugar, guardiães da ordem civilizada.
O grau de nossa responsabilidade deve estar à altura dos que dependem diretamente de nossas atitudes de amparo.
Estamos abordando um tema realmente complexo e que deve ser salientado e discutido na mídia, em casa, nas igrejas, nas escolas, nas universidades, no trabalho, em toda a parte, de modo a ampliarmos a guarda em torno da infância e da juventude. E tenhamos em nossas agendas o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), para fazer denúncias, procurar ajuda.
É bom refletir sobre essas questões, pois não há qualquer garantia de futuro melhor para as nações, se não houver o respeito aos direitos fundamentais das crianças e dos jovens. E não se cresce, material e espiritualmente saudável, sem Afeto, sem Amor, Amor Fraterno.
Cumprir com acerto as responsabilidades que nos cabem é atender ao alertamento do Excelso Professor. Em Sua Boa Nova, consoante Mateus, 19:14, Ele diz: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os impeçais, porque deles é o Reino dos Céus”.
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