Libertador liberto
É nosso empenho, na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, apresentar um Jesus dessectarizado, sem arestas, para que Ele possa surgir em toda a Sua Divina Grandeza com poder e autoridade, a toda e qualquer consciência do mundo. Grafei este conceito da dessectarização do Cristo, durante uma entrevista que concedi, em 1989, ao produtor de documentários da TV polonesa, à época vice-presidente da Associação Universal de Esperanto, jornalista Roman Dobrzyński, que esteve no Brasil para participar da inauguração do Templo da Boa Vontade. Na ocasião, Roman, ao analisar a missão do TBV, que eu inauguraria em 21 de outubro daquele ano em Brasília/DF, perguntou-me como podia pregar o Ecumenismo Irrestrito falando em Jesus. Resumindo o que há décadas tenho pregado sobre assunto tão fundamental da doutrina da Religião do Terceiro Milênio, respondi-lhe, conforme tantas vezes expusera meu pensamento acerca deste tópico, que uma das grandes tarefas da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo é dessectarizá-Lo, pois Jesus é o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, e concluí: o Provedor Celeste não é um rancoroso exclusivista. Ele é um Ideal Sublime de Humanidade, Amor, Solidariedade, Justiça e Compaixão para todos os seres espirituais e humanos.
Em Jesus e a Cidadania do Espírito (2001), registrei trechos de uma das minhas palestras feita pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, em 5 de novembro de 2005, durante a Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar*1 — que é uma série de programas dedicados à integração das famílias nas Leis de Deus — quando reforcei o meu pensamento sobre a universalidade da figura do Augusto Professor:
É imprescindível a compreensão de que Jesus não é monopólio de qualquer crença, por mais notável ou elevada que seja. Ele é o Libertador Divino. Compreendido livre do vezo da intransigência, deixa de ser visto como “uma peça” — forma pela qual os escravos eram cruelmente rotulados e tratados.
Libertador sob algemas?!
Desse modo, de mãos atadas, Jesus jamais poderia libertar alguém. Porquanto, não é o Mestre que pertence a nós — argumentação que desastrosamente tem levado a muitos conflitos lastimáveis, na luta por Sua propriedade. Pelo contrário, nós é que pertencemos a Ele. (...) É urgente, pois, instruir-se, educar-se, reeducar-se, para devidamente instruir, educar e reeducar em Deus, no Cristo e no Espírito Santo. É a Cruzada de Reeducação Geral*2 da Religião Divina em marcha.
Urge destacar essa qualidade do Taumaturgo Celeste, não obstante a redundância: um Libertador libertário que está realmente liberto. Ele vive acima de nossas medidas de espaço-tempo, que constringem o raciocínio, apequenam a filosofia e a lógica, pois submetem nossos métodos de análise aos parcos sentidos humanos. Apesar de saber que nem a Terra nem mesmo o Sol são o centro do Universo, o ser humano, em número apreciável, continua acreditando constituir o fulcro universal de todo o saber. Essa mentalidade geocêntrica, ou antropocêntrica, ou ambas, geoantropocêntrica*3, dificulta a dessectarização dos assuntos em debate.
Estamos longe de ser o núcleo do Cosmos. É preciso que a consciência também se livre desses conceitos que a Astronomia já derrubou, mas que ainda estão incrustados, de maneira oculta, na perspectiva humana de pensar. O raciocínio de Joracy Camargo (1898-1973), renomado jornalista, cronista e teatrólogo brasileiro, contribui com esta reflexão ao afirmar que: “A função do sábio não é condenar, mas investigar e explicar. O que mais o caracteriza é o espírito de tolerância”.
A Palavra de Deus não é cativeiro mental
Assim ocorre com a Palavra de Deus. Ela não pode ser interpretada como se fosse um cativeiro mental e, sobretudo, espiritual. Sua contundente letra, examinada pelo prisma do livre-arbítrio*4 com que o Pai Celeste nos oferece condições de pensar e agir com responsabilidade, rompe correntes da ignorância espiritual. Ademais, nunca nos esqueçamos de que “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8), razão pela qual Sua Mensagem não pode ser discernida pelo diapasão do ódio. Um primeiro e acertado passo para tal postura é dessectarizar Jesus*5.
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*1 Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar — Veiculada, toda segunda-feira, pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (veja a relação de emissoras no portal Boa Vontade ou baixe o aplicativo Boa Vontade Play), a Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar é transmitida diretamente da Igreja Familiar no 1 da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, sob a responsabilidade do casal Paiva Netto, e estendida a todas as Igrejas Familiares da Religião do Amor Universal. Para se inteirar mais sobre esse importante trabalho da Religião Divina, leia o primeiro volume das Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (1987).
*2 Cruzada de Reeducação Geral — Leia sobre o assunto nas Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (1987), volume 1, de Paiva Netto.
*3 Geoantropocêntrica — Leia mais sobre o assunto em A Missão dos Setenta e o “lobo invisível” (2018), no capítulo “Visão geoantropocêntrica do pensamento”.
*4 Livre-arbítrio — Paiva Netto, em seu livro O Brasil e o Apocalipse, volume terceiro (1996), discorre sobre o assunto: “Cada um constrói o seu destino. Livre-arbítrio e determinismo coexistem. Ato algum deixa de ter consequência, neste e no outro mundo. O Pai Celestial nos dá a vida, nós criamos o nosso destino, bom ou mau, até que aprendamos, no transcorrer das existências sucessivas, o caminho eterno do Bem, que é Deus”. Leia ainda o excelente capítulo “Deus, livre-arbítrio relativo e responsabilidade”, da obra Os mortos não morrem (2018), de Paiva Netto.
*5 Dessectarizar Jesus — Para se aprofundar nesse importante assunto, leia o capítulo “Dessectarização do Cristianismo”, na obra Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós (2014); e o capítulo “Quanto à dessectarização de Jesus, o Cristo de Deus”, no segundo volume das Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (1990), de Paiva Netto. Adquira pelo site www.PaivaNetto.com/livros.
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