A Missão dos Setenta e o “lobo invisível” (Final)
Cruzada do Novo Mandamento de Jesus na Igreja Familiar no 1 da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (...) mesmo sendo incompreendidos por certa parte do povo, os Apóstolos e Discípulos de Jesus não deixaram de dar o recado. Aí é que está. Surgiram empecilhos? Nestas horas é que você mostra a sua perseverança, o seu talento apostólico. Se só quer facilidade, então você não é de nada, diante de Deus.
Este espaço em JESUS ESTÁ CHEGANDO! vem sendo utilizado por mim — atendendo à solicitação de vários leitores — para que sejam publicados trechos de uma palestra que proferi de improviso, em 31 de dezembro de 2004, no Rio Grande do Sul. Aproveitei o ensejo para revisar e juntar novas considerações sobre o tema, cujo fundamento é o Evangelho de Jesus, segundo Lucas, capítulo 10.
Durante esse período, em diversas oportunidades, testemunhei, pessoalmente ou pela Mídia da Boa Vontade (rádio, tv, internet e publicações: www.boavontade.com), a desenvoltura com que os jovens da Militância Ecumênica da Religião Divina abordaram o assunto que lancei às consciências como contribuição ao fortalecimento moral e espiritual ante as lutas da vida moderna. Esse fato me trouxe imensa alegria à Alma.
Neste número de JESUS ESTÁ CHEGANDO!, apresento-lhes a parte final da explanação que fiz ao raiar do ano de 2005. Por se referir à lição eterna do Divino Pastor, por certo corresponderá, ainda que modestamente, à atual e profunda necessidade da criatura humana de vivenciar, no dia a dia, os ensinamentos do Criador de nossas existências:
O princípio da Fraternidade Ecumênica
O princípio da Fraternidade Ecumênica existe em cada um de nós. Ensinou Paulo Apóstolo na Segunda Epístola aos Coríntios, 6:16:
— “Vós sois o Templo do Deus vivo”.
Ninguém nestas Obras de Boa Vontade*1 deve ferir a própria mente alimentando obstáculos doentios, porquanto colheremos a glória de todo o nosso empenho no Bem, recebendo o galardão prometido por Jesus aos perseverantes na Fé.
Alguém pode perguntar: “— E as lutas?”
Enfrentemo-las! Virar sedentário moral é muito pior do que fisicamente – o que já é uma desgraça –, pois provoca tanta coisa ruim ao grande corpo coletivo chamado sociedade mundial. Qualquer um neste planeta, por menor que se considere, é peça vital do extenso organismo humanidade. Lembro-me do que constantemente afirmava o saudoso Irmão Alziro Zarur (1914-1979):
— “Um pequeno nervinho de um dente cariado abala, com sua dor, todo o organismo humano”.
Você quer continuar elegante, minha jovem? Mova-se! Vá socorrer os que sofrem, com a força do seu coração bem formado! Rapaz, deseja guardar a fortaleza dos músculos? Exercite-se no serviço da Caridade, porque tudo que fizer de mal é sobre a sua cabeça que cairá o resultado das suas ações! Isso também serve para vocês, vovôs e vovós.
Quanto ao fato de sobrepujarmos quaisquer dificuldades que surjam no caminho, tenhamos em mente este ensinamento do Cristo:
— “Se tiverdes Fé do tamanho de um grão de mostarda, direis aos montes: — Saiam daqui, lancem-se ao mar, e assim acontecerá. Nada vos será impossível” (Evangelho, segundo Mateus, 17:20).
Razão e fascínio
Na Boa Nova do Cristo*2, consoante Lucas, 10:7, lemos esta ordem do Mestre dos mestres aos Seus discípulos, que se propuseram a divulgar a Sua Mensagem Fraterna pelos rincões da Terra e que naturalmente precisariam hospedar-se nas residências daqueles que aderiam ao Santo Evangelho:
— “Permanecei no mesmo lugar, comendo e bebendo do que eles tiverem; pois digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis de casa em casa”.
Recordo-me de o veterano Legionário da Boa Vontade Achilles de Andrade de Souza (1913-1989) aconselhar:
— “Macaco que pula de galho em galho quer chumbo”.
Ou seja, chumbo espiritual, moral e social.
“Não andeis de casa em casa” simboliza também não ser frugal no raciocínio. Hoje, encara um fato espiritualmente dessa maneira; amanhã, de outra forma...
— “Ah, mas então não querem que eu evolua?”
Claro que sim! Jesus impulsiona o nosso desenvolvimento. Minha interpretação da advertência do Sublime Professor é para corrigir o comportamento dos chamados “maria vai com as outras”. E nesse caso, a influência maléfica tem origem nos “lobos invisíveis”, que detestam vitória do ser humano inclinado à Fraternidade Ecumênica. Aliás, isso me trouxe à lembrança uma página que escrevi aos 18 anos (1o de julho de 1959) sob o título “Razão e Fascínio”, que retrata bem o meu pensamento a respeito do assunto. Você pode encontrá-la também nas Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, volume 2, na p. 39:
Zarur costumava dizer, nas suas pregações, que “atingir o equilíbrio é a meta suprema”. E conclui: “O Bem nunca será vencido pelo mal”. Ora, para não ser atingido pelo mal, pecado, frustração ou como queira chamá-lo, o ser humano deve ter Boa Vontade, a de Deus, o que significa dizer: conservar, ao lado de acentuado bom senso, vontade firme. Será, pois, aquele que cultiva o equilíbrio, por pior que seja a tempestade; que sabe aquilo que realmente é, visto que ilumina seu caminho na Verdade (de Deus) e não nega de antemão o que pode existir. Sabe porque sabe, isto é, porque aprende humildemente, sem considerar-se dono da Verdade, pois ninguém o é. Já o falho de ânimo, que se permite arrastar pelos outros, ou pela aparência dos fatos, acredita naquilo em que as pessoas em quem acredita disseram para acreditar... Assim o faz por gostar delas e de certas coisas, às quais se acostumou e crê não poder viver sem... Este é o prisioneiro das convenções, o “maria vai com as outras”. Aqui entra o sentimentalismo censurado por R. H. Blyth*3 (escritor citado por José J. Veiga*4) como aquilo que “é dar às coisas mais ternura do que Deus lhes dá”. Traduzindo em linguagem simples, é ser “mais realista do que o rei”. Resumindo: o primeiro, o de Vontade Boa, guia-se pela razão iluminada por Deus; o segundo, o de vontade negligente e que não conheceu a verdadeira iniciação espiritual, deixa-se dominar por fascínio. É um triste escravo do medo.
(Eis aí: “Ninguém é dono da Verdade”, conforme dizia Zarur.)
Verdadeira libertação
Vamos, agora, à análise ecumênica das anotações de Lucas, 10:9 a 11, sobre as palavras do Cristo referentes ao fato de irem os discípulos de casa em casa:
– “Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: Está próximo o Reino de Deus!”
Jesus (Lucas, 10:9)
Para muitos Espíritos, o Reino Divino já chegou, pois foram se redimindo durante os tempos, se aprimorando até alcançarem a glória dessa integração suprema em Deus e Suas Benditas Leis de Amor e Justiça. Portanto, que tal apressarmos os passos em caminhada mais forte para o florescimento, na Terra como um todo, do Reino de Deus, que está próximo? Tão perto que se acha dentro do próprio ser humano, consoante Jesus revela na Sua Boa Nova, bastando que acessemos e vivenciemos esse ilimitado potencial sublime.
Por isso, não precisamos buscar longe o que intrinsecamente em nós habita. É palmar que gostamos de ir aos lugares onde tudo vibra positividade, em que se ora, ou aos locais com paisagens maravilhosas. É benéfico ao Espírito, mas não que isso seja inafastavelmente impreterível à nossa emancipação. Libertamo-nos realizando o Bem, de acordo com as Normas Divinas, que não podem ser interpretadas pelo prisma do ódio, porque “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8).
Enquanto expresso essas despretensiosas reflexões, alguém pode cogitar:
– “Lá vem ele com essa história de Caridade!”
Com certeza, é a conclusão de quem ignora que a Caridade não se limita ao ato de dar um pão ao pedinte. Por exemplo, a verdadeira Política, quando é exercida em benefício dos povos, deveria chamar-se Caridade, visto ser uma Estratégia de Deus*5. Por sinal, conheço até mesmo céticos que se esforçam por seguir este comportamento: Caridade é uma Estratégia de Deus! Por isso, saudamo-los aqui como nossos Irmãos. Ateu também é filho de Deus.
É imperioso reiterar que “Deus é Amor” — conforme definiu João Evangelista. Amor é sinônimo de Caridade. Paulo Apóstolo ressalta: “Fé, Esperança, Caridade”, as três virtudes teologais. “A mais importante delas”, destaca, “é a Caridade” (Primeira Epístola aos Coríntios, 13:13). Logo, sustenta as demais. Trata-se da sintonia que nos mantém afinados com os objetivos maiores da Criação e afastados e protegidos das investidas do “lobo invisível”. Daí o Natal Permanente da LBV, lançado pelo sempre lembrado Irmão Zarur, sob a invocação “por um Brasil melhor e por uma humanidade mais feliz!”
Nem o pó daquelas cidades interessa às nossas sandálias
“10 Quando, porém, entrardes numa cidade e não vos receberem, saí pelas ruas e clamai:
“11 Até o pó que da vossa cidade se nos pegou aos pés sacudimos sobre vós. Não obstante, sabei que está próximo o Reino de Deus”.
Vejam: não é para jogar a sandália no rosto de ninguém. “Sacudir o pó” é um gesto simbólico, pois nem sequer a poeira da ignorância reinante interessa às sandálias dos peregrinos que servem ao Senhor do mundo. Os servidores do Cristo não têm tempo a perder com discussões estéreis ou promotoras de vaidades.
Levar, sempre, o recado de Deus
“11 (...) Não obstante, sabei que está próximo o Reino de Deus.”
Assim chegamos ao ponto crucial deste capítulo, nesta minuciosa análise que dedicamos a vocês, os Simples de Coração: recebeu uma elevada missão, cumpra-a. Não crie dificuldade a seu próprio progresso espiritual e consequentemente material! E não transfira a culpa de seus fracassos para os outros! Trate de se corrigir e aprenda a trabalhar em equipe. Alimentar diferenças pessoais é nutrir a principal causa da ruína de organizações.
A respeito do enorme prejuízo que isso provoca, com graves sequelas para o infrator da Lei do Cristo, que determina a união entre os Seus verdadeiros servidores, escreveu o ilustre Dr. Bezerra de Menezes, pela psicografia do sensitivo Cristão do Novo Mandamento Chico Periotto:
Vaidades e personalismos: uma tragédia
São Paulo, sábado, 22/7/2006
Os seres de Boa Vontade não podem jamais permitir as vaidades nem os personalismos. Isso é uma tragédia. Não deixem ninguém se levar por esse comportamento. Alertem seus companheiros de jornada, para o bem deles próprios, para o bem da Causa pela qual lutam. Todos aqui em Cima [no Mundo Espiritual] somos constantemente testados em nossas pequenas qualidades, pois o Cristo não brinca com a hierarquia. (...) Se não somos nada perante a Cristandade, imaginemos o mal que ocorreria se permitíssemos os personalismos sobreviverem em nós.
Uma lição que deve reinar: todos são importantes, todos são úteis, todos de alguma forma podem contribuir. Se fizermos a nossa parte, os Espíritos jamais deixarão de fazer a parte deles.
Sejam sempre os primeiros a servir. (...) Somente assim os Espíritos poderão ajudá-los. (...) Jesus não tem tempo a perder. A ordem é UNIR, a ordem é CONGREGAR.
Um rolo compressor desce do Mundo Espiritual sobre a Terra.
Aqueles que não abandonaram sua tarefa estarão lá na frente quando os que assim não o fizerem voltarem a abrir os olhos para a realidade da existência, a qual, neste mundo enganoso, ainda poucos veem.
Muita gente não quis ouvir a Mensagem Redentora do Cristianismo do Cristo*6. Esses perseguiram Pedro, Paulo, João e os demais que se mantiveram fiéis a Jesus. Todavia, mesmo sendo incompreendidos por certa parte do Povo, os Apóstolos e Discípulos de Jesus não deixaram de dar o recado. Aí é que está. Surgiram empecilhos? Nestas horas é que você mostra a sua perseverança, o seu talento apostólico. Se só quer facilidade, então você não é de nada, diante de Deus. Depois não vá reclamar, lá adiante, da sua vida, quando se descobrir em situações dificílimas por você criadas, por ter deixado de honrar o seu dever. E lembre-se, o alicerce de um mundo equilibrado, estável, feliz, é o de que cada um cumpra com suas obrigações. Senão viveremos eternamente a impunidade, a avacalhação, o caos a atingirem os fundamentos, as estruturas da convivência civilizada, até que elas venham abaixo, esmagando tudo e todos. A História está repleta de exemplos.
Televisão não é para educar?!
O que acho curioso, além de trágico, é que alguns promovem tudo o que é baixaria, às vezes por parte da mídia, um prato cheio para o “lobo invisível”. E, em seguida, reúnem-se, na mesma mídia, a fim de encontrar a solução para os estragos provocados.
– “Ah, mas televisão não é para educar”,
pode argumentar um distraído. Também não é para deseducar! – logo lhe respondemos enfaticamente.
Cabe aqui esta admoestação de Jesus no Seu Evangelho, segundo Lucas, 10:12:
“12 Digo-vos que, no Dia do Juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para aquela cidade [que não quis ouvir o chamamento]”.
O texto bíblico refere-se à “cidade”, mas pode referir-se a um país, uma vila ou uma única casa.
Estejamos atentos aos sinais da Volta de Jesus
Entretanto, é preciso ao pregador, ou à pregadora, adequadamente fazer o convite à meditação do ouvinte, do telespectador, do internauta, do interlocutor.
“É, mas o senhor está bem exaltado!”
Não! Estou apenas sendo eloquente. Afinal, começamos um Ano-Novo, quando a barulheira dos fogos e das festas é infernal! (risos). Há, portanto, muita gente desatenta. É só por isso. E é indispensável que todos entendam o que está sendo dito aqui, pois se trata dos encargos de um apostolado que exige atenção e forte sentido de dever, principalmente porque vivemos um instante crucial na História, anunciado desde os mais antigos Profetas, em especial no Apocalipse de Jesus, que Zarur denominava “o mais importante livro da Bíblia Sagrada na atualidade planetária”:
A Sexta Trombeta
Capítulo 9
“13 O Sexto Anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,
"14 a qual dizia ao Sexto Anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os quatro Anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates.
“15 Foram, então, libertados os quatro Anjos que se achavam prontos para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens.
“16 O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número: duzentos milhões.
“(...)
“20 Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, pois não deixaram de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar,
“21 nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos”.
E, como os outros homens que não foram mortos não se arrependeram de suas más obras (20 e 21), Deus — para que esses não destruíssem de vez a Terra — teve de mandar o Sexto Anjo do Sexto Flagelo:
O Sexto Flagelo
Capítulo 16
“12 Derramou o Sexto Anjo a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol, o Oriente.
“13 Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs;
“14 porque estes são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro, com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso.
"15 (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha.)
“16 E os ajuntou num lugar que em hebraico se chama Armagedom”.
Vocês — que ouvem a nossa pregação de “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração” — com certeza sabem por onde passa o grande rio Eufrates, “cujas águas secaram para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol, o Oriente”.
Apesar de todos os avisos que a nós descem do Mundo Espiritual, o ser humano provoca o Armagedom, de que tanta gente fala, sem, às vezes, saber do que se trata, tamanha a alienação gerada pelo “lobo invisível”, isto é, por um ou mais espíritos obsessores.
Apanhados de surpresa
Atentem ao fato de que, nessas ocasiões, a maioria é apanhada de surpresa*7. Temos, pois, de alertar a todos civilizadamente, mas com a pujança necessária. Foi Jesus Quem afirmou que o grande dia de Sua Volta Triunfal será quando menos se esperar, porquanto as multidões andam dispersas pelas convocações da existência humana e/ou mundana, que, mais tarde, se revelarão dolorosíssimas aos que desertam Dele e de Sua Doutrina:
— “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho de Deus” (Evangelho, segundo Mateus, 24:38 e 39).
Pregação austera do Cristo de Deus
Que tal acreditar em Jesus e fazer como os setenta que Ele mandou ao mundo? Bem que muitos deles, antes deslumbrados pelos milagres de que foram testemunha enquanto cumpriam, de maneira correta, a missão que o Divino Taumaturgo lhes incumbira, logo covardemente desertaram, por não suportar o duro discurso doutrinário pronunciado por Ele, em outra ocasião:
— “Quem pode suportar palavras tão enérgicas?” (Evangelho do Cristo, consoante João, 6:60).
E depressa se escafederam.
Para os que não têm conhecimento dessa pregação austera de Jesus, que resultou na deserção de muitos que O acompanhavam, faço a seguir um resumo do capítulo 6 das anotações do Evangelista-Profeta, João, a partir do versículo 22:
Após a multiplicação de pães e peixes, realizada num monte às margens do Tiberíades, o Divino Mestre afastou-se em direção a Cafarnaum. Os que souberam das maravilhas feitas pelo Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, foram ao encontro Dele. Nesse momento, o Provedor Celeste proferiu uma forte exprobação aos que O procuravam:
“26 Em verdade, em verdade vos digo que me buscais não pelos prodígios que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.
“27 Contudo, trabalhai, não pela comida que perece, mas pelo alimento que perdura pela Vida Eterna, a qual o Filho de Deus vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou”.
Em seguida, Jesus provocou enorme celeuma ao revelar-lhes ser o Alimento Espiritual dos povos:
“Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu ofereço pela vida do mundo”.
Jesus (João, 6:51)
Houve ruidosa divergência entre os que ouviam a preleção do Filho de Deus e que murmuravam entre si:
“Como nos pode este Jesus dar a Sua carne a comer?”
Jesus (João, 6:52)
Enfrentando a ignorância deles, disse-lhes ainda o Sábio dos Milênios:
– “Quem comer da minha carne e beber do meu sangue tem a Vida Eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem comer da minha carne e beber do meu sangue permanece em mim, e Eu, nele”.
Jesus (João, 6:54 a 56)
É claro que o Cristo não está aqui defendendo a antropofagia. A carne a que Ele se refere é a riqueza de Sua Doutrina, e o sangue, a perseverança e o sacrifício aceito pelos Seus discípulos ao abraçarem a Causa do Apostolado Divino. Foi quando Jesus, que não brinca com coisa séria nem se importa com a excessiva suscetibilidade – geralmente denunciadora dos fracos de caráter –, virando-se para os doze que haviam permanecido, interrogou-os:
– “E vós? Quereis ir com eles também?”
Jesus (João, 6:67)
Comentário de Zarur
Recordo-me, ainda, de marcante pregação do saudoso Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, Alziro Zarur, feita na década de 1960, sobre essa polêmica passagem do capítulo 6 do Evangelho, segundo João:
“(...) Como dizia São Paulo: ‘As coisas espirituais se discernem espiritualmente’. Do contrário, parecem loucura. Diz mais o Apóstolo dos Gentios: ‘A letra mata, o Espírito vivifica’ (Segunda Epístola aos Coríntios, 3:6). O Pão Vivo que desceu do Céu é a própria carne de Jesus para nos alimentar, são os Seus ensinamentos de Vida Eterna, é a Palavra de Deus. Quem seguir esses preceitos se alimentará Dele para todo o sempre. Viverá Dele, obedecendo a Ele, tão intimamente como se estivesse comendo a própria carne de Jesus, bebendo o Seu sangue.
“Alguns discípulos não gostaram e ficaram achando que o Divino Mestre não estava no Seu juízo perfeito e se afastaram Dele.
“(...) Mas o Cristo de Deus perguntou também aos doze Apóstolos se eles queriam ir embora como os outros foram. Vemos que Jesus prefere perder todos a modificar o ensinamento da Verdade, a desobedecer ao Pai Celestial, ainda que fique sozinho, mas a Verdade Ele a sustentará, custe o que custar! Vemos que São Pedro disse muito bem: ‘Mas para onde iremos, Senhor? Para quem, se tens palavras da Vida Eterna? Nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus’.”
“Bela confissão. Então, Jesus responde: ‘Eu não vos escolhi? Entretanto, um de vós é um demônio!’ Jesus já sabia que a função de Judas seria a de traidor. Isso prova que a gente às vezes é obrigada a suportar um Judas muito tempo. É que ele só pode sair na hora determinada pela ‘Turma de Cima’ (do Mundo Espiritual). Que veja quem tem olhos de ver, que ouça quem tem ouvidos de ouvir, porque esta é, realmente, a Palavra de Deus”.
E assim se encerra essa esclarecedora mensagem do saudoso Zarur.
Jesus é abandonado por muitos discípulos – O testemunho de Pedro
Para outros esclarecimentos, aqui transcrevo os versículos de 60 a 71 da passagem do Evangelho do Cristo, segundo João, capítulo 6, que estamos analisando. Lembro-lhes de que Jesus proferiu um discurso tão austero que muitos de Seus seguidores, escandalizados, passaram a não seguir mais Seus passos. Vejamos:
Os discípulos escandalizados
“60 Muitos dos Seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode suportar?
“61 Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de Suas palavras, disse-lhes: Isto vos escandaliza?
“62 Que será, pois, se virdes subir o Filho de Deus para onde primeiro estava?
“63 O Espírito é o que vivifica: a carne para nada aproveita. As palavras que Eu vos tenho dito são espírito e vida.
“64 Contudo, há alguns de vós que não creem. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem era o que O havia de entregar.
“65 E continuou: Por causa disso, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.
Muitos discípulos se retiram
“66 À vista disso, muitos dos Seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com Ele.
“67 Perguntou, então, Jesus aos doze: Porventura. quereis vós também retirar-vos?
“68 Respondeu-Lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós, se apenas Tu tens as palavras da Vida Eterna?
“69 E nós já temos crido e bem sabemos que Tu és o Santo de Deus.
“70 Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós, os doze? Contudo, um de vós é o diabo.
“71 Referia-se a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque era ele o que O havia de entregar, sendo um dos doze”.
Por Amor a Jesus, superar as provações
Logo, quando o Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, vier com um discurso desafiador, uma genuína provocação — o que é uma constante na vida dos Seus legítimos aprendizes —, não fuja, como fizeram diversos dos falsos seguidores do Divino Mestre.
O testemunho das mulheres
Chamo-lhe de novo a atenção para o fato de que aqueles setenta discípulos empreenderam verdadeiros prodígios para os quais não estavam por si próprios capacitados. Apenas o realizaram porque o Mestre Amado misericordiosamente os instruiu e o Poder de Deus baixou sobre eles. Porém, no momento em que Jesus resolveu testá-los e a outros mais que O acompanhavam, dirigiu-lhes aquela preleção forte, e eles reclamaram:
— “Não podemos suportar esse discurso!”
E foram se afastando. Permaneceram somente doze. O Celeste Pastor decididamente virou-se, então, para os que restaram e arguiu-lhes:
— Porventura, quereis vós também retirar-vos?
Mas eles ficaram, não foram atrás do “lobo” invisível, embora um O tenha traído; outro, O negado; e a maioria, se escondido com grande temor*8 no momento do testemunho maior do Mestre; menos João Evangelista, que esteve lá, na terrível hora da crucificação, com Maria, Mãe de Jesus; sua irmã; também Maria Madalena; Maria, mulher de Clopas; e a mãe dos filhos de Zebedeu; possivelmente Joana de Cusa; e tantas outras mulheres que o Evangelista não pôde anotar.
Reparem na firmeza de caráter delas no mais dramático dia da indescritível provação de Jesus! Não fugiram! É preciso que todos se espelhem no testemunho dado por elas nos instantes derradeiros de Nosso Senhor Jesus Cristo e que, com igual bravura, perseverem além do fim.
A propósito, transcrevo alguns trechos do notável manifesto aos jovens que a veemente jornalista e escritora, nascida em Campos/RJ, Nina Arueira (1916-1935) redigiu, em 17 de novembro de 1931 — guardem bem isto no coração — aos 15 anos de idade. Trata-se de uma convocação à prática solidária, que, por isso, configura um alertamento contra o “lobo invisível”:
"À Mocidade de Minha Terra*9
“Acordai, gente de minha terra, porque o dia se alevanta por sobre tudo, a noite dos sonhos e das insônias se diluiu na luz; cortejos brancos de fulgores venceram as trevas e sobre elas implantaram sua vitória...
“(...) Deixai vossos corações evoluírem já com vossos cérebros; amai, pois, amai a vida, as crianças, as flores e as coisas; amai, que o amor espiritualiza a matéria; o amor é a base sólida da fraternidade; o amor vos iluminará o mundo; quanto mais amardes, menos maus sereis, quanto mais amardes, mais bem tereis semeado. Mas vede: amar não é desejar; amar é divino, desejar é humano e grosseiro. E vós, deixai-vos progredir, não só por vós, mas para que sejais o despontar de uma raça forte, de uma civilização mais firme.
“Idealizando e realizando, sereis homens [e mulheres] superiores; amando, sereis Espíritos tocados da pureza do Nirvana. (...)
“Caminhai, pois, mocidade de minha terra; caminhai liberta de ideias alheias; firme no propósito de galgar as maiores altitudes; certa de que nada vos cortará o voo; caminhai, moços de minha terra, e fazei da mocidade campista*10 a primeira mocidade do mundo...
“(...) Enchei vossos sonhos de altitudes; enchei vossos olhos de sonhos e parti; alcançareis vitórias, mas que elas não apaguem da vossa mente o ideal da última vitória...
"A última glória é a geração dinâmica que preparais... Avante!”
Diante de tão eloquentes e apaixonantes expressões da poeta Nina, convém, mais uma vez, recordar a admoestação do Mestre Jesus, o Rei da Perseverança, ó jovens de todas as idades:
“Na vossa perseverança, salvareis as vossas Almas” (Evangelho do Cristo, segundo Lucas, 21:19).
Jamais desonrem, portanto, o compromisso assumido com Ele, Jesus!
Não há “lobo invisível” que nos intimide, pois seguros estamos na Divina Segurança das seguras mãos de Jesus!
E para todos os que pacientemente até aqui me acompanharam, o Conforto Celeste e a Bênção Divina do Apocalipse do Cristo de Deus, capítulo final (22), versículos 20 e 21:
“20 Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Ora vem, Senhor Jesus!
“21 A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós para todo o sempre. Amém”.
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*1 Obras de Boa Vontade — Formadas pela Legião da Boa Vontade; pela Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo e pela Fundação José de Paiva Netto.
*2 Boa Nova — Assim também é conhecido o Evangelho, do grego Euangélion e do latim Evangeliu.
*3 Reginald Horace Blyth (1898-1964).
*4 José J. Veiga (1915-1999).
*5 Caridade: Estratégia de Deus — Paiva Netto aborda mais amplamente o assunto em suas obras O Capital de Deus, Sociedade Solidária Altruística Ecumênica e na coleção “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração” (da qual fazem parte os livros Somos todos Profetas (1991); As Profecias sem Mistério (1998); Apocalipse sem Medo (2000); Jesus, o Profeta Divino (2011); e Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós (2014), coleção esta que já atingiu a expressiva marca de 3,5 milhões de exemplares vendidos.
*6 Cristianismo do Cristo — O cristianismo dos homens realizou — utilizando-se da figura excelsa do Divino Mestre — muitos feitos contrários às lições de Amor e Justiça deixadas pelo próprio Jesus nas Escrituras Sagradas.
*7 (...) maioria é apanhada de surpresa — Recordo-me de que, em suas prédicas legionárias, o saudoso jornalista, radialista, escritor e poeta Alziro Zarur, costumava afirmar que “é preciso preparar o Brasil e o Mundo para os fatos previstos por Jesus no Seu Evangelho e no Seu Apocalipse. Nenhum Legionário de Deus será apanhado de surpresa”.
*8 (...) a maioria se escondido com grande temor — Importante ressaltar que, após o traumático evento do Gólgota, muitos dos Apóstolos e discípulos do Divino Taumaturgo se redimiram da fraqueza momentânea, tornando-se testemunhas fiéis e corajosas da redentora Mensagem do Cristianismo do Cristo. Fato registrado pelo Evangelista São Lucas em Atos dos Apóstolos de Jesus.
*9 “À Mocidade de Minha Terra” — Texto publicado na Revista Espírita de Campos, edição de janeiro/fevereiro de 2000.
*10 Campista — Nina Arueira refere-se à mocidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro.
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