Jamais desistir do Bem
A Esperança não morre nunca! Essa inspiração me veio à mente, no início da década de 1980, ao assistir, na televisão, a um moço dizer ter perdido a fé no futuro. Não me considero poeta. Mas tomei da caneta e ousei estes simples e despretensiosos versos, depois musicados pelo maestro legionário Vanderlei Pereira:
A Esperança não morre nunca!
A Esperança
não morre nunca!
Nunca!
Não morre, não!
Pois, como a Vida,
que é eterna,
mãe tão fraterna,
pode morrer?!
Não, não morre
nunca!
Não morre, não,
a Esperança no coração!
A Esperança é Jesus!
Certamente, semelhante expectativa ainda sustenta os corações de muitas crianças angolanas. Um diplomata, conhecido do meu companheiro de ideal ecumênico José Santiago Naud (1930-2020), cofundador da Universidade de Brasília (UnB), pôde apreciá-las em sua alegria inocente, apesar da guerra que ensanguentou a pátria de Agostinho Neto (1922-1979) por quase trinta anos:
“Disse-me o amigo de torna-viagem que no interior, perto de Luanda, viu comovido certa vez o grupo de uma centena delas, cantando em torno do seu mal pago professor, que dançava:
— Se eu pudesse voava
ao encontro da Paz,
abandonava essa guerra,
ficava ao lado da Paz”.
Liberdade e Esperança são dois valores dos quais a criatura humana não pode abrir mão. Deve, contudo, saber honrar o primeiro para ser merecedora permanente do segundo.
Ninguém aprisiona o Espírito de um homem livre, muito menos algema a Alma de uma mulher liberta pelo conhecimento da Verdade de Deus. Que o diga o Gandhi (1869-1948), que escreveu muitas de suas mais belas e decisivas páginas enquanto sofria prisões na luta pela libertação da Índia.
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