Natal de Jesus e Direitos Humanos
O Natal não é época de esquecer os problemas, mas, sim, de pedir a Inspiração Divina para resolvê-los. A sua ambiência deve ser a da Fraternidade sem fronteiras, agora mais do que nunca, imprescindível para que, de fato, surja a Cidadania Planetária, que positivamente saiba defender-se da exploração mundial endêmica. Não apenas o corpo adoece; o organismo sociedade, também.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada, pela Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 10 de dezembro de 1948.
Bastante se avançou desde a promulgação da Magna Carta da ONU. Todavia, há muito a ser feito para impedir que, em pleno século 21, mulheres, homens, meninas e meninos continuem sendo vendidos como mercadoria; tragédia que vem afetando a massa de refugiados que fogem de conflitos étnicos, da fome, da seca, da miséria; que crianças prossigam trabalhando em fornos de carvão ou em outras atividades cujas condições são subumanas e que se tornem cegas por carência de vitamina A; que a certeza da impunidade arraste pessoas ao absurdo de roubar doações destinadas aos flagelados por desastres naturais. Sem contar a tortura institucionalizada, que se dissemina pelo planeta. E mais: que tormento maior que a fome — espiritual e material —, além das multidões de analfabetos ou semialfabetizados, dos quais a perspectiva de uma existência decente é mantida distante?
Lei da Solidariedade Universal
Na contramão da insensatez humana, vislumbramos, na vivência do Mandamento Novo de Jesus — “Amai-vos como Eu vos amei. (...) Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 15:13) —, o denominador comum capaz de, fraternalmente unindo, iluminar os corações. É a religião da amizade, do bom companheirismo*1, destacado por João Evangelista, no Apocalipse do Cristo, 1:9. Religião é para dirimir conflitos que nascem da intimidade egoísta do ser humano. Por isso, esse Sublime Sentimento é louvado e vivido pela Religião do Terceiro Milênio como a Lei da Solidariedade Universal; portanto, espiritual, moral e social. Asseverou Giuseppe Mazzini (1805-1872), patriota e revolucionário italiano: “A vida nos foi dada por Deus para que a empreguemos em benefício da humanidade”. E Augusto Comte (1798-1857), o filósofo do Positivismo, concluiu: “Viver para os outros é não somente a lei do dever, mas também da felicidade”.
A vivência do revolucionário espírito de Caridade, sinônimo de Amor, é essencial, a começar pelos governantes. Os que sofrem violência que o digam.
O ser humano é quem realiza o mundo: se ele estiver espiritualmente mal, a humanidade não poderá encontrar-se bem. É matemático.
Felicidade pelo dever cumprido
Há tempos ressaltei que, no Sermão da Montanha de Jesus (Boa Nova, segundo Mateus, 5:1 a 12), vemos a exaltação das Bem-Aventuranças. Ou seja, o Divino Amigo da humanidade enaltece todos aqueles que compreenderam, ao longo das eras, seus deveres de ser humano e de Cidadão do Espírito. E, ao cumpri-los, têm plenamente assegurados os seus direitos, numa esfera que nem todos ainda podem conceber: a espiritual. Eis a chave da Cidadania do Espírito.
Acerca de tão admirável prédica do Cristo de Deus, o Espírito amigo e Irmão Flexa Dourada, pela psicofonia do sensitivo Cristão do Novo Mandamento Chico Periotto, em 27 de abril de 2019, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, com entusiasmo, destacou: “O Sermão da Montanha de Jesus, com suas Bem-Aventuranças, é um conforto extraordinário ao coração de todos na humanidade, sem exceção! Um conforto extraordinário! É de Jesus o Sermão! E Ele dá a chave de como viver na Terra e de como chegar no Mundo Espiritual na hora certa, para ser feliz, que é o que interessa aos Espíritos que têm na Terra o sentido de respeitar Deus, o Pai Celestial”.
As Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha de Jesus
Santo Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 5:1 a 12, da magnífica forma com que Alziro Zarur (1914-1979) as proferia.
“Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se Dele os Seus discípulos, e Jesus ensinava, dizendo:
“Bem-aventurados os humildes, porque deles é o Reino do Céu.
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados pelo próprio Deus.
“Bem-aventurados os pacientes, porque eles herdarão a Terra.
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque eles terão o amparo da Justiça Divina.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus face a face.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
“Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da Verdade, porque deles é o Reino do Céu.
“Bem-aventurados sois vós, quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentindo, fazem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão no Céu.
“Porque assim foram perseguidos os Profetas que vieram antes de vós.”
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*1 Nota dos editores
Bom companheirismo — João Evangelista é destacado por Paiva Netto como exemplo de perseverança e de bom companheirismo. Foi exilado na ilha de Patmos — local em que recebeu o Apocalipse de Jesus — justamente por sua demonstração de amizade verdadeira a todos aqueles que, obstinados, testemunhavam o Sublime Pastor, mesmo sob implacável perseguição de Seus infelizes adversários. Diz o Evangelista-Profeta, no Livro da Revelação, 1:9: “Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, encontrei-me na ilha chamada Patmos, por causa da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus Cristo”.
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