Solidariedade tornou-se estratégia de sobrevivência
Ao ser entrevistado, em 18 de outubro de 1981, pelo saudoso jornalista italiano radicado no Brasil Paulo Parisi Rappoccio, afirmei que, desde o fim da década de 1970, venho alertando para o fato de que a Solidariedade hoje se expandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como uma estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar a sua sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade Ecumênica, que espiritualiza a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza (…). Não se espera um repentino milagre, mas o fortalecimento de um ideal que se estabelecerá, etapa por etapa, até que se complete o seu extraordinário serviço. Constitui, porém, assunto urgente. Então, comecemo-lo ontem. O bom desafio faz bem a todos. (...)
Estudar as Leis Divinas sem fanatismo
Por essa razão, há décadas lancei às consciências uma proposta concreta: a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, dentro da Estratégia da Sobrevivência. Aliás, o que igualmente afirmo é que a força do Espírito nos leva a sobreviver. (…) Não foi sem motivo que Virgílio (70-19 a.C.) grafou, há milênios, na Eneida, que “a fome é má conselheira”. (...) A escalada da violência não respeitará limites se os povos — e seus governantes — não estiverem verdadeiramente integrados na Lei do Criador do Universo, que, com todo o cuidado, deveria ser estudada pelas maiores cabeças pensantes do mundo, naturalmente que bem longe de qualquer fanatismo, religioso ou ateu. O ilustre ministro e poeta Olavo Drummond (1925-2006) — quando de sua concorrida posse no Tribunal de Contas da União, em Brasília/DF, Brasil, para o que fui honrosamente convidado — demonstrou compreender a urgência dessa diretriz, ao definir: “Precisamos fazer o que vocês realizam na Legião da Boa Vontade: a globalização do Amor, pois essa é a mais importante das globalizações”.
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