Londres e o exercício da Paz

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 28 e 29 de julho de 2012, sábado e domingo.

Londres, a milenária capital da Inglaterra e do Reino Unido, sedia, desde 27 de julho, sua terceira Olimpíada. Estamos na 30a edição da era moderna desta que é uma das mais fascinantes competições esportivas. É excelente oportunidade para o melhor dos exercícios: o da Paz entre as nações.

Dois fatos assinalaram a história dos Jogos na pátria de Isaac Newton (1643-1727). Em 1908, no fim da prova da maratona — a primeira a ser disputada com a distância de 42.195 metros —, o italiano Dorando Pietri (1885-1942), que se encontrava na liderança, ao adentrar o Estádio White City, visivelmente esgotado, só conseguiu ultrapassar a linha de chegada com a ajuda de dois oficiais. Esse ato de solidariedade o desclassificou, ficando a medalha de ouro com o americano Johnny Haves (1886-1965). Entretanto, no dia seguinte, o esforço de Pietri e o gesto dos oficiais foram reconhecidos pela Rainha Alexandra (1884-1925). Um troféu foi concedido ao corredor italiano. E, em 1948, a holandesa Fanny Blankers-Koen (1918-2004) entrou para o hall dos supercampeões ao conquistar quatro das cinco medalhas de ouro para seu país. Com 30 anos e mãe de duas crianças, ela, que competia no atletismo, ganhou a alcunha de "a dona de casa voadora".

De volta para o presente

Dorando e o troféu que recebeu da Rainha Alexandra

Até o dia 12 de agosto de 2012, mais de 10 mil atletas de centenas de países protagonizarão as Olimpíadas 2012. Como Londres é a anfitriã deste ano, todos eles, heróis de carne e osso, buscarão triunfar também imantados pela magia vitoriosa do popular agente fictício James Bond. Aos que porventura queiram estragar a festa — por exemplo, com o lamentável doping —, é bom que desistam de praticar reprováveis atos. O Comitê Olímpico Internacional promete severo controle comparado à astúcia e habilidade de outro célebre personagem londrino, Sherlock Holmes, para desvendar os mais intrincados mistérios.

Curiosidades

A primeira Olimpíada com participação do Brasil ocorreu em Antuérpia, na Bélgica, em 1920. De lá para cá, foram 91 medalhas: 20 de ouro, 25 de prata e 46 de bronze. O iatismo puxa a fila, com seis delas.

A delegação brasileira em Londres é composta de 259 atletas, 18 a menos do que a enviada a Pequim, na China. Apesar da redução, é grande a expectativa do Comitê Olímpico Brasileiro de que seja ultrapassada a marca de medalhas conquistadas na capital chinesa: 15, ao todo.

Fica aqui a torcida de todos nós, na certeza de que honrar as cores de nosso país vai além de subir ao pódio. Revela-se, antes de tudo, respeito a um povo que não foge da luta, que tem conseguido superar-se nas olimpíadas da vida diária.

80 anos de Audálio Dantas

Luiz Barcelos

Juca Kfouri (a direita) prestigia o lançamento.

Os 80 anos do jornalista e escritor Audálio Dantas, em 8 de julho, foram comemorados com o lançamento, no dia 17 deste mês, em São Paulo/SP, de seu livro Tempo de reportagem — Histórias que marcaram época no jornalismo brasileiro.

Conforme está na descrição da obra, "Audálio, grande repórter, volta à juventude para refletir sobre o seu legado e ajudar as novas gerações de jornalistas e de leitores a pensar sobre a enorme tarefa de contar a história cotidiana de sua época".

Ganhador do Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU, em 1981, ele foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP), presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Atualmente, é conselheiro da União Brasileira de Escritores (UBE) e do Instituto Vladimir Herzog.

Com muita honra, tenho comigo esse seu mais novo trabalho, com uma cordial dedicatória: "Para José de Paiva Netto, com admiração pelo trabalho de unir pessoas. Grande abraço, Audálio Dantas".

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.