Cuidado com a dengue!

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 27 e 28 de setembro de 2008, sábado e domingo. | Atualizado em março de 2024.

Com o verão, o receio de outra epidemia da dengue voltou a inquietar a mente de autoridades sanitárias e do povo. E a preocupação tem fundamento. Julguei oportuno, então, novamente tratar do assunto com vocês. Muita gente viaja pelo país.

No Boletim Epidemiológico, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, tomamos conhecimento de que, “Em 2023, (...) foram registrados 1.530.940 casos prováveis de dengue no país, e o coeficiente de incidência de 753,9 casos/100 mil habitantes. Esses números representam um aumento de 16,5% no número de casos quando comparado com o mesmo período do ano anterior (1.313.805 casos prováveis e 647,0 casos/100 mil habitantes. (...) A região geográfica com o maior coeficiente de incidência é a Região Sul, com 1.269,8 casos por 100 mil habitantes, seguida da Região Sudeste, com 1.028,6 casos por 100 mil habitantes, e da Centro-Oeste, com 935,9 casos por 100 mil habitantes. As Regiões Norte e Nordeste apresentam coeficientes de incidência de 173,8 e 174,7 casos/100 mil habitantes, respectivamente”.

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Ainda segundo o informativo, “as maiores taxas de positividade geral para dengue foram observadas no Rio de Janeiro, com 65,5%, seguido de Maranhão, com 51,5% e Mato Grosso do Sul e Paraíba, ambos com 41,8%”.

Focados na solução do problema

Reprodução BV

Ricardo Ciaravolo

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Rádio, o dr. Ricardo Ciaravolo, pesquisador científico, técnico da Superintendência do Controle de Endemias (SUCEN), foi enfático ao afirmar: “(...) Temos de estar focados em resolver o problema da dengue os 365 dias do ano, porque os ovos do mosquito podem resistir por muito tempo. Daí a necessidade de, em todas as estações, realizar vistorias para identificar esses criadouros e eliminá-los. Eles estão muito próximos da gente, dentro das nossas residências, nos locais onde trabalhamos, ou nas áreas externas, nos quintais, áreas comuns. Temos que colocar o tema dengue em todas as reuniões que fizermos, ou seja: reuniões de condomínio, de pais e professores, Cipas nas empresas, nos encontros da sociedade e melhoramentos de bairros. Assim, estaremos sempre discutindo as ações contra o mosquito da dengue. Como é transmitida pelo vetor mosquito Aedes aegipty, a densidade se eleva justamente nessas épocas com temperaturas mais altas; porém, como em várias regiões do país, o inverno se dá com temperaturas elevadas, temos municípios que apresentam casos de dengue durante todo o ano, mas o número sempre aumenta em épocas de verão, fim de primavera e no começo do outono. (...) Outra atuação, não menos importante, é a da pessoa: ao sentir algum dos sintomas que são de dengue (febre alta, dores no corpo, dores na cabeça, fadiga, vermelhidão, manchas na pele), procurar rapidamente uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico, porque só um médico terá condições de verificar se é dengue ou não, e se pode evoluir para um caso grave, a chamada dengue hemorrágica”.

Atitudes simples

Valter Campanato/ABr

   

Diante do que foi exposto pelo dr. Ciaravolo, atitudes simples podem evitar tragédias. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde aponta algumas maneiras de eliminar o Aedes aegypti: “Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta; lave semanalmente, por dentro, com escovas e sabão, os tanques utilizados para armazenar água; jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias etc.; mantenha a caixa d’água sempre fechada, com tampa adequada; mantenha o saco de lixo bem fechado e fora de alcance dos animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana; coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terreno baldio; remova folhas, galhos e tudo o que possa vedar a água correr pelas calhas; não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje; entregue seus pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guarde-os sem água em local coberto e abrigados da chuva”.

Reprodução BV

É preciso que cheguemos antes dos problemas, de modo a impedir que ocorram. Portanto, estejamos em 2024 esclarecidos e tomando parte no combate aos focos da doença. Trata-se de questão nacional. Resolvê-la é dever do Estado e do cidadão.

 

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.