Solidariedade tornou-se estratégia de sobrevivência

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro "As Profecias sem Mistério", de 1998. | Atualizada em junho de 2023.

Ao ser entrevistado, em 18 de outubro de 1981, pelo saudoso jornalista italiano radicado no Brasil Paulo Parisi Rappoccio, afirmei que, desde o fim da década de 1970, venho alertando para o fato de que a Solidariedade hoje se expandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como uma estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar a sua sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade Ecumênica, que espiritualiza a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza (…). Não se espera um repentino milagre, mas o fortalecimento de um ideal que se estabelecerá, etapa por etapa, até que se complete o seu extraordinário serviço. Constitui, porém, assunto urgente. Então, comecemo-lo ontem. O bom desafio faz bem a todos. (...)

Vivian R. Ferreira

Estudar as Leis Divinas sem fanatismo

Reprodução BV

Virgílio

Por essa razão, há décadas lancei às consciências uma proposta concreta: a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, dentro da Estratégia da Sobrevivência. Aliás, o que igualmente afirmo é que a força do Espírito nos leva a sobreviver. (…) Não foi sem motivo que Virgílio (70-19 a.C.) grafou, há milênios, na Eneida, que “a fome é má conselheira”. (...) A escalada da violência não respeitará limites se os povos — e seus governantes — não estiverem verdadeiramente integrados na Lei do Criador do Universo, que, com todo o cuidado, deveria ser estudada pelas maiores cabeças pensantes do mundo, naturalmente que bem longe de qualquer fanatismo, religioso ou ateu. O ilustre ministro e poeta Olavo Drummond (1925-2006) — quando de sua concorrida posse no Tribunal de Contas da União, em Brasília/DF, Brasil, para o que fui honrosamente convidado — demonstrou compreender a urgência dessa diretriz, ao definir:  “Precisamos fazer o que vocês realizam na Legião da Boa Vontade: a globalização do Amor, pois essa é a mais importante das globalizações”.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.