Perspectiva de conhecimento não é sabedoria

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro “Crônicas & Entrevistas”, de 2000. | Atualizada em agosto de 2021.

Em Crônicas & Entrevistas (2000), argumento que determinados pensadores, quando ingressam na área da intuição, da existência eterna, vez por outra se assemelham a crianças pequenas e inexperientes, como que engatinhando nesse campo, a ponderar que o Espírito tenha a ver unicamente com terrores sobrenaturais, como nos filmes de Hollywood (...). Será que tudo o que há no Universo já foi alcançado pela noção intelectual contemporânea? O nosso presente desenvolvimento mental é o limite da sabedoria? Ora, o ser humano nem atingiu o nível de conhecimento pleno, mas apenas alguma perspectiva dele, do contrário não se destruiria, a todo instante, em guerras e mais guerras de todos os matizes e no extermínio do planeta onde vive, reconhecidamente a sua única morada. Pode haver maior loucura que essa?

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Candide e o massacre do mundo

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Eça de Queiroz

Até há pouco tempo, inteligências consideradas entre as maiores, não sabemos por quais interesses movidas, “inteligentemente” negavam tamanha realidade que hoje, para dizer o mínimo, já nos oprime: estamos a arrasar a Terra. Mas, apesar de tudo isso, ainda há quem acredite viver no melhor e mais seguro dos mundos, como o pasmante Candide, de Voltaire (1694-1778). Razão plena goza o velho Eça de Queiroz (1845-1900), autor da magnífica página “O Suave Milagre”, ao afirmar que “a Ciência realmente só tem alcançado tornar mais intensa e forte uma certeza: a velha certeza socrática da nossa irreparável ignorância. De cada vez, sabemos mais... que não sabemos nada”.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.