Espírito e laboratório
No artigo de hoje, comentaremos acerca da tese do médico norte-americano Stuart Hameroff e do físico britânico sir Roger Penrose segundo a qual a existência da Alma pode ser comprovada cientificamente.
Tomando por base uma teoria de 1996, eles sugerem que o cérebro seria uma máquina biológica, com 100 bilhões de neurônios, funcionando como rede de informação. Entrevistados pelo jornal inglês Daily Mail, em outubro de 2012, os pesquisadores explicaram a teoria quântica da consciência, pela qual as Almas estariam contidas em estruturas denominadas microtúbulos, localizadas, por sua vez, nas células cerebrais. Os mecanismos quânticos nesses microtúbulos seriam, na opinião deles, responsáveis por experiências da consciência.
Exemplifica o dr. Hameroff: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída. Ela não pode ser destruída; simplesmente, é distribuída e dissipada pelo universo. Se o paciente é ressuscitado, revivido, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos, e diz: ‘tive uma EQM (experiência de quase-morte)’”.
Em artigo científico de 2014, disponível na publicação Physics of Life Reviews, os mesmos autores concluem: “A consciência tem um papel intrínseco no universo. (...) Nossa visão da realidade, do universo, de nós mesmos, depende da consciência. A consciência define a nossa existência”.
O Espírito e a Mente
Ainda são teorias, passíveis de críticas – naturais a um debate acadêmico. Mas, com satisfação, observamos crescente interesse sobre o tema, cujo campo de pesquisa é muito vasto e recebe cada vez mais a contribuição de gente muito séria. Necessário se faz a todo instante ressaltar que o Espírito (ou a Alma) não se restringe a um produto da mente carnal, o raciocínio material, ainda que o fundamento de sua interação se dê por intermédio do incrível maquinário chamado cérebro. Seu criterioso estudo revelará, de alguma forma, tal relação. Estamos tratando da essência eterna e inteligente que, enquanto ligada ao corpo — por um fio luminoso que se desprende por efeito da morte —, anima a vida como a conhecemos no mundo. Salomão, o governante sábio, em Eclesiastes, 12:6 e 7, fala-nos desse “fio de prata”, que, ao se romper, leva o pó (corpo) de volta à terra de onde veio, e o Espírito retorna a Deus, que o concedeu. Na verdade, como há décadas dizemos, o Espírito não é simples projeção da mente.
A Ciência chegará ao Espírito
Espírito é Ciência. No Jornal de Brasília, em 20 de junho de 1991, escrevi que tempo há de vir em que ele será claramente levado por todos em consideração. Os pesquisadores estão chegando lá, como dissemos: o que a Religião intui a Ciência, um dia, comprovará em laboratório. (Na área científica, como tantas vezes já afirmei, não pode haver convicções pétreas nem negações sem remissão.) Ciência sem Religião pode tornar-se secura de Alma. Religião sem Ciência pode descambar para o fanatismo. Por isso, na época ideal que todos desejamos ver surgir no horizonte da História, a Ciência (cérebro, mente), iluminada pelo Amor (Religião, coração fraterno), elevará o ser humano à conquista da Verdade.
Assim como houve acelerado progresso material neste século 20 (estávamos em 1991) — rapidamente passamos da carroça para o foguete interplanetário —, ocorrerá o mesmo no campo do sentimento (Espírito), de modo que se estabeleça um mundo mais apreciável. Conforme dizia o poeta, e jornalista Alziro Zarur (1914-1979): “Atingir o equilíbrio é a meta suprema. O Bem nunca será vencido pelo mal”.
Tal equilíbrio virá quando a criatura, pelo Amor ou pela Dor, compreender que é preciso aliar à inteligência do cérebro a do coração. De qualquer forma a humanidade evolui sempre... Ou será que, materialmente falando, estamos ainda nos tempos das cavernas?!... Evidente que não! Mas o progresso também se dará no campo moral-espiritual, e creio que mais pelo efeito da Mestra Dor, que, por sinal, é a libertação da Alma.
Os comentários não representam a opinião deste site e são de responsabilidade exclusiva de seus autores. É negada a inserção de materiais impróprios que violem a moral, os bons costumes e/ou os direitos de terceiros. Saiba mais em Perguntas frequentes.