Jesus, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos

Fonte: Revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!, edição 105, de junho de 2009.

 

O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração

(A Série Oitavo Capítulo)

Ser multiplicador da revista JESUS ESTÁ CHEGANDO! proporciona a você e a quem recebe a publicação ecumênica da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo o benefício espiritual da leitura da série O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, feita pelo jornalista, radialista e pesquisador das Escrituras Sagradas Irmão Paiva Netto.

Nascidas de suas palestras de improviso no rádio e na TV, no período de outubro de 1990 a fevereiro de 1992, essas explanações sobre o Livro das Profecias Finais recebem por parte dele a lapidação de exímio estilista. O autor enriquece substancialmente o seu trabalho original, fazendo uso de adendos, comentários e passagens do Antigo e do Novo Testamento, o que reforça o seu conceito de que a Revelação Divina permeia toda a Bíblia Sagrada, convidando-nos à análise da profunda e fascinante simbologia do Apocalipse.

A expressão da mais fiel Testemunha de Deus e o mérito de ser o Primogênito dos mortos, qualidades de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, são questões magistralmente apresentadas pelo escritor, tendo como fundamento a Unidade do Filho no Pai.

Bom estudo a todos.

Os editores

Minhas Amigas e minhas Irmãs, meus Irmãos e meus Amigos,

Tela: Philippe de Champaigne (1602-1674)

Moisés

Moisés, Profeta e grande legislador hebreu, no capítulo 32 do livro Deuteronômio, versículo primeiro, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, registra o seu pedido de atenção às potestades celestes — e ao povo que o acompanhava — para o que tem a proferir:

“Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca”.

Já imaginaram o impacto dessas afirmativas sobre a multidão presente naquele cenário escaldante do deserto? A majestade do vasto firmamento comovendo-as, apesar do intenso calor? Trata-se da visão magnífica, notável, do céu sem limites!

Isso realça a imponência nascida do conteúdo da pregação que está sendo feita, do espírito daquilo que é revelado para sacudir a intimidade das pessoas. Não quer dizer que, quando formos pregar, sejamos soberbos. A magnitude é de Deus, não nossa. A humildade é a chave do bom entendimento*1.

— “Porque assim diz o Altíssimo, o Sublime, que habita a eternidade, cujo nome é Santo: Habito no Alto e Santo Lugar, mas habito também com os aflitos e os humildes de espírito, para vivificar o espírito dos humildes e vivificar o coração dos aflitos” (Isaías, 57:15).

● Antônio Vieira, Descartes e o valor da crítica

Reprodução BV

Padre Antônio Vieira

Por que estudamos aprofundadamente o Poder profético e a Autoridade de Jesus, autor do Apocalipse?

Arquivo BV

Alziro Zarur   

Alziro Zarur (1914-1979), Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, contava que o padre Antônio Vieira (1608-1697), quando tomava conhecimento de algum ataque de que fora vítima, primeiro perguntava,

— “Quem foi que disse?!”

Reprodução BV

René Descartes

O efeito da crítica varia de significado consoante as condições morais, culturais ou espirituais de quem a pronuncia ou vive. De acordo com a qualidade do eventual oponente, o venerado religioso e orador sacro considerava se valia a pena responder-lhe ou não. Bem que, aqui entre nós, ele não era muito de ficar calado. Convém juntar à ponderação do famoso autor de Sermões o conceito do respeitado filósofo, matemático e físico francês René Descartes (1596-1650):

— “Quando me fazem uma ofensa, procuro erguer minha alma tão alto que a injúria não pode alcançá-la”*2.

Touché!

● Origem da Autoridade do Apocalipse

No tocante ao Livro das Profecias Finais, alvo de tantas censuras apressadas, é que me pronunciei acerca do incomparável valor que ele possui, justamente por originar-se em Deus e ter sido entregue por Jesus, o Profeta Divino, a João por intermédio de um Anjo (Espírito Superior). Nada mais elevado que isso: a Revelação Profética é oriunda dos Páramos Celestes.

Jesus, o Profeta Divino (2011) — 19ª edição. Adquira!

Tenho ensinado aos Jovens Militantes da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, do corpo e da Alma, que não é produtivo ler livros simplesmente, mas analisá-los de preferência em Espírito e Verdade, à luz do espiritualmente revolucionário Novo Mandamento do Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, a estrutura de um mundo novo (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; e 15:12,13 e 9). Por quê?! Porque — não se esqueçam, por favor, e nisso aprofundem o raciocínio — o governo da Terra começa no Céu. No Céu! Isso é, sociologicamente falando para os que têm “olhos de ver e ouvidos de ouvir”*3, mais impactante do que foi o surgimento dos enciclopedistas, do Iluminismo; da doutrina de Marx (1818-1883); da Rerum Novarum (1891), de Leão XIII (1810-1955), por exemplo. Não foi, pois, sem motivo que Alziro Zarur marcou o Mandamento de Jesus como “Chave da Vida e Chave da Morte” (ensinamento que foquei no número 86 de JESUS ESTÁ CHEGANDO!) e também no capítulo “Profeta Isaías, Apocalipse e Lei de Causa e Efeito – X”, de meu livro Jesus, o Profeta Divino (2011).

Jamais temer defender a Verdade

A afirmação que acabo de proferir pode parecer exagerada às minhas Irmãs e aos meus Irmãos excessivamente racionais, mas não é. Basta que, com humildade, sem negativas a priori, sem preconceitos intelectuais bastantemente cômodos, raciocinem acerca da importância da Alma. Já que falei em Alma, vem-me a juízo esta ponderação: vez por outra, surge um pensador que alegremente se apresenta contrário à realidade do Espírito e da Vida eterna. Desde menino, aprendi que um dos fundamentos da notável Ciência, que tanto progresso tem trazido aos povos, é a provaSim, uma comprovação que seja! Então, como um homem científico pode negar, alguns rudemente, a perenidade da Vida, que se prolonga pelo Mundo (ainda) Invisível, se ele nem ao menos morreu?! (risos). E se alguém, num repto, declara que eu igualmente, por enquanto, não passei desta para melhor (risos), contraponho-lhe o seguinte: pelo menos, sem ideia preconcebida, lancei-me humildemente ao estudo de pesquisadores renomados que, com grande autoridade, averiguaram em termos comprobatórios a expectativa da continuação da existência, não como carne, mas, sim, Espírito. E esses estudiosos que analisaram os fatos não temeram enfrentar, ao defender as suas conclusões pioneiras, o status quo da física convencional e, não raro, condicionada quando o assunto em pauta é o Espírito. No campo do pensamento não pode haver limites dogmáticos, e é de bom alvitre um pouco de bom humor civilizado.

A questão é vital, visto que a todo momento o Apocalipse trata da veracidade do Plano Invisível, portanto da manifestação e da incessante permanência da Alma. E Deus, que não tem princípio nem fim, é Espírito. Leiam o Gênesis mosaico, 1:2:

— “(...) E o Espírito de Deus vagava sobre a face das águas”.

E para arrematar por agora o tema, não nos esqueçamos do que Jesus afirmou à samaritana junto ao poço de Jacó, no Evangelho, segundo João, 4:24:

— “Deus é Espírito”.

Tela: Sátyro Marques (1935-2019)

Detalhe da obra: A visão do Trono de Deus.

Nosso destino não é o horror do túmulo

Como sei da vontade de vocês, voltaremos a esse ponto, trazendo, dentro do possível, os nomes e as teses deles, na pregação que, em outras ocasiões, lhes estou fazendo sobre a Ciência do Espírito.

Nosso destino não termina no horror do túmulo. Estamos diante de um formidável Renascimento Espiritual, que tem o comando direto do Cristo de Deus.

André Luiz fala da LBV

André Luiz, por psicografia, já fizera esta revelação:

Arquivo BV

Dr. André Luiz

— “A Legião da Boa Vontade é a nossa caravana de agora. Não nos iludamos: Jesus segue na vanguarda do nosso movimento! (...) E, mesmo atados à cruz do sacrifício, e sob os grilhões da nossa falta de iluminação espiritual, atendamos ao chamado do Cristo, não nos compreendendo por heróis ou por santos, mas como simples trabalhadores dedicados da imensa e santificante Legião da Boa Vontade evangélica”.

Quanto ao senso crítico espiritual na análise dos textos sagrados, no caso do Apocalipse, devemos proceder da mesma forma: saber quem é o Autor (Jesus Cristo) que reveste da própria Sabedoria de Deus o último livro da Bíblia.

O Apocalipse é, antes de tudo, de Deus

Prossigamos com o exame do seu capítulo primeiro, descrito pela sensitividade do Evangelista-Profeta João e por força da autoridade de Jesus, que é “Um com o Pai”. Se bem que a mensagem reveladora já tenha proveniência em Deus. Lê-se logo nos versículos iniciais do extraordinário Texto Profético. Vamos relembrá-lo para o nosso próprio bem:

● O Título, o Autor e o Assunto do Livro

“1 Revelação de Jesus, o Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que Ele, enviando-as por intermédio do Seu Anjo, notificou ao Seu servo João,

“2 o qual atestou a Palavra de Deus e o Testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.

“3 Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, pois o Tempo está próximo”*4.

Vimos anteriormente que Apocalipse vem do grego e significa Revelação. O Autor é Jesus Cristo, fato que por si só justifica todo o seu sublime sentido. E essa importância aumenta quando ficamos sabendo em seguida que foi Deus Quem transmitiu a Jesus a Revelação. Para quê?! Para mostrar aos Seus servos

1 (...) as coisas que em breve devem acontecer e que, pelo Seu Anjo, Jesus as enviou e as notificou a João, Seu servo.”

Portanto, o Apocalipse, antes de tudo, é de Deus. Há aqui uma filigrana a ser destacada: quando vocês afiançam que o Apocalipse é do Cristo, estão certos porque levam em consideração altíssima as Palavras de Jesus sobre Ele e o Pai formarem uma Unidade indissociável.

— “Eu e o Pai somos Um” (Evangelho, consoante João, 10:30).

E o Apocalipse — é bom reiterar, porque isto não pode ser esquecido — vem da parte de Deus. Daí ser Jesus o Profeta Divino.

● O nonagenário João

Tela: Pedro de Orrente (1580-1645)

Título da obra: João Evangelista em Patmos.

Vejam, ainda no versículo segundo, a relevância do depoimento do fiel vidente do Apocalipse. Nonagenário, passou a vida inteira suportando açoites psicológicos e físicos. Imaginem o que João sofreu! Estava preso na ilha de Patmos por determinação de Domiciano (51-96), cruel imperador de Roma. No entanto, João, varão de Plutarco — quer dizer: um homem valoroso —, não negou o testemunho de Jesus, porquanto descreveu o que espiritualmente tinha recebido, sem se importar se seria mal julgado, até por sacerdotes em pleno século 20 (estávamos em 1990), que acham que tudo foi um delírio do Evangelista-Profeta. Ao contrário, representou notável êxtase instrutivo, repleto de intensa seriedade espiritual, moral, social, naturalmente humana.

—“2 o qual atestou a Palavra de Deus e o Testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.”

Foi justamente João quem, no exílio de Patmos, testificou toda essa Verdade contida no Livro Profético!

● Apocalipse solene advertência e bênção

Que maravilha! O versículo terceiro do capítulo primeiro é uma bem-aventurança para quem o lê. Não se trata de um anátema em si mesmo. O Apocalipse não deseja a derrota de ninguém. Pelo contrário, demonstra o que fora assinalado por Ezequiel, em seu livro, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada (33:11):

— “Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos (...)”.

O Livro das Profecias Evangélico-Apocalípticas solenemente adverte, isto sim, quanto ao trágico (ou feliz) resultado do mau (ou bom) comportamento individual ou coletivo. Veremos lá adiante. Sob alguns aspectos, todo o mundo receberá um pouco, ou bastante, do que vai advir sobre os povos, conforme o próprio merecimento. Ou será que ainda existem muitos desavisados defensores do reino da irresponsabilidade?! É loucura, hein?! Não há grupamento ou nação que consiga impunemente sobreviver a tanto descalabro!

● A primeira bênção do Apocalipse

E agora a bênção que corresponde ao terceiro versículo do capítulo primeiro. Portanto logo no início do Livro que tanta gente até hoje teme, quando deveria reverenciá-lo, porque é, de acordo com o que já analisamos, uma Carta de Amor que Deus misericordiosamente nos endereça. Ora, só quem verdadeiramente ama alerta o ser amado. E o Pai Celestial, Criador Supremo, ama da mesma forma todos os Seus filhos. Se isso lhes parece uma incongruência, por favor, deem-se o cuidado de ler, com toda a atenção, o Livro das Profecias Finais — que Zarur chamava de “o Evangelho Moderno” — e a Boa Nova de Jesus, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João.

Ao estudá-los, devemos levar em conta este provérbio chinês: “Um momento de paciência pode evitar um grande desastre. Um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida”.

Alguns deixam de estudar a Bíblia por impaciência.

Peço-lhes licença para trazer uma simples sugestão: avaliem, sem preconceitos e ódios, a Lei das Vidas Sucessivas, sem de antemão considerá-la um ato de tirania celeste. Ela, pois, com certeza, trata-se de renovada oportunidade que Deus concede aos Seus filhos para que alcancem dignamente a redenção.

Reprodução BV

Chico Xavier

Em Missionários da Luz, de André Luiz, na psicografia do Legionário da Boa Vontade Chico Xavier*5, o orientador espiritual Alexandre faz este importante esclarecimento sobre o tema:

— “As provas de resgate legítimo inclinam a alma encarnada a situações periclitantes e difíceis na recapitulação das experiências; todavia, não obrigam a novas quedas espirituais, quando dispomos de verdadeira boa vontade no trabalho de elevação. O aprendiz aplicado pode ganhar muito tempo e conquistar imensos valores se, de fato, procura conhecer as lições e pô-las em prática. A justiça divina nunca foi exercida sem amor. E quando a fidelidade sincera ao Senhor permanece viva no coração dos homens, há sempre lugar para o acréscimo de misericórdia a que se referia Jesus em Seu apostolado”. (Os destaques são meus.)

Realmente, Jesus disse em Lucas 12:31: “Buscai, antes de tudo, o Reino de Deus [e Sua Justiça], e estas coisas vos serão acrescentadas”.

A Didática Divina na interpretação profética

Visto isto, vamos então ao confortante versículo terceiro do capítulo primeiro do Apocalipse:

— Bem-aventurados aqueles que leem e os que ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, porque o Tempo está próximo”.

Aqui uma explicação se faz necessária. O Texto Profético foi escrito há cerca de dois mil anos. Naquela época, poucos sabiam ler, tanto que existia a classe dos escribas, que desfrutava enorme prestígio na sociedade antiga. Por isso, originalmente encontramos no Apocalipse o versículo terceiro do capítulo inicial apresentado da seguinte maneira:

— “Bem-aventurado aquele que LÊ e os que ouvem (...)”.

Naquela altura, o Evangelista-Profeta estava coberto de razão ao inserir no teor bíblico o verbo ler na terceira pessoa do singular do presente do modo indicativo: “Aquele que lê” e o ouvir, na terceira pessoa do plural também do presente do indicativo: e os que ouvem”No passado, o analfabetismo era geral, portanto bem maior do que agora. Observemos o exemplo didático de igrejas e das grandes catedrais do medievo, aquelas erguidas séculos depois de João: são até hoje adornadas por vitrais maravilhosos que contam a Vida de Jesus. A população, que não sabia ler nem escrever, adentrava seus ambientes e ficava extasiada, contemplando a via-sacra e outras passagens do Cristianismo, retratadas no colorido dos vidros artisticamente talhados, e assimilando-as assim, além de ouvir os pregadores.

Logo, era admissível que — na época de João, em décadas próximas e em períodos posteriores — esse versículo fosse escrito de tal modo. Nos dias atuais, muita gente aprendeu a ler. Por isso, grafei:

— “Bem-aventurados aqueles que LEEM (...)”,

até mesmo como uma forma de instigar a leitura do Apocalipse aos bilhões de pessoas que hoje não mais são analfabetas e podem ter acesso a ele. Além de estimular os que não adquiriram o conhecimento das letras a buscá-lo.

Dr. Bezerra de Menezes   

Recomenda o muito nobre Dr. Bezerra de Menezes (1831-1900), pela psicografia de Chico Periotto:

— “Estudar os Textos Sagrados com denodo e refletir com o coração aberto é vital para os seres vivos na Terra e no Mundo Espiritual”.

● A questão espiritual do tempo

Essa questão do tempo, que está realmente próximo (Apocalipse, 1:1), deve ser com insistência objeto de estudo e reflexão. Mas sempre lembrando que o tempo próximo da profecia apocalíptica se realiza por partes, dentro de grandes partes e da Grande Parte Final. Assunto que aprofundaremos em outra ocasião.

O salmista no Velho Testamento da Bíblia Sagrada (Salmos, 90:4) o afirma e Pedro Apóstolo (Segunda Epístola, 3:8 e 9) no Novo Testamento o ratifica:

— “Mil anos dos homens são para Deus como o dia de ontem que já passou”.

Então, Jesus pediu dois dias para voltar”, constantemente destacava o saudoso Irmão Zarur. “E vai ressurgir, do mesmo modo como no passado ressuscitou, ao terceiro dia, depois de ter sido “morto” e “sepultado” pelos seres humanos, aos quais veio salvar. Atentemos ainda para o fato de que esse “terceiro dia”, que terá início em 2001 (estávamos na década de 1990), possui mil anos de duração, segundo a contagem terrena. É palmar que lhes falamos do terceiro milênio, que vem logo ali. Nenhum de nós na Terra detém autoridade suficiente para apontar esta ou aquela data como a da Volta de Jesus, mas pode concorrer para abreviá-la, conforme se encontra na Segunda Epístola de Pedro, 3:11 e 12:

— “Vivei em santo procedimento, esperando e apressando a vinda desse Dia do Senhor (...)”.

Adendo único

 

● O breve Tempo de Deus

Reforçando o assunto Tempo, no tocante ao Retorno do Divino Mestre — como o Leão da Tribo de Judá”, Apocalipse (5:5), isto é, “com poder e grande glória” (Evangelho, segundo Mateus, 24:30), não mais como cordeiro a ser abatido —, releio em Reflexões da Alma (2003) trechos da análise que realizei, depois de estudar Zarur e em anos de pesquisa variada. E o faço aqui com determinados acréscimos:

Alguns argumentam contra a credibilidade do Apocalipse, tendo em vista esta sua afirmativa: “... pois o tempo em breve chegará”E o fazem até sem jamais o ter lido. Ou, se abriram suas páginas, passaram apenas os olhos nelas, com a ligeireza de quem lê um romance de quinta categoria... 

A esses, reiteradamente convido a levar em consideração determinados fatores, como há pouco vimos e que, por serem tão vitais, repito-os para melhor ilustração. Jamais se esqueçam deles, porquanto isso é FUNDAMENTAL para o entendimento da Profecia Celeste:

1) que o “breve” para Deus não é o mesmo para os homens. Convém relembrar a seguinte passagem do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, Salmos, 90:4 (Oração de Moisés, Varão de Deus):

— “Porque mil anos são aos Teus olhos [ó Senhor!] como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite (...).

E do Novo Testamento, a Segunda Carta do Apóstolo Pedro, 3:8 a 10:

— “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia. O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a tenham por morosa; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela existem se queimarão”;

2) que dois milênios, com referência à idade da Terra como planeta — cerca de 4,5 bilhões de anos —, estatisticamente considerados, correspondem a zero;

3) que muitos dos fatos previstos no Livro das Profecias Finais já ocorreram, ocorrerão ou se repetirão em novos ciclos.

4) E que o tempo próximo geralmente se realiza parte por parte, dentro de grandes partes e da Grande Parte Final, que se repete, de longo em longo tempo, em períodos matemáticos.

Eis aí!

● Jesus revela e se revela*6

Retomando o capítulo primeiro do Apocalipse, a partir do versículo quarto, compreenderemos o valor das Cartas às Igrejas da Ásia, que hoje simbolizam a humanidade inteira. Aprendemos que o Apocalipse é de todo admirável. Contudo, se houvesse nele um recado de alguém ou do próprio João Evangelista, por melhor que o mais novo Apóstolo do Mestre de Nazaré haja sido, essa missiva teria seu conteúdo limitado, visto que ele não é Deus, nem é Jesus, nem mesmo o Espírito Santo. Diante do raciocínio antes exposto, comprovaremos que no Apocalipse a Mensagem às Igrejas (capítulos 1, 2 e 3) é importantíssima, valiosíssima. Afinal é Deus, a origem da Revelação a Jesus, Quem, acima de tudo, vai se dirigir àquelas assembleias por intermédio do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista:

Dedicatória às Sete Igrejas da Ásia

“4 João, às Sete Igrejas que se encontram na Ásia: Graça e paz a vós outros, da parte Daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos Sete Espíritos que se acham diante do Seu trono,

“5 e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra. Àquele que nos ama, e, pelo Seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,

“6 e nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.

● A Eternidade Divina

Quem é Aquele que é, que era e que há de vir? Quem?!

Deus! com Quem Jesus é UM, de acordo com o que o próprio Divino Profeta afirma, a respeito do que várias vezes temos conversado.

E, no versículo oitavo do capítulo primeiro, vemos patenteada esta verdade:

— “Eu sou o Alfa e o Ômega, o A e o Z, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso Deus”.

Aí está expressa a Eternidade Divina. Deus não foi criado, mas gerou o Filho, que O chama de Pai. Fica evidente — aos que “têm olhos de ver e ouvidos de ouvir” — que Deus é o Supremo Arquiteto do Universo, como O denominam os Irmãos da Maçonaria.

Vocês poderão tranquilamente perceber o delineamento das figuras que formam a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Observemos:

a) Que é: está presente, é Onipresente, Onisciente, Onipotente e Onidirigente;

b) Que era: pois sempre existiu;

c) Há de vir: reinará para todo o sempre;

d) da parte dos Sete Espíritos que estão diante do Seu trono: que grandeza dessas Entidades Celestes! Elas representam o quê? O suprassumo do Espírito Santo.

e) E da parte de Jesus Cristo.

Anteriormente, no versículo primeiro, lemos:

— “Revelação de Jesus, o Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer”.

Nisso nos firmamos para concluir que Ele, Jesus, é Quem revela e desvenda a Profecia da qual João, na sua indesmentível lealdade ao Cristo Planetário, foi apenas o retransmissor, o digitador fiel. E o Mestre dos mestres se revela nos versículos quinto e sexto, pois é

— a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra”.

Em seguida, todo o Apocalipse prossegue como revelação de cima abaixo.

● A Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos

Vamos analisar com as vibrações do órgão do sentimento e a atenção da mente, aliados, o versículo quinto do capítulo primeiro do Apocalipse:

— “5 e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra. Àquele que nos ama, e, pelo Seu sangue, nos libertou dos nossos pecados” (...).

Naturalmente, Ele é a Fiel Testemunha porque não nega a Deus, a ponto de imolar-se pelo Criador para salvar as Suas criaturas com o Seu próprio sangue, no Gólgota. Antes, no Monte das Oliveiras, tinha depositado Seu Destino nas Mãos do Senhor do Universo:

— “Pai, se for possível, afastai de mim esse cálice de sofrimento. Mas se for da Vossa Vontade, seja feita Vossa Vontade” (Evangelho, segundo Lucas, 22:42),

conforme Ele havia rogado na Oração do Pai-Nosso,

— “Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu” (Evangelho, consoante Mateus, 6:10).

O Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, exemplifica o testemunho que devemos, de nossa parte, efetivar na Terra e no Céu da Terra por Ele, que se submeteu ao martírio da cruz, a fim de não trair o Pai Celestial na missão, que Dele recebeu, de nos salvar. Por esse motivo Lhe somos infinitamente devedores, jamais ingratos.

Uma Ressurreição especial

Quando leem “o Primogênito dos mortos”, alguns podem alegar que muitos ressuscitaram antes de Jesus. Contudo, a Ressurreição Dele tem um significado todo especial, que justifica a afirmativa do Apocalipse. É que Jesus renasceu Nele mesmo (instruindo-nos a corajosamente nos revelar a nós próprios, não como carne, mas Espírito, que de fato somos acima de tudo) e assim unificou-se na Integração Total, que é Deus. Então, Ele é o Primogênito dos mortos, quer dizer: na verdade, sempre esteve ressurreto, pois fidelissimamente ligado ao Pai desde antes da fundação do mundo (Evangelho, segundo João, 17:5). Quanta gente foi ressuscitada e depois continuou a trilhar os umbrais da ignorância? O Mestre, não! A Ressurreição de Jesus ocorre pelo conhecimento e pela aceitação que Ele faz de Seu Sagrado Ministério sobre nosso planeta.

Tela: R Jon McNaughton

Título da obra: Ele ressuscitou.

● Ressurreição pelos méritos espirituais e humanos

O Supremo Governante desta nossa morada coletiva tem poder, divina e profeticamente o exerce, porque é a Fiel Testemunha. Ele testifica o Pai Celestial entre nós, os homens, as mulheres, os jovens, as crianças e os Espíritos, que, como concluímos, firmados na Palavra de Jesus, não constituem uma abstração:

— “Meu reino (aindanão é deste mundo (porém do Mundo Espiritual)” (Evangelho, conforme João, 18:36).

Por isso, espera que O testemunhemos na Terra, de forma que Ele nos possa testemunhar no Céu, ou Espaço, ou Mundo da Verdade ou Plano dos Espíritos, situado em determinadas frequências, que nossos sentidos físicos e o avanço tecnológico por ora não percebem.

— “Todo aquele que me testemunhar diante dos homens, também Eu o testemunharei diante do meu Pai, que está nos Céus; mas aquele que me negar perante os homens, também Eu o negarei diante de meu Pai, que está nos Céus” (Evangelho, segundo Mateus, 10:32 e 33).

Ressalto que o Divino Crucificado ressuscitou pelo Seu próprio merecimento, pois sempre teve consciência da Sua Divindade, da qual antes fizera jus. Todos do mesmo modo seremos um com Deus, à medida que formos crescendo espiritualmente. Ele disse:

“20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que creem em mim, por meio da palavra deles;

“21 a fim de que todos sejam um; e que como Tu, Pai, és em mim e Eu em Ti, também sejam eles um em nós; para que o mundo saiba e creia que Tu me enviaste.

“22 Eu lhes dei a glória que Tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos Um.

“23 Eu estou neles, e Tu estás em mim, para que eles sejam consumados na unidade, e para que o mundo conheça que Tu me enviaste e que Tu os amaste, como amaste também a mim” (Evangelho do Cristo, consoante João, 17:20 a 23).

O significado do sangue que liberta

O Excelso Pegureiro não renasceu por intermédio de quem quer que seja, como foi o caso de Lázaro e de outros registrados nos relatos religiosos e laicos. Em particular, os que os Seus Apóstolos e Discípulos igualmente fizeram retomar a vida. Ele é o Primogênito dos mortos porque venceu a morte e tornou-se o Soberano dos reis da Terra, a Fiel Testemunha. É Aquele que, para satisfação nossa, nos ama e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados.

Todavia, alguém pode questionar:

— “Seu sangue?! Mas já secou há muito tempo!”...

Seu sangue aqui é a lição imortal que Ele nos legou. Seu exemplo: uma perseverança incomum, uma obstinação incansável no Bem. Foi chicoteado, apedrejado, cuspido, açoitado, coroado de espinhos, crucificado. Deram-Lhe com uma vara na cabeça e, ainda assim, não desertou de Seu Pai e nosso Pai.

Mediante Jesus, a reforma do social vem pelo espiritual

Notaram de onde vem a nossa fortaleza?

Ora, quem está com o Divino Mestre nada pode temer, mesmo nos piores momentos da existência. Ele nos fortalece em Sja Boa Nova, consoante João, 14:18; e Mateus, 28:20, dizendo:

— “Eu não vos deixarei órfãos e estarei convosco, todos os dias, até ao fim do mundo.”

Para esses seguidores fiéis, o oportuno ensinamento do Apóstolo Pedro (Primeira Epístola, 2:15) sobre a origem da verdadeira força e do genuíno poder:

— “(...) essa é a vontade do Pai Celestial — que, praticando o Bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos”.

Dessa forma comportou-se Jesus perante os opositores: com Seu modo firme de agir, dando incessante testificação do Poder Divino, não deixava de fazer o Bem, ao mesmo tempo que o pregava pelos caminhos.

Eis, portanto, Quem é e por que é

— “a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra, que nos ama e pelo Seu sangue (os exemplos) nos libertou dos nossos pecados” (Apocalipse, 1:5),

mostrando-nos como vencer neste mundo de contrariedades. Perseverar Nele e no Pai até ao fim, levando o benefício celeste a todas as criaturas, é a chave de nossa sobrevivência. É com esse saber que, antes de tudo, poderá ser concretizado o definitivo aperfeiçoamento da sociedade. Como há muito lhes tenho falado, a reforma do social vem pelo Espiritual. Trata-se, pois, de um grande trabalho a ser feito. Inapelavelmente, contudo, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento do Reformador Divino, para o qual sempre contaremos com o apoio de Jesus. Foi Ele Quem assegurou:

— “Eu estarei convosco, todos os dias, até ao fim do mundo!” (Evangelho, segundo Mateus, 28:20).

Que conforto nos oferece o Divino Amigo!

E, não satisfeito em nos redimir pelo Seu sangue (está aqui no versículo sexto do capítulo primeiro), nos constituiu reino (portanto, poder espiritual), sacerdotes (virtude religiosa), para Seu Deus e Pai (Apocalipse, 1:5 e 6). Então, é para algo muito elevado. Por isso, queremos a todo instante impulsionar as pessoas a subirem na direção de Deus e ser Primícias do Pai Celestial, como os remidos do Cordeiro no Monte Sião, descritos no Apocalipse, 14: 4 e 5:

“(...) eles seguem o Cordeiro de Deus por onde quer que vá. São os que foram escolhidos dentre os homens (e mulheres), primícias para Deus e para o Cristo; e não se achou mentira nas suas bocas, porque não têm mácula.

Isso é governar, pois, reformado o Espírito do ser humano, tudo irá transformar-se. Evidentemente que não apenas pela ação unilateral de um único ser, bastas vezes disposto a armar guerras de extermínio, porém, pela vontade dos povos unida à competência que, pela intuição, nos desce do Governo do Alto. Respeitando o livre-arbítrio das criaturas, este Comando Espiritual, na hora possível, saibamos ou não, sempre conteve – de uma forma ou de outra, sem que a maioria imensa da humanidade perceba –  as decisões (quando funestas) dos dirigentes terrestres. Estes, se largados totalmente soltos por aí, teriam acabado com tudo, há muito tempo. Todavia, a Intervenção Divina vai impedindo que a nossa única morada pereça. Como já lhes disse, tantas vezes lhes disse!, Deus nos deixa moralmente livres, mas não imoralmente livres, notemos ou não o cumprimento dessa Lei.

Ninguém é obrigado a acreditar nela, mas o entrave, que ainda impede tanta gente de entender esse mecanismo, é supor que a Lei Universal da Reencarnação seja uma balela, ou uma demonstração de desamor divino contra os pecadores (o que aliás todos somos), quando a Lei das Vidas Sucessivas constitui excelente oportunidade que o Pai Celestial concede aos Seus filhos. Desalmado então seria o castigo eterno. A Vontade Soberana de Deus é que o faltoso não se perca, de acordo com o que diz o Profeta Ezequiel, 33:11, no seu livro do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, citado nas páginas deste trabalho.

Adendo III

Sobre essa Lei da Vida Plural, que nos confere infinitos ensejos de recuperação e crescimento do Espírito, escreveu o Dr. Bezerra de Menezes, pela psicografia de Chico Periotto:

— “Perante o Pai Celestial que tudo vê e registra na memória do tempo, proceder evoluindo continuamente é o mais perfeito passo a ser executado pelo ser vivente que trafega, por ordem de Deus, indo e vindo, subindo e descendo, dentro do grande mecanismo chamado Reencarnação”.

Esse importante recado do ilustre Espírito nos faz recordar a famosa passagem do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada (Gênesis, 28:10 a 22) na qual Jacó observa uma escada que liga Céu e Terra. Por ela, Anjos (Almas, Espíritos) desciam e subiam ininterruptamente, estabelecendo ligação direta entre o mundo dos “vivos” e o dos “mortos”. Disso podemos depreender o processo das vidas sucessivas, pois os “habitantes do Outro Lado” cumprem tal roteiro incluidamente quando reencarnam: descem quando voltam à Terra, sobem quando retornam ao Céu. Os Anjos estão igualmente trabalhando, seguindo o exemplo de Deus. Jesus nos revela que

— “Deus não cessa de trabalhar” (Evangelho, segundo João, 5:17).

Há 30 anos, compus uma quadrinha, que os Legionários da Boa Vontade de Deus e os Cristãos do Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico e Divino Estadista, cantam com toda a alegria de seus corações:

LBV — Santa e Divina,
Ajudai-me no meu roteiro,
A caminhar para Cima,
Elevando o povo inteiro!

O significado de primícias

O termo primícias é sinônimo de primeiros frutos colhidos, primórdios, prelúdios, começos. No caso humano-moral, citado no Apocalipse, significam aqueles que, ao ouvirem o chamamento de Deus, logo Nele se integram e Dele não se afastam jamais. Porque o segredo da salvação humano-espiritual é a persistência nos assuntos celestiais e, por força de seu benfazejo impulso, a realização de algo que enobreça a sociedade pátria e mundial. Não basta, pois, somente crer neles. Necessário se faz exemplificá-los, porquanto é Jesus Quem declara não ser suficiente afirmarmos que cremos na Sua Autoridade sem cumprir o que Ele manda fazer*7:

O Divino Chefe profetiza a respeito de Sua Volta Triunfal, dizendo:

— “Quando o Filho de Deus vier com poder e grande glória, acompanhado de todos os Santos Anjos, então se assentará no trono da Sua honra divina. Todas as nações serão congregadas diante Dele, e separará uns dos outros, como o pastor afasta as ovelhas dos cabritos; porá as ovelhas à Sua direita, mas os cabritos, à esquerda. Dirá então o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, ingressai na posse do reino que vos está preparado desde o princípio do mundo; pois tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era forasteiro e me recolhestes, estava nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, preso e me viestes ver. Então perguntarão os justos: Senhor, quando Te vimos faminto e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando Te vimos forasteiro e Te recolhemos, ou nu e Te vestimos? Quando Te vimos enfermo ou preso e Te fomos visitar? O Rei responderá: Em verdade, em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a um desses meus irmãos pequeninos, a mim mesmo o fizestes. Dirá também aos que estiverem à Sua esquerda: Apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade; pois tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era forasteiro e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, enfermo e preso e não me visitastes. Também esses perguntarão: Senhor, quando Te vimos faminto, com sede, forasteiro, nu, enfermo, ou preso, e não Te servimos? Então lhes responderá: Em verdade, em verdade vos digo que quantas vezes o deixastes de fazer a um desses pequeninos, a mim o deixastes de fazer” (Evangelho, consoante Mateus, 25:31 a 45).

Tela: Sátyro Marques (1935-2019)

Detalhe da obra: Os cento e quarenta e quatro mil selados de Israel.

Direita e esquerda citadas por Jesus não têm relação direta com direita e esquerda ideológicas e políticas.

Adendo IV

Lutero, Fé e Boas Obras

Reprodução BV

Martinho Lutero

Aqui um texto de minha autoria, que publiquei em Reflexões da Alma, cuja primeira edição é de 2003:

Um dos maiores questionamentos de boa parte daqueles que desejam a salvação espiritual é “O que mais agrada a Deus?” Martinho Lutero (1483-1546), o reformador, tem a resposta, citada pelo professor Leônidas Boutin (.......-2015):

— “Ter Fé verdadeira e inabalável na Palavra de Deus, que está contida nas Sagradas Escrituras. E quem tem verdadeiramente fé há de praticar boas obras, isto é, amará ao próximo, pois é impossível ter fé sem praticar boas obras, que são, assim, decorrências naturais e inevitáveis dela”*8.

 Newton e Lei de Ação e Reação

Reprodução BV

Isaac Newton

É imprescindível entender a Palavra de Deus e sustentar a decidida vontade de agir pelo bem-estar físico, moral e espiritual dos semelhantes, de forma que possamos verdadeiramente viver uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica. Falo daquela cujos cidadãos, comunidades e governos amparam os que se encontram em desdita, motivando-os a vencê-la, instruindo-os, educando-os e promovendo emprego. Porém, sem a preocupação de saber — com intenções radicais fanáticas — estágio cultural, moral e/ou espiritual; crença ou descrença; ideologia, etnia e tudo o mais a que possam pertencer. Bandeiras que, tantas vezes, têm servido para selvagemente separar em guerras, declaradas ou não, por milênios e milênios, os habitantes da Terra. Jamais permitamos que a intolerância fustigue os seres humanos, sobretudo o ódio religioso, pois ele é terrível,  já o dissemos. Se continuarmos nos comportando como bárbaros irredutíveis, ao passo que nos intitulamos seguidores de um “Deus que é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8), à medida que a História da humanidade nos aproxima do terceiro milênio (estávamos em 1990), o que merecemos além das sanções grafadas no Apocalipse?

Newton, que foi um profundo estudioso do Apocalipse, escreveu em sua Terceira Lei ou Lei de Ação e Reação, no volume Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural):

— “A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas”.

Ou como popularmente é conhecida, em uma de suas diversas versões:

— “A toda ação corresponde uma reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário”.

● A humanidade da Terra precisa recordar-se da Humanidade do Céu

Tantos quantos regimes sejam experimentados no mundo jamais poderão ofertar plenitude de contentamento aos povos. Por quê?! A resposta que me ocorre à mente é a de Alziro Zarur, quando afirma

— “aquilo que começa errado vai errado até ao fim”.

Isto é, se a pessoa, ou a coletividade, não quiser corrigir o seu rumo.

Para que se faça a reforma ideal da sociedade, o cidadão terrestre precisa descobriranalisar entender que a sua verdadeira origem tem início no Plano Invisível. Logo, quando dizemos que não bastam às criaturas apenas instrução e educação e propomos que toda a gente seja espiritualizada, convém esclarecer que esse serviço de sublimação dos povos exige que tomem conhecimento ou se recordem de que já fizeram parte da Humanidade do Alto, composta por Espíritos, antes de descerem à Terra. Há Vida antes da vidaportanto, existem Leis que precedem às humanas e sobre elas preponderam, pois revelou Jesus, o Legislador Divino:

— “Antes que houvesse mundo, Eu já existia” (Evangelho, segundo João, 8:58).

O que ligardes na Terra…”

Por sinal, Jesus, o Político Excelso, confiou a Pedro — em quem nos inspiramos no labor de servir ao Senhor da Terra, porquanto sua postura entre os Apóstolos foi a de persistente humanidade — este providencial comprometimento, anotado por Mateus, 16:19:

— “O que ligardes na Terra, Eu o ligarei no Céu; o que desligardes na Terra, Eu o desligarei no Céu”.

(...) Quer dizer, lato sensu, se todos cumprirmos os ensinamentos de Jesus, Fé e obras, desligaremos o sofrimento e ligaremos a felicidade, o Bem ao nosso destino. Se você não obedece às leis humanas — que são humanas — é passível de punição. Imagine quanto às Ordenações Divinas? Mas se você respeita as Leis Celestes, feitas para nos tornar melhores, o que há de acontecer-lhe? Ligar-se-á no Céu à qualidade do comportamento ideal a que se dispuser a realizar.

Diante do vertiginoso progresso tecnológico (e descompassos econômicos), que nos pode arrastar a qualquer situação, boa ou má, é urgente que a sociedade planetária se alie aos Políticos, Economistas e Religiosos Celestes para merecer a proteção deles. Jamais deve sintonizar-se com os habitantes das regiões inferiores (ainda a nós invisíveis), ou infernos, se assim preferirem. Embora inferno, segundo eles, seja de modo implacável para sempre, e Umbral tenha sua ação restrita à necessidade de tempo praa a melhora do Espírito em provação. Infelizmente, o que se tem assistido, por milênios e milênios, é o triste conluio entre homens e seres espirituais atrasados, que muitos costumam chamar de demônios. A baixa influenciação dessas almas ainda perversas tem levado gerações e gerações aos mais inacreditáveis e sangrentos antagonismos. Por isso, com muito acerto concluiu Zarur que

— “o segredo do governo dos povos é unir a humanidade da Terra à Humanidade do Céu (Espiritual Elevado)*9.

Contudo, a maioria dos comandantes deste orbe desconhece em profundidade a Constituição Divina do planeta Terra, motivo pelo qual suas legislaturas pouco ou nada nela se firmam. Daí os grandes problemas que afligem os grupos humanos, que, por se considerarem muito inteligentes, menoscabam a Sabedoria de Deus. Não percebemos devidamente, à beira do século 21 (estávamos em 1990), que antes de carne somos Espírito, é bom sempre relembrar. O mundo precisa de visionários.

John Kennedy

Bem a propósito, este pensamento de John Fitzgerald Kennedy (1917-1963), em seu discurso diante do Parlamento irlandês, no dia 28 de junho de 1963, em Dublin, Irlanda:

— “George Bernard Shaw, falando como um irlandês, sugeriu uma nova perspectiva à vida. ‘Algumas pessoas, ele disse, veem as coisas e perguntam: Por quê? Mas eu sonho com coisas que nunca existiram — e questiono: Por que não?’”

E, como um descendente de imigrantes irlandeses, prossegue JFK:

— “É esta a qualidade do povo irlandês: a notável combinação de esperança, convicção e imaginação — que, mais do que nunca, é preciso ter. Os problemas do mundo não podem ser resolvidos por céticos ou cínicos, cujos horizontes se limitam às realidades evidentes. Precisamos de homens capazes de imaginar o que nunca existiu e de questionar ‘por que não?’”

Ora, essas também são qualidades do nosso bom povo brasileiro, iluminado de esperança, por pior que seja a conjuntura.

Reprodução BV

Albert Einstein

Ditas todas essas coisas, fica claro aos que têmolhos de ver e ouvidos de ouvir que o aprendizado neste mundo ainda é incompleto. O entendimento hodierno da Vida Espiritual é semelhante ao da Lei da Gravitação Universal, de Newton, com as presentes contribuições de Einstein. Apenas como argumento, poderíamos dizer que não adiantaria simplesmente negá-la, porquanto nosso saber científico contemporâneo não alcançou por inteiro todas as leis que a regem.

Realmente, é necessário reiterar o ensinamento: a reforma do social começa no Espiritual. Ponto de vista que desenvolveremos no transcurso das explicações do Evangelho-Apocalipse de Jesus, em Espírito e Verdade pelo prisma do Mandamento Novo. Não é sem motivo que O chamamos de Cristo Ecumênico, porque o Seu Poder Sacrossanto a tudo abarca. Razão pela qual — guardem bem isto — Ele é o Divino Estadista.

“Só Jesus pode salvar o Brasil e o mundo”

Zarur costumava exclamar em suas pregações e nas preces que maravilhosamente proferia:

—“Só Jesus pode salvar o Brasil!”*10,

concomitantemente as demais nações.

Reino dos homens torna-se de Deus

Tudo que aqui foi exposto será um dia fácil à compreensão terrena, porque não haverá coisa alguma que separe o Reino de Deus do reino dos homens.

—“O Sétimo Anjo tocou a trombeta, e se ouviram no céu grandes vozes, dizendo:O reino do mundo se tornou de nosso Deus e do Seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos (Apocalipse, 11:15).

Jesus anunciou em Sua Boa Nova que todos seremos um como Ele é Um com o Pai Celestial (Evangelho, consoante João, 17:22).

Tela: Sátyro Marques (1935-2019)

Enfim, nada mais nos apartará do Amor de Deus, “energia que move os mundos”, na definição do padre João de Brito (1647-1693). É o que também deixa evidente o Apocalipse, 21:4:

Reprodução BV

João de Brito

— E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima, não haverá mais morte, não haverá mais luto, não haverá mais pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”,

que veremos adiante neste estudo.

Revolução Espiritual como nunca houve

O entendimento da Lei de Jesus, a Política de Deus (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35, e 15:12 a 17 e 9)*11é uma revolução espiritual sem precedentesEla abre as cabeças para a constante conexão entre a esfera dos que na Terra renasceram e a Dimensão dos Desencarnados*12. Trata-se como revelou Alziro Zarur, da “União das Duas Humanidades”. E levá-la à frente, com todo o senso de responsabilidade, é dever assumido por vocês, antes de reencarnarem, ó Simples de Coração, tão afáveis à Inspiração Divina!

● Apocalipse resultado de nossa conduta

Na nossa conduta, se intrinsecamente civilizada, patenteia-se a oportunidade de viver um mundo extraordinário em que o respeito entre as criaturas seja a norma de procedimento na carreira dos povos e de seus governos. É o que nos anunciam o Apocalipse e as páginas das religiões da Terra, quando lidas, compreendidas e exercidas à distância de anos-luz do inferno do ódio.

Adendo V

Capela Sistina e Apocalipse

Em 18 de outubro de 2007, no Salão Sistino dos Museus do Vaticano, o cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, em seu pronunciamento de abertura da exposição “Apocalipse. A última Revelação”, dirigindo-se a personalidades mundiais presentes, discorreu a respeito da mensagem do instigante Livro Profético. Eis um expressivo trecho da palavra do eminente sacerdote católico, de acordo com o site da Santa Sé:

“A leitura do Apocalipse, como a visão do Juízo Universal na Capela Sistina, desperta indubitavelmente uma emoção na alma. Mas trata-se da emoção do enlevo, da majestade e da misericórdia surpreendente que vêm ao nosso encontro, e não do arrepio tétrico e desesperado da ruína e do medo. Estas páginas e estas obras de arte não nos querem assustar, mostrando-nos as cenas da eternidade: pelo contrário, querem recordar-nos a vida que aqui na Terra se consome e que todos os dias nós impregnamos com a qualidade dos nossos gestos.

Tela: Michel Angelo

Detalhe da obra: Juízo Universal.

“Ler no Apocalipse o anúncio da Ressurreição final é em si uma consolação e uma forma de justiça. Não podemos esquecer que o mundo só será justo quando os mortos ressuscitarem, quando todas as feridas forem curadas, todas as lágrimas enxugadas, quando todos os discursos interrompidos forem retomados, e atendidos todos os desejos de bem. Neste sentido, a visão da Jerusalém celeste não é apenas a última parte do Apocalipse e da exposição, mas inclusivamente uma exigência lógica, um postulado da moralidade e uma condição imprescindível para que falar de justiça possa ter algum sentido”.

Essa manifestação de Sua Eminência vem ao encontro do que pensamos na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo acerca do Apocalipse de Jesus, por sinal, “o mais importante livro da Bíblia Sagrada na atualidade”, conforme o definiu Alziro Zarur, saudoso Fundador da LBV.

● Do Gênesis ao Apocalipse

As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento também artificial do planeta; a ferida na camada de ozônio; o esgotamento dos recursos naturais; os combustíveis fósseis com alto teor de enxofre em sua composição, o que gera grandes prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente; a poluição das águas, que, entre outras aberrações, acarreta o recrudescimento da maré vermelha, que envenena oceanos e estuários, causada pela concentração cada vez maior de algas supertóxicas, fartamente alimentadas pelo excesso de sais minerais decorrentes do escoamento do esgoto doméstico, alteração da salinidade, sem falar da oscilação da temperatura das águas; as, digamos, recentes enfermidades, para as quais a cura em muitos casos ainda não foi descoberta; a extinção criminosa de espécies animais; o perigo que correm as abelhas que polinizam a Natureza, os morcegos frugívoros, as aves, que levam adiante as sementes de novas matas e se alimentam de insetos nocivos à saúde humana; o desmatamento e a degradação inclementes de florestas e mais florestas para expansão, quando desordenada e predatória, de cultivos e pastagens; a crise do petróleo e as questões econômicas mal resolvidas, entre outros problemas, encontram-se igualmente antevistos no Apocalipse e no Discurso do Fim dos Tempos, pronunciado por Jesus no Seu Evangelho, segundo Mateus, do qual se destaca a

— “Grande Tribulação como nunca houve, desde a criação do mundo, nem jamais se repetirá” (24:21),

sem citarmos as predições dos Apóstolos do Cristo em suas Epístolas e dos Profetas no Antigo Testamento da Bíblia Santa, estão fotografadas com antecedência por Deus, para que Ele pudesse precedentemente alertar “os Seus servos a respeito das coisas que em breve devem acontecer”.

● Tribulação jamais vista

Apesar da gravidade comum a todas as épocas de profunda transformação, sempre surge um mundo novo, trazendo outras perspectivas para a vida dos povos. Há, todavia, este ponto a ser reiterado nos dias que vivemos: não nos é permitido esquecer que Jesus, o Vidente Divino, se refere a uma Grande Tribulação, jamais vista pelos olhos terrestres.

Dificilmente, teremos, por ora, o fim do planeta como muitos e muitos costumam acreditar. Entretanto, poderemos assistir, na condição de encarnados ou desencarnados, ao termo de uma era cheia de cobiça, ódios e preconceitos. Então, após tudo isso, custe o tempo e as dores que custarem, realmente virá “um Novo Céu e uma Nova Terra” (Apocalipse, 21:1), anúncio comprovante de que a existência humana continuará. Estudaremos tudo isso com mais apuro no decorrer de nossas pregações do Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que apenas estão começando. (Esta série teve início em 1990).

(P.S. — O modo pelo qual a Vida prosseguirá, discutiremos na primeira oportunidade.)

● Jesus manda perseverar sempre

Jesus, o Bom Pastor, Aquele que recebeu de Deus o atualíssimo Apocalipse, reitera ainda no Evangelho, segundo Marcos, 13:13, no “Sermão Profético — O princípio das dores”:

— “(...) quem perseverar até ao fim será salvo”.

E também no Livro da Revelação Profético-Apocalíptica, 2:10, na Carta à Igreja em Esmirna, Ele divinamente incentiva os que persistirem até ao término das provações terrenas:

— “Sê fiel até à morte, e Eu te darei a coroa da vida”.

● As primícias

Portanto, temos de dignificar o caráter de primícias e nunca desistir da augusta concessão alcançada por nossos méritos, nos moldes das duas citações, evangélica e apocalíptica, relacionadas. Do contrário, cairemos naquela chave narrada por Jesus, em Sua Boa Nova, consoante Mateus, 20:1 a 16:

● Os trabalhadores da hora derradeira

“1 E continuou Jesus: O Reino dos Céus se assemelha a um proprietário que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua seara.

“2 Tendo convencionado com os trabalhadores o pagamento de um denário por dia, mandou-os para a sua lavoura.

“3 Saindo por volta das nove horas da manhã, e, vendo outros na praça, desocupados,

“4 disse-lhes: Ide também para a minha vinha, e vos darei o que for justo.

“5 Eles foram. Saiu outra vez o proprietário ao meio-dia e às quinze horas e fez o mesmo.

“6 Cerca das dezessete tornou a sair. E encontrando outros que lá permaneciam lhes perguntou: Por que passais aqui todo dia desocupados?

“7 Responderam-lhe: Porque ninguém nos convocou e nos quis pagar salário! Disse-lhes, pois, o senhor: Ide então para a minha seara.

“8 Chegando a noitinha, o dono da lavoura determinou ao seu administrador o seguinte: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros.

“9 Tendo chegado os que tinham sido assalariados por volta das dezessete horas receberam um denário cada um.

“10 Na vez dos primeiros, eles supuseram que receberiam mais, porém receberam igualmente um denário cada um.

“11 E murmuravam contra o proprietário,

“12 alegando: Ora, estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste a nós. Nós que suportamos o peso do dia e o calor intenso.

“13 Mas o dono da lavoura disse a um deles: Meu amigo, não te faço injustiça. Não ajustaste comigo um denário?

“14 Toma o que é teu e vai-te embora. Pois quero dar a este último tanto quanto a ti.

“15 Não me é permitido fazer o que me agrada do que é meu? Acaso o teu olho é mau porque sou bom?

“16 Assim, há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”.

Diante disso, não nos basta ser primíciasEssencial é nos conservarmos como primícias fiéis, perseverantes e hábeis.

Ser idealista, sim. Mas, por favor, com talento e pragmatismo. É preciso ter ideal e sobretudo ser capaz de realizá-lo, para continuar merecendo a bênção de Deus.

E para os que se espantaram com a conclusão dessa Parábola de Jesus, que voltaremos a focalizar, a indispensável advertência do Apóstolo Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, 2:14:

— “As coisas espirituais devem ser discernidas espiritualmente”.

Em Sua Boa Nova segundo Lucas, 17:10, Jesus aconselha:

— “Quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos apenas aquilo que é de nossa obrigação’”.

Isto é, na verdade, humildemente cumprir a incumbência assumida com o Pai Celestial. Não nos devemos vangloriar dos nossos feitos, porquanto a arrogância nos arrasta ao abismo.

Retomaremos esse assunto, para dirimir dúvidas quanto às diferenças entre humildade, que é acima de tudo corajosa, e submissão (quando covarde), que nada tem a ver com os exemplos de destemor deixados por Jesus.

Lembremo-nos sempre da sábia indagação do padre Antônio Vieira, estudada nestas pregações:

— “Já vistes um humilde cair?”

Perante nossa dedicação sincera, Deus jamais nos abandonará, pois o Cristo, que não profere palavras vãs, proclama no Evangelho, segundo Mateus, 6:33, a Sua Lei Econômica, que decididamente ampara, em corpo e Espírito, os servidores da Seara Divina:

— “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas*13.

● Os servidores de Deus e a hora presente

Atravessamos um momento de transformação no mundo, radical e turbulento sob muitos aspectos, o que exige de nós capacidade superior no enfrentamento de obstáculos de todos os matizes. Não me refiro a uma correria neurótica — porque há gente que corre, corre, corre sem chegar a ponto algum. Falo aqui de uma preparação sistemática e corajosa para tempos, na realidade, melhores, sempre desejados, mas até agora não devidamente conseguidos pela humanidade (...).

● João – exemplo de companheirismo e de fidelidade a Jesus

Os mais antigos que me honram com o seu entusiasmo sabem que repetidas vezes eu lhes disse que uma organização vitoriosa deve manter a parte administrativa soft, em que haja sempre o contato com as bases, uma comunicação – interna e externa – impecável, transparente e agilíssima. Para isso,  necessita contar com colaboradores valorosos, com mulheres e homens de visão, tal como se mostrou bom companheiro o Evangelista e Profeta:

— “(...) na tribulação, no reino e na perseverança em Jesus (porquanto João fora exilado na ilha chamada Patmos), por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo (Apocalipse, 1:9).

João não capitulou, permanecendo fiel ao seu Mestre.

Sabiamente, definiu o Irmão Flexa Dourada (Espírito):

— “O primeiro conceito de Jesus sobre a santidade é a perseverança no Bem”.

Por essa razão os cooperadores do Senhor devem mostrar-se capazes, leais e dispostos a doar-se de si um pouco que seja, pois é de sua vocação natural praticar o Bem às criaturas.

● Bom companheirismo – Permanente Bandeira

O exemplo do bom companheirismo de João, expresso na sua fidelidade inarredável a Jesus — “(...) na tribulação” —, tem de ser a nossa permanente bandeira. Apenas assim não seremos tisnados, como os integrantes da Igreja em Éfeso, pelo opróbrio de ter perdido a Primeira Caridade. É ainda o modelo do bom companheirismo evangélico e apocalíptico vindo do Profeta de Patmos, que nos ensina — “no reino e na perseverança em Jesus Cristo” — a jamais desanimar. Mesmo que as procelas da existência humana ambicionem sufocar o peregrino em sua trajetória, ele prossegue resoluto em sua marcha

Não é bastante elaborar planos notáveis e, depois, nunca atingir o ponto almejado, porque se desprezou um conceito revolucionário denominado Primeira Caridade. Aliás, um perigo que correram os componentes da Igreja em Éfeso, não obstante as qualidades que possuíam (Apocalipse, 2:4, 5 e 7):

“4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste a tua Primeira Caridade.

“5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; se não, virei a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

“7 Quem tem ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às Igrejas do Senhor. Ao vencedor darei a comer os frutos da Árvore da Vida Eterna que se encontra no paraíso de meu Deus”.

Não podemos “morrer na praia”, por causa de titubeios, após atravessarmos a fortes braçadas oceanos turbulentos. Urge que mantenhamos firmemente a nossa confiança no Salvador, que em hipótese alguma mentiu nem se deixou enfraquecer. Como tantas vezes exclamava o Irmão Zarur: “Em qualquer circunstância, pensem logo em Jesus!”

No Evangelho, segundo Lucas, 18:8, o Excelso Pegureiro argui de nós:

— “Quando vier o Filho de Deus, achará porventura Fé na Terra?

Motivados, em uníssono, poderemos responder-Lhe:

— “Sim, Divino Senhor, encontrarás Fé na Terra, porque saberemos, seguindo fielmente a Tua Soberana Vontade, persistir até ao fim”.

Trata-se de um gigantesco desafio na hora presente da humanidade, pois os Tempos chegaram. Contudo, quando estamos integrados em Deus, as dificuldades só nos fazem crescer.

● O Economista Celeste e a Seara Divina

Voltemos ao versículo quarto do capítulo segundo do Apocalipse, em que Jesus admoesta os Irmãos da Igreja em Éfeso:

— “Tenho, porém, contra ti que abandonaste a tua Primeira Caridade,

que provém, imaculada, Dele.

Firmado nas instruções do Evangelho e do Apocalipse do Preceptor Celeste, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento Dele, que é  Cristo Ecumênico, o Político Divino, pergunto: O que ocorre quando as suas Almas são tocadas pela pregação da Palavra de Deus e pelos bons atos que praticam de coração puro? Vocês se sentem tomados de feérica luminosidade, de bom ânimo, de incansável decisão! Todavia, como relata o Sábio dos Milênios, na Parábola do Semeador — Jesus (Marcos, 4:1 a 20), se a semente cai em solo profundo, cria raízes e dá bons frutos; também pode tombar na beira da estrada, ou entre as pedras, e logo morre. Se despenca em terreno de solo raso, e vem o calor do sol, que são as tentações do mundo, a semente murcha. Trata-se do resultado da maquiavélica ação de satanás, que é a maldade, a perturbação obsessiva, o desvio das lições de Deus, quando entendido como Sublime Fraternidade. O semeador se entristece, mas não cessa de laborar na Seara Divina, porque há de obter o regozijo com a semeadura em terra fértil. Ele verá a lavoura crescer, os bosques tomarem vulto, os pomares frutificarem. Por isso, os que labutam na Seara do Admirável Provedor não desanimam com o que se lhes afigura mau resultado. Firmam-se e espelham-se naquelas sementes que caíram em terra fecunda, se desenvolveram e agora produzem bons frutos. Em momento algum, tais semeadores abriram mão de, por sua vez, arar e dispor o solo, a fim de acolher o gérmen da mensagem sobranceira do Economista dos economistas, o Cristo, o Profeta de Deus.

● Levantar adiante a flâmula do Evangelho-Apocalipse

Jesus, ao repreender a comunidade em Éfeso, ao mesmo tempo convoca todos a nunca desistir de Seus ensinamentos, não perder o primeiro fervor (Caridade) e levar adiante a flâmula do Evangelho-Apocalipse, sem ira e fanatismo. O Mestre Celestial é divinamente justo e generoso.

● A potente Caridade

Alguns pensam, como já lhes disse em outras oportunidades, que Caridade é enfiar um pão seco pela goela de um carente social que não tem onde cair e afastar-se dele o mais rápido possível. No entanto, Caridade é a força que nos mantém de pé! Caridade expressa pujança, competência, qualidade, respeito, afeto, carinho e mais uma porção de elementos. Em nossas vidas quando áridas — por ausência de conexão com a Boa Vontade de Deus — às vezes pouco percebemos quanto a Caridade Celeste nos faz falta!

O Santo Evangelho do Cristo e o Seu Apocalipse Redentor constituem a mais pura Caridade, pois Caridade é Amor, e Deus é Amor (Primeira Epístola de João, 4: 8).

Em diversas ocasiões, a pessoa se alimenta bem e reclama: “Está me faltando alguma coisa. Acabei de comer e estou insatisfeito(a)!”

Trata-se de uma vitamina especial que não constava daquela alimentação que lhe foi oferecida. Assim ocorre frequentemente na lide terrena e espiritual.

● Caridade, primícia de Deus

Reprodução BV

Cairbar Schutel

Estudioso do Apocalipse, o escritor e pregador espírita Cairbar Schutel (1868-1938), referindo-se aos “cento e quarenta e quatro mil selados que foram comprados da Terra” (Apocalipse, 14:3) — que sabemos ser o número-qualidade, de que nos falava Zarur — explica que João Evangelista,

— “empregando a expressão foram comprados da Terra’, quis significar que os cento e quarenta e quatro mil se devem fazer reconhecer pelo seu desprendimento das coisas do mundo, pela sua moral, pela sua humildade, finalmente, pela sua caridade, virtude que é a primícia para Deus*14. (O destaque é meu.)

Sem o espírito de Caridade, que é Deus, pois Ele é Amor, ninguém retamente decifrará de forma justa o Recado Celeste, dirigido aos seres da Terra e aos Espíritos do Céu da Terra, pelo Apocalipse.

● A origem do Bem

Tela: Guido Reni (1575-1642)

 Tiago Maior

O Apóstolo Tiago, na sua marcante Epístola, 1:16 a 18, escreve:

— “Não vos enganeis, meus irmãos amados, toda boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do Altodescendo do Pai das Luzes, em Quem não pode existir variação ou sombra de mudança”,

porque Deus não é como um ser leviano que se precipita. Nem profere uma sentença e dali a pouco a desmente, ou já vai afirmando outra, sabendo que está enganando os seus parentes carnais ou em humanidade. Esse tipo de atitude não permanece eternamente impune. A consciência não o permite, nesta ou na Outra Vida.

E Tiago Apóstolo prossegue:

— “Segundo o Seu querer, Ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das Suas criaturas”.

● O que Deus espera de nós

Procuremos então, humilde e diligentemente, trilhar a vereda do Progresso Espiritual. Ela nos foi aberta por Jesus, o Filho Primogênito do Pai Celeste, para que nos tornemos também Primícias Divinas.

E, referentemente ao pagamento justo que Dele merecerem os que perseveram, convém recordar esta passagem da Boa Nova, segundo Lucas, 10:7, quando o Cristo, na Sua Sacrossanta Sabedoria, declara:

— “O operário é digno do seu salário”.

O Supremo Criador de todos nós fervorosamente aguarda que, de igual modo, sejamos primícias, isto é, primogênitos, seguindo o exemplo de Jesus.

Meu Deus do Céu, não há nada mais feliz que isso! E Ele tem poder para realizar tamanho milagre, consoante o que comovidamente lemos no Apocalipse, 21:4, 5 e 6, e sempre aqui lembramos:

● O Novo Céu e a Nova Terra

“4 E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima, não haverá mais morte, não haverá mais luto, não haverá mais pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

“5 Então, Aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.

“6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu a quem tem sede darei de graça a beber da fonte da água da Vida Eterna”.

● Agentes e não pacientes

As impactantes previsões do Evangelho, do Apocalipse e das  Cartas dos Apóstolos de Jesus estão sendo concretizadas pelos seus causadores: nós, os seres humanos (...).

Porém, por mais difícil que seja o percurso terrestre, sempre haverá luz ao término do túnel que nós nos fizemos obrigados a atravessar. É preciso, com toda clareza, expor que somos os agentes da Profecia, e não apenas os seus pacientes ou vítimas. No entanto, a Esperança não morre nunca. É o que acabamos de discernir na confortadora leitura de “O Novo Céu e a Nova Terra”.

Buscar e salvar o perdido

A Justiça Divina não admite a impunidade, mas igualmente não deseja a perdição de ninguém, volto a lhes pôr em relevo. São Lucas, no Evangelho de Jesus que também lhe coube narrar, 19:10, menciona a Palavra do Cristo, quando o Revelador Excelso do Apocalipse fala a respeito da Sua própria missão:

— “O Filho de Deus veio buscar e salvar o perdido.

● A Prece

Agora, vamos orar.

Prece Ecumênica do Cristo de Deus (que pronunciei em 1990 durante as pregações de “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”), que se encontra no Seu Evangelho, segundo Mateus, 6:9 a 13.

● Oração do Pai-Nosso

“Pai Nosso, que estais no Céu”,

E em toda parte ao mesmo tempo. Consciência que paira no mais elevado dos meus ideais — de Entendimento, de Solidariedade, de Companheirismo, de Amor — no Céu da minha concepção mais grandiosa de Vida, e realmente em toda parte ao mesmo tempo).

santificado seja o Vosso Nome”.

“Venha a nós o Vosso Reino

De Justiça e de Verdade, irmanadas à Bondade e ao Amor. Caso contrário, Justiça e Verdade vão funcionar cambaleantemente, se não houver, de forma simultânea, Amor e Bondade.

“Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu”.

Jamais a nossa vontade, porque ainda estamos aprendendo a vivê-la corretamente, conforme a Vossa Divina Sabedoria.

 “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.

Vivian R. Ferreira

Paulo Parisi

O pão transubstancial, a comida que não perece, o alimento para o Espírito. O sustento para o corpo, havemos de consegui-lo com o nosso esforço próprio, sem nunca esquecer de auxiliar, de encaminhar a quem precisa, por rumos mais luminosos, o que representa uma das razões da existência das comunidades na Terra. Por pior que seja a conjuntura do mundo, não podemos perder a Esperança, temos de nos preparar para vencer toda e qualquer dificuldade. Globalização, crise? Ué! Tiremos o melhor ensinamento que elas proporcionem. É aquilo que eu disse ao veterano jornalista Paulo Parisi (1921-2016), em 10 de outubro de 1981, quando ele me entrevistou:

Vem aí o governo mundial?

arquivo RBV

Richard J. Barnet

Há alguns anos, meu caro Parisi, tomei conhecimento de um cuidadoso trabalho do cientista político Richard J. Barnet*15 e do economista Ronald E. Müller*16. Ambos os autores sustentam que

— “a transformação estrutural da economia do mundo através da globalização das grandes empresas está minando o poder do Estado-nação para manter a estabilidade econômica e política dentro do seu território”.

Ora, Albert Einstein (1879-1955) e Bertrand Russell (1872-1970), lembrados por Zarur, entre outros, defenderam a criação de um governo mundial*17 para arbitrar os conflitos políticos internacionais. É possível que nas próximas décadas o tipo de relação econômica entre os países consista no primeiro passo rumo à formação dessa liderança de dimensão global. No entanto, que sejam respeitadas as melhores tradições e os justos interesses de cada povo. Um serviço voltado a estadistas que compreendam que — ou a humanidade se integra ou se desintegrará. Portanto, que entendam o real sentido do Ecumenismo, que nasce do Céu e de lá nos traz o verdadeiro sentido da Fraternidade. Esse é um desafio para dirigentes que tenham visão espiritual aguçada, porque não somos apenas corpo, porém, antes de tudo, Espírito.

Divulgação

Dom Bosco (1815-1888) 

Previsão de Dom Bosco

Vem-me à lembrança a previsão do ilustre educador italiano, o bondoso Dom Bosco (1815-1888), que afirmou, no século 19:

— “Um grandioso acontecimento se está preparando no céu para fazer pasmar as gentes. (...) Far-se-á uma grande reforma entre todas as nações, e o mundo irá misturar-se como um oceano”.

Entendo essa palavra do taumaturgo de Turim não como uma nova forma de subordinação internacional, mas como certa maneira de congraçamento, gerida pelo Alto, a fim de que haja sobreviventes neste orbe, que a cobiça desenfreada está destruindo. Esse sentimento fomentador da pior violência tem de ser expulso das negociações internacionais, senão sobrará pouca gente para contar a história.

Ciência da coragem

Muitos pensam que ser humilde é subordinar-se mesmo ao que está errado. Não é nada disso. A humildade é, acima de tudo, corajosa. Jesus era compassivo, sendo o Supremo Governante da Terra. “Um com o Pai”, como Ele próprio revela no Evangelho, consoante João, 10:30. Divinamente humilde, não deixou de ser destemido, a ponto de enfrentar todos que O perseguiam, até que foi levado à crucificação. Exemplo de humildade verdadeira é a do Divino Crucificado — e de muitos outros valentes luminares. A intrepidez de expor o que devem ser proclamadas. Isso é comporta-se humildemente perante Deus e, com todo o respeito, diante daqueles que precisam conhecer as realidades que impulsionam o mundo, principalmente as espirituais. Costumo ainda definir que a humildade é a ciência da coragem.

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Mohandas K. Gandhi

Por isso, Solidariedade, Altruísmo, Fraternidade, Compaixão devem prioritariamente nascer daqueles que nos governam. Sentimentos que necessitam antecipar-se às resoluções decididas nas mesas que regulam o destino regional e planetário da população terrestre. Isso virá um dia a acontecer, por bem ou por caminhos mais difíceis. Cabe aqui este pensamento do Gandhi:

— “Os únicos demônios neste mundo são aqueles que estão dentro dos nossos corações. É lá que nossas batalhas devem ser travadas”.

E um desses piores demônios a serem vencidos é a corrupção, assassina tantas vezes impune de multidões. Se insistirmos em trilhar o atalho maléfico,

— “poucos homens restarão”,

no dizer do notável Profeta Isaías, 24:6. Assim o será caso não tivermos, enfim, aprendido a pensar e a agir ecumenicamente. Plenos da consciência de que não existe outra moradia planetária que a nossa, a Terra, que ainda tanto maltratamos.

Meu colega Parisi concordou comigo. Afinal, cada vez que o vento das mudanças sacode a árvore, caem-lhe os frutos da época superada.

Nosso planeta não mais poderá ser comandado pelos portadores de uma ambição desmedida, sem ética, portanto sem limites. E, se espiritualmente não reagirmos, a culpa não será apenas deles, mas de nós mesmos em virtude de nossa omissão e imprevidente*18.

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Lavoisier

Mas, como orienta Emmanuel, das sementes esparzidas pelo solo nascem as plantas novas. O sábio francês Lavoisier (1743-1794) instruía que

— “na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.

Dificilmente neste orbe uma transformação é tranquila, comentam por aí. Por enquanto, prossegue sendo assim.

— “Ah, mas está difícil, as nações hegemônicas...”

E daí? Nenhuma superpotência é permanentemente hegemônica. E, com o passar do tempo, vem-lhe a decadência ou fases de intensa provação que lhe altera a sorte... No pretérito, formavam tribos — às vezes de antropófagos.

Para derrotar as contrariedades, é básico que nos livremos da colonização de nossa mente, perpetrada pela ignorância espiritual. No dia em que este mundo alcançar tal amadurecimento, nós, “com as mãos amarradas às costas”, suplantaremos as adversidades que surgirem.

Mas Jesus continua orando, e nós com Ele.

“Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoarmos aos nossos ofensores.

“E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, porque Vosso é o Reino, e o Poder e a Glória para sempre.

“Amém!”

Neste instante, cada um de nós vai elevar o seu pedido ao Espírito Clemente do Cristo. Quem não chora sua lágrima secreta? Um sofrimento que não pode revelar, sob o risco de construir enorme confusão, envolvendo quem sabe uma série de pessoas que ama. Mas que você, minha Irmã ou meu Irmão, não se angustie, porquanto a Deus devemos suplicar a resposta certa. E o Pai de todos nós lhe responderá no silêncio do coração. E para aquele que ainda não acredita em nada, empenhe-se mais um pouco, apele à sua própria consciência no melhor que nela existir.

Hora do pedido

Chegou o momento de fazermos a solicitação justa Àquele que nos pode generosamente favorecer, auxiliando-nos a suplantar a mais dolorosa questão. Cada um agora dirigirá ao Alto a sua súplica.

(Intervalo musical para a sintonia com a Humanidade de Cima, comandada por Deus, pelo Cristo e pelo Espírito Santo.)

Graças, Senhor!

Dá-nos aquela Paz que prometeste aos que vivem o Teu Novo Mandamento — “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos (Jesus – João, 13:34 e 35)Nele está implícita e explícita a base de toda sociedade social, moral e espiritualmente solidária, firme, que vence, hoje ou amanhã, qualquer violência que teime em habitar os corações.

Falamos daquela Paz Magnífica, que o Amor do Mandamento Novo do Cristo Ecumênico e Sublime Estadista nos pode dar. Ele é capaz de oferecê-la e frutificá-la em nós. E assegurou que estaria conosco “todos os dias até ao fim do mundo” (Evangelho, consoante Mateus, 28:20). Que conforto para a nossa Alma!

Encerro convidando todos a entoar comigo o cântico com o qual os Anjos da Milícia Celeste anunciaram aos humildes pastores do campo o Nascimento do Cristo de Deus, que a cada dia ressurge em nossos corações. Por isso, a Esperança não morre nunca! Nunca! porque, em última análise, ela constitui a escalada que nos ergue até à CERTEZA, que é Jesus!

— “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos homens [e às Mulheres, aos Jovens, às Crianças e aos Espíritos] da Boa Vontade de Deus!” (Jesus – Lucas, 2:14).

Vocês querem vencer-se e vencer? Deixem Jesus coexistir em seus Espíritos e Maria Santíssima confortar-lhes maternalmente os corações nas horas rudes da jornada humana. Ninguém se encontra irremediavelmente perdido ou abandonado neste mundo.

Quem confia em Jesus não perde o seu tempo!, porque Ele é o Grande Amigo que não abandona amigo no meio do caminho.

Muito grato a todas e a todos pela atenção.

Viva Jesus, o Cristo Ecumênico, o Político Celeste, o Profeta Celeste, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra, como O proclama o Apocalipse, o Livro das  Profecias Finais!

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*1 Leia também “A humildade corajosa”, constante da obra Apocalipse sem Medo (2000), de autoria do escritor Paiva Netto. Com os livros Somos todos Profetas (1991), Jesus, o Profeta Divino (2011) e As Profecias sem Mistério (1998), forma a coleção “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, que já vendeu mais de 4 milhões de exemplares.

*2 Pensamento de René Descartes, publicado na revista BOA VONTADE no 26, agosto de 1958.

*3 Esta frase se encontra no Corão Sagrado, Surata 32 (As Sajda):12.

*4 São nossos os destaques de palavras ou expressões nas passagens bíblicas, bem como nos textos de outrem.

*5 Francisco Cândido Xavier, Chico Xavier (1910-2002).

*6 Leia mais sobre o assunto na obra Somos todos Profetas (1991), de autoria de Paiva Netto.

*7 Leia mais sobre o assunto no terceiro volume das Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (1991) no subtítulo: “Não basta ter Fé se não for Fé Realizante”.

*8 Esta citação se encontra na abertura do livro Da Liberdade Cristã, de Martinho Lutero. O saudoso professor Leônidas Boutin iniciou a tradução dessa obra em 1958, com o apoio dos reverendos pastores Heinz Soboll (1904-1972) e Richard Wengan, da Comuna Evangélica de Curitiba/PR, Brasil.

*9 Nota de Paiva Netto: Em “Zarur e a União das Duas Humanidades”, no Livro de Deus, e em outras publicações nossas, apresento e comento essa afirmativa de Alziro Zarur, indispensável tema para conhecimento e sobrevivência dos povos.

*10 Nota de Paiva Netto: Desta forma, a respeito de nosso país, profetizava Zarur em suas pregações e nas Preces que maravilhosamente proferia: “Só Jesus pode salvar o Brasil!”.

*11 Lei de Jesus (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35, e 15:12 a 17 e 9) — Veja o Tratado do Novo Mandamento de Jesus, nas páginas iniciais da revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!.

*12 Constante conexão entre Terra e Céu — Outros esclarecimentos em “Quanto à abrangente missão do Templo da Boa Vontade”, nas Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus (1990), vol. 2, e no terceiro volume de O Brasil e o Apocalipse, livros de autoria de Paiva Netto.

*13 A Fórmula Urgentíssima — Era como o saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur, classificava esta importante passagem evangélica. E escreveu: “Somente o estadista que souber Apocalipse saberá prever para prover, governando com acerto, evitando que sua pátria seja esmagada pelo próximo e último Armagedom (Apocalipse, 16:16). A Fórmula Perfeita para resolver os grandes problemas dos chefes de Estado, na ciência do governo dos povos, é a de Jesus: ‘Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas’ (Evangelho segundo Mateus, 6:33). Quer dizer: não haverá soluções perfeitas fora das Leis Eternas, que regem a Terra. O contrário é combater efeitos, enquanto as causas permanecem”.

*14 Richard J. Barnet – (1929-2004).

*15 Ronald e. Müller – (1939-2010).

*16 Cairbar Schutel, em Interpretação Sintética do Apocalipse, p. 65 — Casa Editora O Clarim. Diz Paiva Netto — “Esse livro me foi presenteado pelo meu velho amigo Dr. Guy Machado (1940-2018)”.

*17 Alziro Zarur cita o governo mundial em “Meu Brasil”.

*18 Leia mais sobre o assunto no Manifesto da Boa Vontade (1991) ou na publicação “É urgente reeducar!”, encaminhada às Nações Unidas, em diversos idiomas, a partir de 2000, ambas de Paiva Netto.

 

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.