Vida em revolução

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 11 e 12 de dezembro de 2010, sábado e domingo | Atualizado em outubro de 2023.

Faço hoje uma referência ao primeiro livro do biólogo inglês Rupert Sheldrake, publicado em 1981: Uma nova ciência da vida. O autor apresenta a Teoria da Ressonância Mórfica. Nela, propõe a existência de estruturas que se desdobram pelo espaço-tempo dando forma e comportamento a tudo. Desse modo, o átomo, as próprias moléculas, os tecidos, os organismos e mesmo as sociedades, os sistemas planetários e as galáxias estariam atrelados a campos peculiares.

Arquivo BV

No escritório, em sua residência, em Hampstead, Londres, o biólogo inglês Rupert Sheldrake ao lado de Noys Rocha (E) e Eduarda Pereira, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

Mudança de paradigma

A revista BOA VONTADE, no 228, na seção “Espírito e Ciência”, publicou trechos inéditos de palestra gravada por Rupert, em sua residência em Londres, para o Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC), promovido pela Legião da Boa Vontade.

Trago-lhes, para reflexão, extratos da palavra do biólogo inglês: “Neste momento está ocorrendo uma mudança de paradigma na Ciência. Ela altera a visão mecanicista, surgida no século 17, que postulava que todo o Universo seria uma máquina, incluindo animais, plantas e nós, seres humanos. Não há Alma ou espírito no mundo natural. (...) A exceção seria a mente humana racional, que se supõe localizada em uma diminuta parte do cérebro, a glândula pineal. (...) O que fazemos, neste instante, é nos libertar disso. A Terra não é mais vista como um sistema mecânico, mas, sim, um ser vivo chamado Gaia. Os átomos não mais representam pequenos blocos de matéria como bolas de bilhar, ao contrário, são semelhantes a organismos, padrões vibratórios de atividade”.

Nasa

Consciência Divina

Durante o bate-papo com a equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o também filósofo e Ph.D. em bioquímica revelou que “a maioria das pessoas que acreditam em Deus, eu inclusive, não o faz porque se alistou para seguir um conjunto de dogmas sem sentido, cientificamente falando. (...) Todas as religiões estão baseadas em experiências que vão além da comum, do dia a dia, em uma conexão com a forma superior de consciência. Se a Natureza se faz de toda série de níveis, existe o nível humano, o de Gaia, o do sistema solar, da Via Láctea, em cada um deles pode haver formas de consciência acima das humanas.

“(...) Naturalmente, se a Consciência Divina está por trás de todo o Universo e, automaticamente, é sua fonte criativa, claramente seria bem maior em abrangência do que a nossa própria. Não deveríamos esperar entendê-la pelo raciocínio. (...)

“Não vejo conflito entre Ciência e Religião desde que haja uma visão aberta em ambas. (...) Tanto uma quanto outra tentam compreender a natureza última da realidade, e as duas precisam admitir que ainda não chegamos lá. (...) Uma pode reforçar a outra, podem se ajudar mutuamente na descoberta do Cosmos. (...) Em minha opinião, a união desses dois estudos será o fato mais empolgante a ter lugar nas próximas décadas”.

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O sétimo elemento
Reprodução BV

Células da bactéria GFAJ-1 cultivadas em fósforo.

A comprovação de que muito falta para encontrarmos respostas às inquietantes indagações sobre a origem da vida na Terra, bem como fora dela, pode estar na fascinante descoberta de um micro-organismo denominado GFAJ1 — feita por uma equipe da Nasa, no lago Mono, no nordeste da Califórnia (EUA). Esse fato muda por completo o que até então sabíamos sobre a formação de todas as criaturas; isso porque um dos conceitos mais sólidos da ciência afirma que toda forma de vida depende das combinações entre oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo. Testes em laboratório demonstraram que esse micro-organismo não só sobreviveu às doses maciças de arsênio – elemento químico venenoso para a vida na Terra –, como também foi gradativamente incorporando-o às suas moléculas. Com isso, abre-se a possibilidade, inclusive, da existência de novas formas de vida dentro e fora do orbe terrestre.

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Felisa Wolfe-Simon

A astrobióloga Felisa Wolfe-Simon, chefe dos pesquisadores, destacou: “Até hoje se pensava que todas as formas de vida precisavam de fósforo e este micróbio substitui fósforo por arsênio. Isso é profundo. O que mais poderemos encontrar?”.

Rumo ao Espírito

A ciência investigativa, pautada por princípios éticos, há de nos levar um dia, não tão distante talvez, a deparar com a realidade do Espírito. Em 1981, durante a conferência “A Decodificação do Pai-Nosso”, que rea­lizei em Porto Alegre/RS, no Ginásio de Esportes do Colégio Protásio Alves, convidei o povo que me honrava com sua atenção a desenvolver este raciocínio:

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No 32º Congresso Mundial dos Homens e das Mulheres, dos jovens, das Crianças e dos Espíritos da Boa Vontade de Deus, na capital gaúcha, o Irmão Paiva Netto apresenta a Decodificação do Pai-Nosso.

A ciência tradicional deverá preparar-se para absorver os muitos dados novos coligidos pela Ciência de ponta. Entretanto, terá de incluir igualmente nas novidades o reconhecimento do Mundo Espiritual, não como resultado de químicas cerebrais que excitariam a mente humana na região do ilusório, pois esta conclusão é muito cômoda, sobretudo ante a realidade pluridimensional, onde existe o prolongamento da vida consciente e ativa do ser, nas esferas ainda imperceptíveis ao sentido visório.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.