Vida em revolução
Faço hoje uma referência ao primeiro livro do biólogo inglês Rupert Sheldrake, publicado em 1981: Uma nova ciência da vida. O autor apresenta a Teoria da Ressonância Mórfica. Nela, propõe a existência de estruturas que se desdobram pelo espaço-tempo dando forma e comportamento a tudo. Desse modo, o átomo, as próprias moléculas, os tecidos, os organismos e mesmo as sociedades, os sistemas planetários e as galáxias estariam atrelados a campos peculiares.
Mudança de paradigma
A revista BOA VONTADE, no 228, na seção “Espírito e Ciência”, publicou trechos inéditos de palestra gravada por Rupert, em sua residência em Londres, para o Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC), promovido pela Legião da Boa Vontade.
Trago-lhes, para reflexão, extratos da palavra do biólogo inglês: “Neste momento está ocorrendo uma mudança de paradigma na Ciência. Ela altera a visão mecanicista, surgida no século 17, que postulava que todo o Universo seria uma máquina, incluindo animais, plantas e nós, seres humanos. Não há Alma ou espírito no mundo natural. (...) A exceção seria a mente humana racional, que se supõe localizada em uma diminuta parte do cérebro, a glândula pineal. (...) O que fazemos, neste instante, é nos libertar disso. A Terra não é mais vista como um sistema mecânico, mas, sim, um ser vivo chamado Gaia. Os átomos não mais representam pequenos blocos de matéria como bolas de bilhar, ao contrário, são semelhantes a organismos, padrões vibratórios de atividade”.
Consciência Divina
Durante o bate-papo com a equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o também filósofo e Ph.D. em bioquímica revelou que “a maioria das pessoas que acreditam em Deus, eu inclusive, não o faz porque se alistou para seguir um conjunto de dogmas sem sentido, cientificamente falando. (...) Todas as religiões estão baseadas em experiências que vão além da comum, do dia a dia, em uma conexão com a forma superior de consciência. Se a Natureza se faz de toda série de níveis, existe o nível humano, o de Gaia, o do sistema solar, da Via Láctea, em cada um deles pode haver formas de consciência acima das humanas.
“(...) Naturalmente, se a Consciência Divina está por trás de todo o Universo e, automaticamente, é sua fonte criativa, claramente seria bem maior em abrangência do que a nossa própria. Não deveríamos esperar entendê-la pelo raciocínio. (...)
“Não vejo conflito entre Ciência e Religião desde que haja uma visão aberta em ambas. (...) Tanto uma quanto outra tentam compreender a natureza última da realidade, e as duas precisam admitir que ainda não chegamos lá. (...) Uma pode reforçar a outra, podem se ajudar mutuamente na descoberta do Cosmos. (...) Em minha opinião, a união desses dois estudos será o fato mais empolgante a ter lugar nas próximas décadas”.
O sétimo elemento
A comprovação de que muito falta para encontrarmos respostas às inquietantes indagações sobre a origem da vida na Terra, bem como fora dela, pode estar na fascinante descoberta de um micro-organismo denominado GFAJ1 — feita por uma equipe da Nasa, no lago Mono, no nordeste da Califórnia (EUA). Esse fato muda por completo o que até então sabíamos sobre a formação de todas as criaturas; isso porque um dos conceitos mais sólidos da ciência afirma que toda forma de vida depende das combinações entre oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo. Testes em laboratório demonstraram que esse micro-organismo não só sobreviveu às doses maciças de arsênio – elemento químico venenoso para a vida na Terra –, como também foi gradativamente incorporando-o às suas moléculas. Com isso, abre-se a possibilidade, inclusive, da existência de novas formas de vida dentro e fora do orbe terrestre.
A astrobióloga Felisa Wolfe-Simon, chefe dos pesquisadores, destacou: “Até hoje se pensava que todas as formas de vida precisavam de fósforo e este micróbio substitui fósforo por arsênio. Isso é profundo. O que mais poderemos encontrar?”.
Rumo ao Espírito
A ciência investigativa, pautada por princípios éticos, há de nos levar um dia, não tão distante talvez, a deparar com a realidade do Espírito. Em 1981, durante a conferência “A Decodificação do Pai-Nosso”, que realizei em Porto Alegre/RS, no Ginásio de Esportes do Colégio Protásio Alves, convidei o povo que me honrava com sua atenção a desenvolver este raciocínio:
A ciência tradicional deverá preparar-se para absorver os muitos dados novos coligidos pela Ciência de ponta. Entretanto, terá de incluir igualmente nas novidades o reconhecimento do Mundo Espiritual, não como resultado de químicas cerebrais que excitariam a mente humana na região do ilusório, pois esta conclusão é muito cômoda, sobretudo ante a realidade pluridimensional, onde existe o prolongamento da vida consciente e ativa do ser, nas esferas ainda imperceptíveis ao sentido visório.
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