Inclusão digital
Nesta primeira década do terceiro milênio, o Brasil ocupa posição de destaque na internet. Em recente pesquisa do Ibope Nielsen Online, o país terminou 2009 com a expressiva marca de 67,5 milhões de acessos, 8,2% maior em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Os dados englobam a navegação feita pelos internautas das residências, dos locais de trabalho, das lan houses, das bibliotecas e dos telecentros.
Não obstante esse avanço, temos muito a conquistar no que diz respeito ao acesso de um número cada vez maior de usuários a essa ferramenta imprescindível, quando bem usada, para a democratização do saber.
O programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canais 196 e 696), entrevistou o diretor de projetos do Instituto Tecnológico Impacta, professor Ricardo Infantozzi, que trouxe sua colaboração ao tema.
Indagado acerca do reflexo da inclusão digital, o acadêmico foi taxativo: “É muito importante verificar quão realizadas se tornam as pessoas que passam a ter a oportunidade de uma renda melhor, de um crescimento profissional, após passar por uma capacitação, por algo que permita que elas desenvolvam todo o seu potencial”.
Nova sociedade
Sobre os obstáculos para a expansão do universo digital brasileiro, Infantozzi apontou: “Para que haja uma inclusão social efetiva, três fatores são fundamentais: acesso ao computador, à rede de dados mundial e à capacitação. Sem abarcar esses três aspectos, esse tripé do conhecimento, não é possível se inserir na nova sociedade”.
Revelou ainda que, dos três itens citados, o hardware é o mais complicado. Contudo, essa dificuldade pode ser amenizada com a própria tecnologia: “O cloud computing [computação por nuvem] permite que um computador quase que vazio ou mesmo um celular – tendo os softwares disponíveis na internet – possa ter a capacidade tanto de processamento quanto de armazenamento compartilhado em toda a base ociosa na rede”.
O hardware é a parte física do computador: peças e componentes.
Escolas e parcerias
Durante a entrevista, o diretor do Instituto Impacta acrescentou que atualmente o mercado remunera melhor os profissionais do conhecimento, aqueles que atuam por tornar a sociedade mais integrada: “E se vivemos a era do conhecimento é fundamental a participação das escolas dentro desse processo”.
Nesse contexto, a Legião da Boa Vontade desenvolve em seus centros comunitários e educacionais cursos de inclusão digital voltados à população de baixa renda.
Ainda sobre o papel dos estabelecimentos de ensino na preparação do aluno para o convívio com a tecnologia, o professor Ricardo chamou a atenção para o fato de que “toda a capacitação deve partir do preparo do professor, mostrando a ele como agregar valor à sua aula utilizando a tecnologia”.
Além disso, as parcerias podem ser estabelecidas nas próprias escolas. Exemplificou: “Saliento esse aspecto nas instituições de ensino superior. Muitos dos estudantes que lá estão têm a capacidade de ser multiplicadores para os jovens aprendizes, para as pessoas com deficiências. Bastam apenas Boa Vontade e dedicação de cada um no aspecto do voluntariado. Isso é muito importante”.
Banda larga, netbooks e notebooks
Quanto a inovações que facilitam a propagação e ingresso à internet, Infantozzi ressaltou: “É essencial que os custos de toda essa infraestrutura para acesso à informação sejam cada vez menores. E o principal fator é o da banda larga. Uma vez conectado com o mundo, as possibilidades são infinitas. A parte da máquina, do netbook, do notebook, ou seja, a porta de entrada para a rede mundial do conhecimento, ela também é importante, mas não o elemento principal”.
Grato, professor Ricardo, por suas elucidativas explanações.
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