Alma leve
Com esse título, o jornalista Orlando Brito*1 sintetizou um dos lados místicos de Brasília no site do jornalista Cláudio Humberto (www.claudiohumberto.com.br), na terça-feira, 3/2, em “Fotografia é história”, com destaque para a legenda: “Durante o dia ou na madrugada, pessoas caminham sobre a espiral de mármore recebendo a energia do cristal purificado encravado no topo do Templo da Boa Vontade. É um dos lados místicos da capital do Brasil”. E prossegue a nota: “Como foi – Um casal de amigos de São Paulo dizia que em Brasília eu só os levava para ver o lado oficial da cidade. Dessa vez, decidi. Nada de Esplanada, nem Planalto, nem Itamaraty e Três Poderes. Levei-os a esse lugar, onde se prega a fraternidade entre homens e nações. É um ambiente curioso e interessante por vários motivos. Primeiro, pelo caráter ecumênico. Depois, a arquitetura diferenciada. A nave principal é formada por uma pirâmide de sete lados. Em sua base superior está encravada a maior pedra de cristal puro conhecida no mundo. Tanto a luz do sol quanto a da lua traspassam a gema mineral, irradiando energia sobre as pessoas que caminham descalças. No subsolo da Catedral dos Espíritos Luminosos, encontra-se uma réplica do Trono do Faraó Akhenaton. Nesse ambiente de penumbra e mantras, ficaram ainda mais surpresos. Perceberam, concentrado num cantinho, um desses artistas famosos e milionários do eixo Rio–São Paulo que têm a alma voltada para o além. Não é raro vê-lo lá na madrugada, anônimo, sem o habitual séquito de seguranças. Embarca no jatinho particular por volta da meia-noite em Congonhas ou Santos Dumont, voa pouco mais de uma hora. Do aeroporto JK ao Templo dos Espíritos Luminosos não demora mais que oito minutos de automóvel. Relaxa, ora e volta. Está de volta à sua casa antes de o sol nascer. Com a alma leve. Orlando Brito”.
Relatos dessa natureza atestam não só o misticismo latente de Brasília como a ambiência ecumênica de paz emanada do TBV, tornando-o, desde a sua inauguração, em 21 de outubro de 1989, o monumento mais visitado da capital federal, segundo dados oficiais da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF).
Gratos aos veteranos Orlando Brito e Cláudio Humberto.
As Sete Maravilhas de Brasília
Por sinal, em 9 de dezembro de 2008, no Conjunto Ecumênico da Legião da Boa Vontade (formado pelo Templo da Boa Vontade e o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV) ocorreu a entrega dos certificados aos representantes dos sete monumentos eleitos, por meio de voto popular na internet, como Maravilhas de Brasília. A iniciativa da eleição partiu do Bureau Internacional das Capitais Culturais (Ibocc) com o apoio do Governo do Distrito Federal. Além do Templo da Boa Vontade, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada, a Ponte JK e o Santuário Dom Bosco foram agraciados. Na ocasião, foi celebrado o 21o aniversário do título de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Na data, o portal Boa Vontade (www.boavontade.com) registrou: “(...) o jornalista e colunista do Jornal de Brasília Gilberto Amaral*2 relembrou o momento em que o TBV também ficou conhecido como o Templo da Paz. ‘Certa vez estava aqui com o Irmão Paiva Netto e passeamos pelo Templo. Quando chegamos lá fora, falei para ele: Ô Paiva, aqui é o Templo da Paz; e ele imediatamente mandou cunhar na entrada da LBV: Templo da Paz, porque aqui realmente se encontra a paz, o ecumenismo, todas as religiões se professam; a fé é cada vez maior, não há quem não se sinta bem dentro do Templo da Legião da Boa Vontade’”.
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*1 Orlando Brito (1950-2022)
*2 Gilberto Amaral (1934-2022)
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