Jesus, o Profeta Divino (Primeira parte)

Fonte: Revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!, edição 98, de outubro de 2007.

A partir desta edição, a revista Jesus Está Chegando! passa a publicar, em capítulos, a histórica série radiofônica O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, enriquecida por novos comentários do autor.

Essas preleções, realizadas pelo Presidente-Pregador da Religião de Deus e da Política Divina, José de Paiva Netto, de outubro de 1990 a fevereiro de 1992, constituídas de 449 programas, são o resultado de palestras, feitas de improviso, pela Super Rede Boa Vontade de Rádio e pela Boa Vontade TV – A TV da Educação, da Cultura, da Cidadania Solidária Altruística com Espiritualidade Ecumênica. Os mistérios do Apocalipse serão desvendados, versículo a versículo, pelo líder da Religião do Amor Universal.

Sob o título Jesus, o Profeta Divino, Paiva Netto inaugura esta seção, na qual revela a autoria do Livro das Profecias Finais e a autoridade do Cristo Ecumênico para abrir os Selos. Ao mesmo tempo, ele nos convida à reflexão sobre a mensagem universalista do último livro do Cânone Sagrado.

Tela: Rafael Sanzio (1483-1520)

Título da obra: A pesca milagrosa.

Um dos grandes méritos do autor foi manter no texto o estilo da pregação falada. Daí o valor realçado desse trabalho, pois imprimir ao escrito o calor do improviso é tarefa para exímio estilista, tendo em vista a dificuldade natural de transferir a entonação para o papel.

Os Editores

O Apocalipse é uma Revelação de Deus, por intermédio de Jesus, o Cristo Ecumênico, não de João Evangelista. João foi o repórter, o médium psicógrafo que, em êxtase, viu cenas tão extraordinárias num Plano Sublime — outra dimensão de Espaço e Tempo — que, ao tentar transpor dessa esfera de luzes o que vislumbrara para as dimensões finitas, o fez de maneira por muitos hoje considerada unicamente alegórica e/ou restrita aos tempos do Cristianismo primitivo. A verdade é que ele não pôde relatar de modo claro aquilo a que seus olhos empobrecidos pela vibração da carne se haviam desacostumado.

Tela: Pedro de Orrente (1580-1645)

Título da obra: João Evangelista em Patmos.

De certa forma, essa dificuldade enfrentada pelo Evangelista Profeta*1 enriquece a nossa vida, visto que nos provoca o raciocínio, leva-nos a clarear a mente, para que o nosso Espírito possa — vendo o que João presenciou e alcançando o que por ele foi transmitido — iluminar-se das grandezas do Reino de Deus, da importância e da realização impecável de suas profecias.

“Porque Eu sou o Senhor Deus; falarei, e a palavra que Eu disser se cumprirá. Não será mais adiada; pois em vossos dias, ó casa rebelde, pronunciarei a palavra e a cumprirei, diz o Senhor” (Ezequiel, 12:25).

Como numa Prece

Neste despretensioso estudo, Vocês poderão notar o nosso cuidado em reunir várias citações de muitos intérpretes do Apocalipse, tendo em vista que, apesar de diferenças conceituais, a fonte de inspiração é a mesma, porque acima de tudo somos filhos de um único Pai, portanto, do mesmo Amor, da mesma Realidade. Razão pela qual reiterei em Paz para o Milênio, especialmente elaborada para a Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, evento promovido pelas Nações Unidas (ONU), em agosto de 2000, na sede da Organização em Nova York/EUA, pensamento meu publicado na Folha de S.Paulo, em 18/9/1988: — Mais fortes são os fatores que nos unem do que a irreflexão que eventualmente nos separe.

Ora, este é, sem dúvida, o caminho para que possamos sentir – estando na Terra ou no Céu da Terra, porquanto os mortos não morrem – esta descrição confortadora que João, o Profeta Evangelista, faz do mundo ideal a que todos aspiramos, quaisquer que sejam as nossas etnias, religiões, ideologias, ou o que mais o seja, que devemos ler como quem profere uma comovida prece:

A visão dos glorificados

“9 Depois destas coisas olhei, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro de Deus, trajando vestiduras brancas, com palmas nas suas mãos;
“10 e clamava com grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Divino Cordeiro pertence a salvação.
“11 E todos os Anjos estavam de pé em derredor do trono, e dos anciãos, e dos quatro seres viventes: e ante o trono se prostraram sobre os seus rostos e adoraram a Deus,
“12 dizendo: Amém. Bênção e claridade, e o louvor, e a glória, e a sabedoria, e ações de graça, e a honra, e o poder, e a fortaleza sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém.
“13 Um dos anciãos tomou da palavra, dizendo: Estes que trajam vestiduras brancas quem são e de onde vieram?
“14 Respondi-lhe: Meu Senhor, Tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, que lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue de Cristo Jesus,
“15 razão por que se acham diante do trono de Deus e O servem de dia e de noite no Seu Templo; e Aquele que se acha sentado no trono estenderá sobre eles o Seu tabernáculo, e habitará sobre eles.
“16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
“17 pois o Cordeiro de Deus que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da Vida Eterna. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.”
(Apocalipse de Jesus, o Cristo Ecumênico, 7:9 a 17)

Tela: Sátyro Marques (1935-2019)

Detalhe da obra: A visão do Trono de Deus.

Apocalipse não é terror, é chamada à responsabilidade

Reprodução BV

Pablo Richard

Sobre a realidade confortadora e salvífica da Profecia de Deus, contida no Apocalipse, o sacerdote católico chileno Pablo Richard, licenciado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Estudo Bíblico de Roma e doutor honoris causa de Teologia da Faculdade Livre de Teologia Protestante de Paris, inspiradamente concluiu: “O Apocalipse nos revela o sentido da história para manter vivas a esperança e a utopia, não para semear o medo e o terror”.

Em 3 de abril de 1991, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, tive a oportunidade de, pregando, dirigir-me aos que me honravam com a sua atenção:

A Profecia serve para alertar, fortalecer e dar esperança. Ela assusta apenas os que não a querem estudar sob a Intuição de Deus, os quais, por isso, vivem atemorizados.

O Apocalipse de Jesus não foi feito para apavorar com os caminhos obscuros do mistério, mas para iluminar as estradas da nossa vida, porque Apocalipse significa Revelação. E, como é Revelação, mostra-nos o que estava oculto. E, se descobrimos o que estava encoberto, perdemos o temor das coisas. O desconhecimento é o pai e a mãe da ignorância, a geradora do medo.

Ao nosso encontro vêm essas confortadoras palavras da destemida religiosa mineira Madre Teresa de Jesus [do Brasil] (1898-1982): “A nossa dimensão profética tem que ser capaz de dar uma resposta que o tempo pede. E essa resposta tem que aparecer mesmo no meio de muita dor e contradição. Não podemos ser covardes. O medo não vem de Deus. É na fortaleza do Espírito Santo que está a nossa coragem”. (O destaque é meu.)

A insubstituível Paz de Jesus

O capítulo 21 do Livro das Profecias Finais narra a descida da Nova Jerusalém, trazendo até nós a Paz que o mundo não nos pode dar”, mas que Jesus pode nos conceder, visto que Ele é realmente o Médium de Deus, isto é, o Supremo Ligador do Céu com a Terra.

Tela: Sátyro Marques (1935-2019)

Título da obra: O novo céu e a nova terra — A nova Jerusalém.

Arquivo BV

Emmanuel

Escreveu Emmanuel*4 em Mediunidade e Sintonia*5:

“Lembremo-nos de que nós outros, os aprendizes do Evangelho, estamos em torno do Médium de Deus, que é Jesus, há quase dois mil anos, não mais qual Tomé, sondando-Lhe as chagas, mas na posição de discípulos redivivos, que procuram
e encontram, não a figuração material do Senhor, mas a Sua palavra de vida eterna, estruturada no espírito imperecível em que se lhe gravaram os ensinamentos imortais”.

Arquivo BV

Alziro Zarur  

O saudoso pregador do Ecumenismo Irrestrito e Total, Alziro Zarur (1914-1979)*6, publicou em Mensagem de Jesus para os Sobreviventes*7, na 17ª Chave Bíblica da Volta de Jesus, Rei dos Reis, Senhor dos Exércitos, “Gog e Magog: a liquidação do comunismo ateu. O fim do capitalismo e da falsa democracia”, o seguinte:

Quem poderia implantar neste Planeta a verdadeira PAZ? Só Jesus, e mais ninguém. E Ele o fará neste fim de ciclo, mostrando aos líderes do mundo que, muito acima do seu determinismo histórico, permanece para sempre o Determinismo Divino”. (...)

E completou na Chave 20, “Fim dos Tempos – Fim de Roma, do Anti-Cristo e das bestas – Fim de satanás e seus anjos”:

Nenhum homem, nenhum grupo forte, nenhum povo, nenhuma nação superpotência, comunista ou capitalista, poderá estabelecer PAZ NA TERRA. Isto é obra pessoal e intransferível de Jesus. Somente o Cristo tem poder – no Céu e na Terra – para realizar essa maravilha. E Ele o fará, quando descer do alto uma pedra, cortada sem auxílio de mãos humanas, para ferir a estátua nos pés de ferro e de barro (Daniel, 2:45: O sonho de Nabucodonosor). Este acontecimento está próximo: ainda não se concretizou”.

O poder de Jesus para abrir o Livro

O Cristo Ecumênico foi, por merecimento, o Único a ter ascendência para desatar os Selos do Livro que se achava lacrado por dentro e por fora (como na Profecia de Daniel foi anunciado), para apenas ser aberto no Tempo do Fim, provavelmente este que
estamos vivendo. Já pensaram nessa questão? Porém, todo término determina um início. Por isso, o mundo não vai acabar, a não ser que nós, os Seres Humanos inquietos, o precipitemos a tal destino. Ainda bem que o Apocalipse, que é de Deus, finaliza com um brado à Vida (22:20 e 21):

“20 Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Ora vem, Senhor Jesus!
“21 A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós para todo o sempre. Amém”.

Arquivo BV

Stanley M. Horton (1916-2014)

Stanley Horton,*8 teólogo evangélico, em A vitória final Uma investigação exegética do Apocalipse*9, a respeito do Poder de Jesus para descerrar os selos, testifica:

“Somente Ele é digno de desatar os selos do livro da ira de Deus. Cumpre as profecias do Antigo Testamento referentes ao Dia do Senhor, trazendo tanto o julgamento como a restauração. Ele reivindica a justiça divina e completa a consumação do grande plano redentivo de Deus. Todavia, é ainda o Cordeiro de Deus no último e derradeiro cumprimento do governo divino na nova Jerusalém, no novo céu e na nova terra”.

Novo Céu e Nova Terra

Ora, se Jesus vai voltar, com certeza o Planeta não sucumbirá. Assim seja! (A rima é proposital.)

Guardem bem o que João descreve, no primeiro versículo, do capítulo 21:

— “E vi novo céu e nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”.

Se o Evangelista Profeta declara que viu “um novo céu”, igualmente o faz ao certificar “e uma nova terra”. Entretanto, para o que desejará abrir nossos olhos, ao manifestar que “o mar já não existe”? Levantem suas considerações sobre o referido ponto. Pode parecer difícil, todavia não o é. Peçam o apoio dos seus Anjos da Guarda, na decifração desses chamados mistérios:

“Mas nos dias da voz do sétimo Anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á então o mistério de Deus, conforme Ele anunciou aos Seus servos, os Profetas” (Apocalipse, 10:7).

Os Anjos Guardiães, como os Anjos da Sexta e da Sétima Trombetas, existem e nos querem ajudar. Aguardo as conclusões de Vocês. Não desejo pregar sozinho. Voltaremos, juntos, ao assunto.

Dr. Bezerra de Menezes 

No prestigioso jornal O Paíz, escreveu, no século 19, o líder espírita, médico, político e taumaturgo brasileiro Dr. Bezerra de Menezes*10 (1831-1900):

− “O Planeta, pois, continua, não acaba, como acreditam os que interpretam as Escrituras pela letra; mas não continua com ele sua Humanidade, isto é, não os que o habitavam, porque adquiriram progresso moral correspondente ao material, que o Planeta realizou. (...) Juízo Final é, em Espírito e Verdade, a separação ou distinção dos que têm o toque para acompanhar o Planeta, em sua ascensão, e dos que não o têm”.

Reprodução BV

Padre Flávio Cavalca de Castro

Ainda sobre “Novo Céu e Nova Terra”, trago a Vocês a palavra do padre Flávio Cavalca de Castro, missionário redentorista:

“O céu, a terra, o mundo em que vivemos, as nossas realidades todas passaram, nada mais existe, somente nós e Deus. Caíram todos os céus, todas as paredes. Desapareceu tudo quanto era acessório, as nossas grandes e as pequenas preocupações e conquistas. Sobramos nós. O mar já não existe. O mar que era para os antigos o resto do caos primitivo, do vazio, da confusão e do nada existentes antes da criação. O mar que simbolizava as forças da desordem, do mal e da morte. Tudo isso deixa agora definitivamente de existir, porque estamos diante de uma nova criação, a realização definitiva das promessas divinas. Agora tudo será diferente, como se Deus criasse um novo céu e uma nova terra. Estaremos vivendo uma situação nova, um mundo novo”.*11

Zarur explicava que um proprietário inteligente não vai destruir a casa por causa de maus inquilinos, mas, sim, afastá-los dela*12. É justo.

Profecia de Daniel

A Profecia trazida a Daniel por expressão de Gabriel, o Anjo, anteriormente citada, encontra-se no capítulo 12, versículo 4, do seu livro no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada:

“E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”.

E aí está, diante de nossos olhos, a multiplicação da Ciência, principalmente desde, digamos, o início da Era Moderna, 1453, data da queda de Constantinopla, sob as armas de Maomé II e seus janízaros*13.

A 12ª Chave Bíblica da Volta de Jesus, publicada por Zarur em 1974, dedica-se ao tema: “Multiplicação do saber no mundo inteiro: o progresso alucinado destes últimos anos”. Comenta o Proclamador da Religião de Deus:

“(...) Mas a verdade é que o saber se multiplicou. Só nesta segunda metade do século 20, a Ciência criou maravilhas que a Humanidade jamais imaginou ver e ouvir. (...)”*11

Rompendo barreiras

Alguém que me honra com sua audição e leitura talvez mentalmente me indague:

“De onde virá tanta inspiração para entender o Livro*14?”

Provérbios, 2:6, responde ao confiante perquiridor:

“Porque o Senhor Deus dá a sabedoria, e da Sua boca vem a inteligência e o entendimento”.

É o Criador, portanto, que nos oferta essa Inspiração. E não somente a mim, mas a Você, àquele outro, àquela outra, àquele grupo, àquela devoção, e não impede nem aos ateus o acesso às Profecias. Ele distribui o Seu conhecimento a todas as consciências. (Jesus afirma que veio trazer Sua cura aos que dela necessitam — Evangelho, segundo Mateus, 9:12.) No entanto, cada um absorve-o e transmite-o conforme a capacidade própria e à soma de suas reencarnações; porém, até mesmo aí, de acordo com sua integração pessoal em Deus. Não basta o número de vidas sucessivas, contudo o que fazemos com elas. Há quem espiritualmente amadureça mais depressa que os demais.

Repetidas vezes, a Consciência de Deus, essa luz feérica que não produz sombra, ao iluminar a muitos, sofre a constringência das mentes toldadas pela tarda conduta humana na craveira comum da existência terrena. Todavia, a Verdade sempre abre caminhos, rompe barreiras, derruba muros, porque é de Deus*15. Acrescento a esse comentário o conforto do Divino Mestre ao assegurar:

— “Não deveis temer quando estiverdes diante dos tribunais, porque não sereis vós quem falareis, mas o Espírito Santo que falará por vós” (Evangelho de Jesus, segundo Marcos, 13:11).

Por isso, não receiem pregar a Palavra de Deus, o Evangelho-Apocalipse do Cristo, “diante dos tribunais” da vida cotidiana. Testemunhá-Lo significa aplicar em tudo o libertador ensinamento Dele.

Reencarnação

Ninguém é obrigado a acreditar na Lei Universal da Reencarnação (assim a denominava Alziro Zarur, por ser ela de Deus). Mas igualmente não se pode querer impedir que nela se creia. Afinal, vivemos tempo de democracia religiosa. Graças a Deus!, porque o oposto tem o depoimento severo da História: torturas, físicas e psíquicas, massacres sobre massacres de populações inteiras. Ademais, nem a minha convicção nem a descrença de alguém a respeito da Reencarnação afetam a sua existência. Trata-se de Lei de Justiça Divina, de generosa oportunidade de redenção das Almas dos faltosos. Ela não derroga o Planejamento de Deus, por intermédio do Cristo e do Espírito Santo, para a salvação das Almas. Pelo contrário, o projeta como ação da Sua Misericórdia, enquanto o inferno submete os Filhos do Pai Celestial, por Ele criados, à danação eterna. Resta saber onde fica nesta condenação implacável o Amor de Deus, quando no Novo Testamento encontramos este conforto, na palavra do Apóstolo Pedro, na sua Segunda Epístola, 3:9:

“O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a tenham por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”.

E mais, no Profeta Oséias, 6:6:

“Porque Eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”.

Jesus, no Evangelho segundo João, 12:47, afirma:

− “Se alguém ouvir as minhas palavras, e não as guardar, Eu não o julgo; porque não vim para julgar o mundo, e, sim, para salvá-lo”.

E o Evangelista Lucas ainda registrou nas suas anotações, 19:10, estas palavras do Cristo Ecumênico:

− “Porque o Filho de Deus veio buscar e salvar o perdido”.

A Bíblia Sagrada é o Livro de um Deus que é Amor (Primeira Epístola de João, 4:8). Como então estudá-la e pregá-la senão pelo prisma desse Supremo Sentimento, acerca do qual disse Jesus, ao se referir ao Seu Novo Mandamento (Evangelho, segundo João, 15:13): “Não há maior Amor do que doar a sua própria Vida pelos seus amigos”?

A obra de Deus, que é Amor, não pode ser interpretada consoante os conceitos intransigentes do ódio. Seria o desvario dos desvarios.

Paulo Apóstolo ensinava que:

“A letra mata, mas o Espírito vivifica” (Segunda Epístola aos Coríntios, 3:6).

A visão ao pé da letra na interpretação da Bíblia já matou, em vez de salvar, milhões e milhões de Seres Humanos. Mesmo hoje repercute esta triste indagação de Deus:

− “Caim, que fizeste de teu irmão, Abel?” (Gênesis, 4:10)

Aos fiéis e perseverantes seguidores

Ora, de fato o Apocalipse é uma Revelação do Provedor Celeste aos Seus perseverantes seguidores a respeito do que viria a acontecer, como vem ocorrendo e ocorrerá sem falhas.

Adverte o Profeta Isaías, 46:9 a 13:

– “9 Lembrai-vos das coisas passadas desde a Antiguidade; que Eu sou Deus, e não há outro; Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
“10 que anuncio o fim desde o princípio, e desde a Antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade;
“11 chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, Eu o disse, e o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.
“12 Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça.
“13 Faço chegar a minha justiça; e ela não está longe, e a minha salvação não tardará; mas estabelecerei a salvação em Sião, e em Israel*16 a minha glória.

Realmente, tudo o que foi anunciado por Deus será cumprido. Tudo! Tudo! Tudo!

Entretanto, unicamente aqueles que se esforçam por ter “olhos de ver e ouvidos de ouvir” percebem essa perfeita atuação do Planejamento Celeste em plena marcha, que independe das decisões humanas favoráveis a ele ou não. Se semeamos, colheremos, portanto, o que houvermos plantado de bom ou de ruim.

Exercitar o Bem é muito melhor. O contrário leva a Criatura a lamentável estado de arrependimento, como demonstra o Profeta Muhammad no Corão Sagrado*17, versículo 12 da 32ª Surata (A prostração):

– “Ah, se pudesses ver os pecadores, cabisbaixos, ante o seu Senhor! Exclamarão: Ó Senhor nosso, agora temos olhos para ver e ouvidos para ouvir! Faze-nos retornar ao mundo, que praticaremos o bem, porque agora estamos persuadidos!”

Asseverou o Cristo Ecumênico:

– “A cada um de acordo com as próprias obras” (Evangelho, segundo Mateus, 16:27).

As boas obras são Caridade, não apenas na Religião, como na Ciência, na Filosofia, na Política, na Economia, no Esporte, na Arte, na vida pessoal e na coletiva, conforme lhes explicarei mais adiante. A Caridade é tão fundamental para a sobrevivência da Criatura e da Humanidade, que a respeito dela, assim definiu o Apóstolo Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, 13:13:

– “Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e a Caridade. Destas três, porém, a maior é a Caridade”.

Erasmo de Rotterdam (?1469-1536), pasmem!, classifica a Caridade, no seu famoso Elogio da Loucura, como fator básico para a subsistência, por ocasião do Fim dos Tempos:

– “No entanto, Jesus Cristo, desprezando todas as macaquices, só julgará os homens (no dia do Juízo Final) pela caridade, que é o primeiro dos seus mandamentos”.*18

O que é o carma

Alguns ainda se espantam com a palavra carma. E, precipitadamente, reclamam:

– “Ih! É coisa para a gente pagar!”

Não é bem assim! Carma quer dizer causa e efeito; motivo e conseqüência. Logo, o seu carma será mau a partir de causas ruins. Desse modo, só poderá obter resultados negativos. Contudo, se forem apropriadas, as implicações corresponderão em intensidade àquele gérmen que Você tiver cultivado.

Confirma o Amigo Sublime, no Apocalipse, o que ensinara no Evangelho:

“E repete o Cristo: Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras (22:12).

Assim Ele exercerá na Terra a Autoridade que possui no Céu sob a incorruptível Lei de Deus.

Na próxima edição, continuaremos a discorrer acerca do Poder Divino, expresso no último livro da Bíblia Sagrada, o Apocalipse, que o Governante Celeste recebeu para concretizar Sua Missão entre povos e nações, até que todos, supremamente comovidos, sejamos testemunhas do que é relatado no versículo sétimo do capítulo primeiro do mais importante compêndio da atualidade:

– “Eis que Jesus vem com as nuvens, e todos os olhos O contemplarão, até mesmo os daqueles que O traspassaram. E todas as nações da Terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém”.

(Continua)

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Os quatro pilares do Ecumenismo

Em sua obra Reflexões da Alma, Paiva Netto explica:

Ecumenismo Irrestrito e Ecumenismo Total

“O Ecumenismo Irrestrito prega o perfeito relacionamento entre todas as criaturas da Terra. O Ecumenismo Total preconiza a fraterna aliança da Humanidade da Terra com a do Mundo Espiritual Superior e com qualquer civilização que possa haver no Espaço. Por que não?! Todo o Universo está aí para que apenas o fiquemos (à exceção dos astrônomos e poetas) ociosamente apreciando?! E olhe lá, quando nos lembramos de erguer os olhos para ele... Seria pretensão de nossa parte admitir a impossibilidade da existência de outras formas de vida no Cosmos. Outro ponto: nem tudo (ou todos) que lá por fora exista tem por obrigação parecer conosco. ‘Ecumenismo Irrestrito’ e ‘Ecumenismo Total’ são expressões criadas por Alziro Zarur.

“Quando o Ser Humano isso compreender, estará mais apto a vivenciar as outras duas etapas: Ecumenismo dos Corações e Ecumenismo Divino.

Ecumenismo dos Corações e Ecumenismo Divino

“Ecumenismo dos Corações é aquele que nos convence a não perder tempo com ódios e contendas estéreis, mas a estender a mão aos caídos, pois se comove com a dor; tira a camisa para vestir o nu; contribui para o bálsamo curativo do que se encontra enfermo; protege os órfãos e as viúvas; sabe que a Educação com Espiritualidade Ecumênica tornar-se-á cada vez mais fundamental para o progresso dos povos, porque ecumenismo é Educação aberta à Paz; para o fortalecer de uma nação (não para que domine as demais). (...) Ao passo que o Ecumenismo Divino é o contato socioespiritual entre a criatura e seu Criador. (...) Portanto, falo da universalização do Ser Humano que se integra na sua origem divina, tornando-se o Homem-Vertical, quer dizer, o Homem-Espiritual, ou mais: o Homem-Espírito. É o fim do império da matéria, pela pura e simples compreensão de que ela não existe (porquanto o próprio átomo é cheio de espaços vagos). Daí eu já ter afirmado que matéria também é Espírito”.

Ele (Jesus, o Amigo Sublime) exercerá na Terra a Autoridade que possui no Céu sob a incorruptível Lei de Deus.

NOTAS
• Fontes Bíblicas – Tradução: João Ferreira de Almeida – Editora: Sociedade Bíblica do Brasil.
• Os grifos, nas citações, são nossos, à exceção de Mensagem de Jesus para os Sobreviventes, de Alziro Zarur.

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*1 Evangelista Profeta – João, por ter relatado as palavras e exemplos de Jesus no quarto Evangelho e registrado as Profecias do Apocalipse, era chamado, mui apropriadamente, por Alziro Zarur, de Evangelista e Profeta ou Evangelista Profeta.

*2 Pablo Richard – Nascido no Chile em 1939, foi ordenado sacerdote em 1967. Licenciou-se em Teologia (Universidade Católica do Chile), em Sagrada Escritura (Pontifício Instituto Bíblico de Roma), e em Estudos de Bíblia e Arqueologia (Escola Bíblica de Jerusalém). É também Doutor em Sociologia da Religião (Sorbonne, Paris) e Doutor honoris causa de Teologia (Faculdade Livre de Teologia Protestante de Paris).

*3 RICHARD, Pablo. Apocalipse – Reconstrução da Esperança. Petrópolis: Vozes. 1996.

*4 Emmanuel – Guia espiritual do saudoso médium brasileiro Francisco Cândido Xavier (1910-2002). Acompanhou-o desde as primeiras manifestações mediúnicas. Emmanuel, por intermédio desse famoso sensitivo, é autor de obras importantes, a exemplo de Há Dois Mil Anos e 50 Anos Depois, ambas transformadas em radionovelas por determinação de Paiva Netto, alcançando grande audiência na Super Rede Boa Vontade de Rádio e posteriormente lançadas em CDs, pela Editora Elevação, em parceria
com a FEB, como também ocorreu com as obras Nosso Lar e Sexo e Destino (de André Luiz), obtendo igual sucesso.

*5 Mediunidade e Sintonia – Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier. Editora Cultura Espírita União, 1986, São Paulo/SP.

*6 Alziro Zarur (1914-1979) – Nascido na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, no Natal de Jesus de 1914. Jornalista, radialista, escritor e poeta, fundou a Legião da Boa Vontade (LBV) em 1o de janeiro de 1950, e brilhantemente presidiu-a até a sua passagem para o Plano Espiritual, em 21 de outubro de 1979. Polêmico e carismático, de forma popular e inovadora era pregador entusiasta do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, mas não ao pé da “letra que mata” (Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios, 3:6), contudo, em Espírito e Verdade à luz do Novo Mandamento do Cristo Ecumênico (ver página 3 desta publicação). Zarur foi também o grande Proclamador do Ecumenismo Irrestrito no mundo, tese que já sustentava desde a adolescência, quando lançou os fundamentos de sua Cruzada de Religiões Irmanadas, uma antecipação do relacionamento inter-religioso.

*7 Mensagem de Jesus para os Sobreviventes – Livro que Alziro Zarur lançou em 10 de dezembro de 1974, na atual Glorinha, hoje desmembrada do município de Gravataí/RS, Brasil. Paiva Netto, após o falecimento do Fundador da Legião da Boa Vontade, em 21/10/1979, batizou a grande obra da LBV, no Rio Grande do Sul, com o nome de Lar e Parque Alziro Zarur, a que chama também de Templo da Natureza e da Criança.

*8 Stanley M. Horton – Teólogo. Autor de fértil conteúdo e educador respeitável. Sua formação inclui um M. Div (Magister Divinitatis) do Seminário Teológico Gordon-Conwell; S.T.M. (Magister Sacrae Theologiae) da Universidade de Harvard; além de Th.D. (Theologiae Doctor) do Central Baptist Theological Seminary.

*9 HORTON, Stanley M. A Vitória Final – Uma investigação exegética do Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

*10 Dr. Bezerra de Menezes – As palavras do Dr. Bezerra estão registradas no livro Espiritismo, Estudos Filosóficos, volume II, no capítulo “103 – O Juízo Final”. Editora: FAE – 2001.

*11 CASTRO, P. Flávio Cavalca de. O Apocalipse Hoje. Aparecida: Santuário, 1982.

*12 A casa e os maus inquilinos – Outros esclarecimentos em “A Humanidade do Absinto”, de Paiva Netto, artigo publicado no primeiro volume de O Brasil e o Apocalipse.

*13 Janízaros – Nota do autor – Eram jovens cristãos dos Bálcãs, seqüestrados pelos otomanos para o serviço militar. Eles os transformavam em guerreiros inigualáveis. Sendo a elite da infantaria, quando entravam em batalha, a guerra já estava perdida para o inimigo.

*14 O Livro – Citando um personagem fictício, o autor refere-se ao Livro das Profecias Finais, como Alziro Zarur chamava o Apocalipse.

*15 A Verdade e Deus – Disse Jesus, na Sua Oração Sacerdotal: “Pai, santifica-os na Verdade, a Tua Palavra é a Verdade” (Evangelho, segundo João, 17:17). É desta Verdade que nos fala Paiva Netto.

*16 Israel – Mais informações em “O Israel de Deus”, de Paiva Netto, constante de suas obras O Brasil e o Apocalipse (volume III) e Somos todos Profetas (a partir da página 159, 44a edição). Este último, com As Profecias sem mistério e Apocalipse sem medo, faz parte da coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que já vendeu mais 1,3 milhão de exemplares. Façam seus pedidos pelo Clube Cultura de Paz. Ligue para: 0800 77 07 940 (durante o horário comercial).

*17 Corão Sagrado – Tradução: Samir El-Hayek

*18 ROTTERDAM, Erasmo. Elogio da Loucura (Encomium Moriae). Tradução base: Paulo M. Oliveira. Versão para eBook: eBooksBrasil.com.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.