“Não há morte em nenhum ponto do Universo”

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 1º e 2 de novembro de 2008, sábado e domingo. | Atualizado em novembro de 2022.

Dois de Novembro é o chamado dia dos mortos.

Arquivo BV

Alziro Zarur  

Certa feita, um repórter perguntou-me se costumava orar por eles. Respondi-lhe: Naturalmente. Sentimos saudade daqueles que nos antecederam no caminho da Grande Pátria Espiritual, o Mundo da Verdade. Lembremo-nos dos parentes e amigos com muito carinho. Compreende-se a saudade, mas não convém alimentar tristeza, porque isso perturba a Alma da pessoa amada. Eles estão mais vivos do que nunca. Nada morre. Basta ver que o cadáver, que vestiu o Espírito, também se transforma em vida, em bilhões de formas minúsculas. A morte é um boato. O saudoso radialista, jornalista, poeta e escritor Alziro Zarur (1914-1979) ensinava que "não há morte em nenhum ponto do Universo".

NASA, ESA, R. Kirshner

Deus não é morte. É Vida. E Vida Eterna. O próprio Jesus revelou aos Seus Discípulos que o Pai Celestial universalmente governa seres imortais. E arrematou: "Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. Por não crerdes nisso, errais muito" (Evangelho, segundo Marcos, 12:27; e Lucas, 20:38). 

Aqueles que amamos não morrem jamais, mesmo que se encontrem no Mundo Espiritual. Muitos permanecem invisíveis ao nosso lado, ajudando-nos; outros podem, até mesmo, precisar de nossas preces. Oremos por eles, para que, quando chegar a nossa vez, alguém ore por nós, e agradeçamos a Deus por ser Deus de vivos. Os mortos não morrem.

Reprodução BV

Blaise Pascal

Blaise Pascal (1623-1662) já definira: "A imortalidade da Alma tem para o homem tamanha importância, interessa-lhe tão profundamente, que é preciso ter perdido toda a sensibilidade para ser-se indiferente ao seu conhecimento".

O grande equívoco da humanidade

Reprodução BV

Chico Xavier

O grande equívoco da humanidade é viver como se após a morte nada houvesse. Revelam os Mentores Espirituais que um dos maiores dramas na Pátria da Verdade é a chegada de multidões livres das algemas da carne, mas completamente ignorantes do que seja o Mundo Invisível. É uma terrível falha das religiões na atualidade. Escreveu Laurinda V. de Mello, na psicografia de Francisco Cândido Xavier (1910-2002), que "a morte do corpo, para quem não se preparou conscientemente, é sempre um golpe muito grande para o Espírito".

Eis que o grande segredo da Vida é, amando a Vida, saber preparar-se para a morte, ou Vida Eterna. Ressalte-se, na hora certa determinada por Deus. Por isso, com insistência, o fundador da Legião da Boa Vontade alertava que "o suicídio não resolve as angústias de ninguém".

Arquivo BV

Goethe

Goethe (1749-1832) costumava dizer que "os que não acreditam em outra vida já estão mortos mesmo nesta"

Ninguém morre. Torna-se apenas invisível aos nossos olhos materiais. Foi o que entendeu Fernando Pessoa (1888-1935), o famoso vate português, ao escrever em “Cancioneiro”: "A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto".

Grant Ritchie em Unsplash

Tudo é Vida

Como dizia Zarur, “não há morte em nenhum ponto do Universo. Tudo é Vida, porque Deus é Vida”.

Não se mate, porque você continuará vivo

A Vida é eterna. Por isso praticar o suicídio é a extrema loucura, pois quem se mata vai descobrir-se, no Outro Lado, mais vivo do que nunca, a sofrer as terríveis consequências do seu ato de tremenda rebeldia contra a Sábia Lei Divina, que nos governa e governa o Universo. Matar-se abala, por largo tempo, a existência do Espírito, pois ofende a Lei que rege o Universo. Honremos, pois, o extraordinário dom que Deus nos concedeu, que é a Vida, e Ele sempre virá em nosso socorro pelos mais inimagináveis e eficientes processos. Substancial é que saibamos humildemente entender os Seus recados e os apliquemos com a Boa Vontade e a eficácia que Ele espera de nós. A permanente sintonia com o Poder Divino só nos pode capacitar o Espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, mesmo que em plena conflagração dos destemperos humanos. A continuação da existência após a morte jamais poderá ser justificativa para o suicídio. Todos continuamos vivos. (...)

A morte não é mais o lúgubre ingresso para o nada

Para finalizar, ofereço a todos vocês que me honram com a sua leitura esta reflexão que publiquei em minha mais recente obra, Jesus, o Libertador Divino, lançada em 21 de outubro de 2022, durante as celebrações dos 33 anos do Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF. O trecho encontra-se no capítulo “Mensagem do Túmulo Vazio”, originário de documento que enviei, em de 25 de agosto de 1997, aos que comigo labutam nas Instituições da Boa Vontade (IBVs)*:

Com a Ressurreição de Jesus, a morte deixou de ser o lúgubre ingresso para o Nada; porquanto, na verdade, é a esplendorosa revelação de que a felicidade em Deus — o Provedor de tudo o que moralmente necessitamos, para livrar-nos das mais profundas carências — é eterna, como perenes são as realizações do Bem, na Terra e no Espaço.

Respeitemos a Vida, e ela nos abençoará com a prosperidade e a liberdade espirituais que antecedem todo o contentamento.

Quando o Celeste Amigo revelou o Túmulo Vazio, acabou com os impossíveis, porque ressuscitou, conforme prometera, da morte para a Eternidade. E nós, com Ele. Graças a Deus! 

___________

* Instituições da Boa Vontade — Formadas pela Legião da Boa Vontade (LBV); pela Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo; pela Fundação José de Paiva Netto; e pela Associação Educacional Boa Vontade.

         

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.