Moisés e Fiat Lux!
A manifestação do Amor Divino na criação da Vida planetária.
Em meu livro Crônicas e Entrevistas — lançado pela Editora Elevação em dezembro de 2000, no Congresso Viva Jesus!, que ocorreu em Belo Horizonte/MG, Brasil —, expressando nosso reiterado clamor por uma sociedade mais justa e orientada por leis da Fraternidade, ressaltei que Moisés, ao descrever, de forma alegórica, a criação do Céu, da Terra e de tudo o que ela contém, revela, no Gênesis, 1:3 e 4: “E disse Deus: ‘Faça-se a Luz!’ E houve Luz. E viu Deus que era boa a Luz, e fez a separação entre a Luz e as trevas”.
Ora, não pode haver luminosidade, ou seja, vida em plenitude espiritual-humana, onde não existir Amor, em seu mais elevado sentido.
Toda a criação do Universo deriva da essência do Pai Celeste, definido por Jesus, por intermédio de João Evangelista, justamente como Amor (Primeira Epístola de João, 4:8).
Persistindo em manter a consciência afastada desse sentimento sublime e dessa estratégia cósmica, o ser humano, religioso ou ateu, corre sério risco de pôr-se fora do alcance da sintonia de Deus, o Grande Arquiteto Celeste; portanto, em situação danosa para a sua Alma (ou Consciência), razão maior de tantos males que recaem sobre o mundo. A vivência da Espiritualidade Ecumênica, isto é, do Bem, é motivo de saúde mental e social para o Cidadão Planetário, de acordo com o que afirmei na pregação do Evangelho de Jesus, ainda na década de 1970.
Disso podemos inferir que o glorioso Fiat Lux!, revelado pelo grande chefe e legislador hebreu, poderia, em seu fulgor, ser interpretado com estas palavras:
O Amor Solidário Divino — Faça-se do Amor Fraterno (Fiat Lux!) a Lei Suprema dos cidadãos e dos povos. Agora, se os homens têm ou não seguido o ensinamento, depende deles... No entanto, é hora de corrigir o rumo, porque o perigo está às portas. A violência campeia. E Religião é para confraternizar. Eis a urgente providência a antepor-se ao darwinismo social, ampliado pela globalização desprovida de sentimento solidário: a sobrevivência, nua e crua, do mais forte. Desvio provocado por uma leitura sociológica equivocada da teoria científica evolucionista, com a qual (leitura equivocada) concordava, para nossa tristeza, o controverso pensador inglês, o pioneiro Charles Darwin (1809-1882), que, aliás, a defendia. Ora, o ser humano não pode ser reduzido a um animal irracional.
Agora, mais do que nunca, torna-se imprescindível a vivência do Amor Solidário Divino, porque ele é o único capaz de afastar da Terra as trevas do crime, da miséria e da dor quando compreendido e desempenhado — em todo o seu poder compassivo, justo e, portanto, eficaz —, não somente pela Religião, mas também pela Educação, pela Política, pela Ciência, pela Economia, pela Arte, pelo Esporte, pelos relacionamentos internacionais, pelo trabalhador mais simples e pelo mais projetado homem público. Na verdade, o ser humano, sabendo ou não, procura instintivamente o equilíbrio, que só pode advir do exercício da Fraternidade, a grande esquecida — como lamentava Dom João Bosco (1815-1888) — da trilogia da Revolução Francesa (Liberté, Egalité, Fraternité), tanto que sua posição é a final do lema reformista, quando deveria ocupar a vanguarda deste. Por isso deu no que deu, com tanta gente guilhotinada. (...).
Paz e Fraternidade — Não foi sem motivo que Victor Hugo declarou: “Sem Fraternidade não pode haver Paz”.
Realmente, caro Hugô, só alcançaremos a Paz, pelas atitudes convincentes de Fraternidade. (...)
O mundo precisa, mesmo, de Paz e Fraternidade. Por sinal, uma saudação de Francisco de Assis, o Patrono da Legião da Boa Vontade. Não se trata de mera pretensão da nossa parte, como bem compreendeu o ex-ministro Dr. Marcelo Pimentel*, ao afirmar: “A LBV não é obra para uma geração, mas para uma civilização”.
Na construção de um futuro melhor, inspiremo-nos e ajamos confiantes no Amor Universal, expresso no Mandamento Novo de Jesus — que reuni num tratado —, a Lei de Solidariedade Espiritual, Humana e Social, com o que encerro esta modesta reflexão: Ensinou Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: “Novo Mandamento vos dou: amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras em vós permanecerem, pedi o que quiserdes, e vos será concedido. A glória de meu Pai está em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu Amor; assim como tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no Seu Amor. Tenho-vos dito estas coisas a fim de que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. O meu Mandamento é este: que vos ameis como Eu vos tenho amado. Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos. E vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando. E Eu vos mando isto: amai-vos como Eu vos amei. Já não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto aprendi com meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, fui Eu que vos escolhi e vos designei para que vades e deis bons frutos, de modo que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos conceda. E isto Eu vos mando: que vos ameis como Eu vos tenho amado. Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor”. (Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34 e 35; 15:7, 8, 10 a 17 e 9.)
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* Dr. Marcelo Pimentel (1925-2018).
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