A angústia dos Anjos Guardiães

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro “A Missão dos Setenta e o ‘lobo invisível’”, de junho de 2018. | Atualizada em setembro de 2024.

No Evangelho-Apocalipse de Jesus, somos constantemente exortados pelo Divino Mestre à vigilância. Por exemplo, Ele encerra o Seu Sermão Profético com esta determinação celeste: “O que digo a vós, em particular, digo-o publicamente a todos: vigiai!” Jesus (Marcos, 13:37).

Tela: James Tissot (1836-1902)

Título da obra: A Exortação aos Apóstolos.

Reprodução BV

André Luiz (Espírito) e Chico Xavier

Acerca dessa necessidade de nos mantermos de atalaia, enfatizamos uma questão fundamental: os nossos Anjos Guardiães, muitas vezes, querem inspirar-nos, e nós não prestamos atenção às intuições que eles nos dirigem. É ilustrativo o que notamos em trecho extraído do livro Sexo e Destino, de autoria do Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier (1910-2002).

Os fatos aqui desenrolam-se em torno de pobre moça que, completamente inebriada de paixão por um jovem disputado por ela e por sua irmã, marca um encontro numa pensão da cidade do Rio de Janeiro. Seu nome: Marita. Ela fora adotada por abonado casal do bairro do Flamengo. Seu padrasto (Cláudio Nogueira), entorpecido por um desejo lastimável de possuí-la, convence o leviano rapaz (Gilberto) a não comparecer ao encontro, de forma que ele mesmo, ao passar-se pelo jovem no quarto previamente reservado, pudesse consumar o hediondo objetivo.

André Luiz, como um Anjo da Guarda de Marita, procurou em vão, de todas as maneiras, por alguém que captasse o pensamento que remetia ao cérebro de vários familiares, amigos e pessoas ligadas a ela, a fim de protegê-la daquela situação.

Para tentar salvar a desventurada jovem do estupro, observem o esforço desesperado dos que se encontram numa dimensão em que há restrições ao contato entre eles e nós, por causa da mediocridade dos nossos cinco sentidos principais — porque existem outros que ainda descobriremos, como o sexto e depois o sétimo, o oitavo etc.

Chamo a atenção de todos vocês, meus queridos Irmãos, estimadas Irmãs, jovens, pré-adolescentes, crianças, para que não lhes ocorra fato assim tão trágico. Não se pode fechar os canais mediúnicos à intuição do Bem. Daí estarmos sempre vigilantes, espiritual e materialmente falando, a fim de manter os “lobos” (invisíveis ou não) bem distantes. É imprescindível destacar que apenas nos devemos submeter à influência dos Espíritos de Luz. Só! De que maneira identificá-la?! É simples. Os Benfeitores do Espaço tão somente inspirarão coisas elevadas. Não vão intuir uma ação prejudicial a quem quer que seja, nem mesmo a nós próprios. Foi Jesus Quem nos revelou a chave para distinguir uma presença espiritual boa de uma ruim:

Árvores e seus frutos

“43 Não existe árvore boa que produza mau fruto; nem árvore má que produza bom fruto.

“44 Pois cada árvore é conhecida pelos seus próprios frutos. Não é possível colher-se figos de espinheiros, nem tampouco uvas de ervas daninhas” (Evangelho, segundo Lucas, 6:43 e 44).

Fiquemos, portanto, atentos!

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.