O Dinamismo da Paz
Neste artigo, o escritor Paiva Netto apresenta, entre outros, extratos da publicação Paz para o Milênio, com recomendações traduzidas para diversos idiomas e encaminhadas pelo autor à Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em agosto de 2000, na sua sede em Nova York, EUA. Em virtude de sua tradição universalista, a Legião da Boa Vontade (LBV) — por meio de carta endereçada ao seu dirigente, José de Paiva Netto — foi convidada pelo comitê organizador a assumir a coordenação da comitiva de religiosos brasileiros naquele Encontro.
Os editores
Exemplo dos religiosos
Irmãos e Irmãs em humanidade, que espera o mundo dos líderes de todos os segmentos, a começar justamente pelos religiosos?
O veemente exemplo do Amor Divino, porque a partir daí a Paz será possível. Sem esse sentido, os mais elaborados planejamentos sofrem a ameaça de falência. Não há proposta que expresse seus melhores resultados se não existir um clima de real compreensão e de Boa Vontade.
Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, afirmava, com eloquência, que “o maior criminoso do mundo é aquele que prega o ódio em nome de Deus”.
Demasia de palavras, pobreza de ações
O mundo fatiga-se com demasia de palavras e pobreza de ações eficazes, atos que, de forma efetiva, sirvam de modelo para a concretização de um espírito de concórdia, de Boa Vontade, que verdadeiramente transforme o indivíduo de dentro para fora, algo que não se consegue por decreto. É evidente que esse trabalho espiritual e humano de iluminação das criaturas deve ser acompanhado por acertadas medidas políticas, econômicas e sociais; Instrução; Educação e Reeducação bafejadas pela indispensável Espiritualidade Ecumênica. Isto é, uma perfeita sintonia com as Dimensões Superiores da Humanidade Celeste, até agora invisíveis aos nossos olhos materiais. No entanto, os “mortos” continuam vivos. E aí estão a nos influenciar desde que o mundo é mundo.
Por isso, nos encontramos, hoje, aqui, irmanados.
O desprezo da História
Se os religiosos não derem exemplo perene de Fraternidade, a única coisa que haverão de merecer será o mais severo desprezo da História.
Fraternidade e Paz
Convidar todos ao ingresso sem tardança na Sublime Escola do Amor Fraternal, para flagrantemente vivê-lo, é, em resumo, a tarefa empreendida pelos fundadores das crenças. Executá-la em harmonia é finalmente trilhar o caminho que leva à Paz.
Atravessemos seus portais como Irmãs e Irmãos
Todo documento derradeiro assinado neste Encontro internacional seria um engodo lançado à face do mundo se não sairmos daqui convencidos de que somos legitimamente humanidade, “um poema de compaixão”, como queria o Buda (aprox. 563-483 a.C.).
Ao término da Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, que tem a Organização das Nações Unidas (ONU), como anfitriã, atravessemos os seus portais definitivamente como Irmãos. Irmãos e Irmãs aqui, Irmãos e Irmãs lá fora, Irmãos e Irmãs a milhares de quilômetros de distância. Só assim seremos capazes de satisfatoriamente concretizar o que, neste evento, ajustarmos.
A proposição competente
A mais competente proposição a ser levantada nestes plenários brilha no íntimo de todos: amarmo-nos uns aos outros até mesmo antes dos demais a quem pretendemos levar uma mensagem de renovação. Como ensinava Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona: “Se manténs a tua paz, mantém-na movido pelo amor; se clamas, clama por amor; se corriges, corrige com amor; se perdoas, perdoa por amor. Tem no fundo do coração a raiz do amor: dessa raiz não pode brotar senão o bem”.
Todas as providências de caráter operacional serão bem-sucedidas se nos amarmos e nos entendermos realmente, posto que estaremos dispostos a suplantar os desafios. Nenhum planejamento terá êxito, por mais bem elaborado, se faltar essa intensa harmonia e sentido de unidade na diversidade para, juntos, vencermos a adversidade.
Tecnologia e Paz
Na década de 1980, escrevendo para o jornal Folha de S.Paulo, da capital do Estado de São Paulo, Brasil, afirmei que, em tempo algum, a civilização alcançou tamanho grau de tecnologia. Imediatamente perguntei e respondi: Que falta, pois, para que haja Paz? Resta sublimar as ações do progresso com a Espiritualidade Ecumênica, que potencialmente nos acompanha — saibamos ou não saibamos, queiramos ou não queiramos — desde antes do berço e de que devemos ser proclamadores, como crentes em Deus. Naturalmente que entendido como Amor, Verdade e também Justiça, que “é o apoio do mundo”, ao passo que “a injustiça, pelo contrário, é origem e fonte de todas as calamidades que o afligem”, consoante o pensamento do filósofo Dietrich de Holbach (1723-1789).
Somos humanidade
Antes de prosseguir, faz-se necessária uma observação esclarecedora: sempre que você ler em meus escritos ou ouvir em meus improvisos a palavra “Ecumenismo”, por favor, considere o aspecto original do termo. De acordo com sua etimologia, “ecumênico” (do grego oikoumenikós) significa “toda a Terra habitada” e “de escopo ou aplicabilidade mundial; universal”. Utilizamos esse vocábulo sobejamente, porque não haverá verdadeira Paz entre as nações enquanto ela não for estendida a todos os habitantes da Terra, a despeito de religião, visão particular ideológica, de ciência, política, filosofia, arte, esporte etc. Agora mais do que nunca, nestes tempos globais, a paz restrita é permanente convocação para novos conflitos.
Daí o acerto do pensador e cientista judeu-alemão, Albert Einstein (1879-1955), ao concluir que: “A Paz não pode ser mantida à força; só pode ser conseguida pela compreensão”.
Em minha página “Não há mundo sem a China”, publicada na revista International Business and Management, em 1987, e reproduzida para os participantes da IV Conferência sobre a Mulher, realizada em Pequim, em setembro de 1995, escrevi:
O caminho da LBV é a Paz. Chega de guerras! A brutalidade é a lei dos irracionais, não do ser humano, que se considera superior. Pregamos a valorização da criatura e de seu Espírito Imortal, que é a riqueza de um país. A fortuna da China são os chineses, como a do Brasil e a das demais nações é o seu povo.
Ecumenismo da Solidariedade
Conforme anotei em Crônicas e Entrevistas (2000), contra a mundialização da indiferença e do crime urge contrapor o Ecumenismo da Solidariedade. Este desconhece tabus e preconceitos humanos, sociais, ideológicos, políticos, étnicos e religiosos. Sua grande vocação é pura e simplesmente a Alma Eterna da criatura humana, o Cidadão Espiritual, um firme passo adiante na reestruturação da cultura terrestre no terceiro milênio.
Coexistir na Sintonia da Paz
Afinal de contas, somos humanidade. Desde o princípio das eras, temos indissolúvel ligação neste orbe. Somos, portanto, muçulmanos, xintoístas, católicos, bramanistas, budistas, protestantes, hinduístas, bahá´is, judeus, espíritas, esotéricos, agnósticos, mórmons, umbandistas, ateus... Somos, por fim, seres humanos! Isso significa dizer que é imprescindível respeitar as origens e procurar compreender o ponto de vista do nosso semelhante para, com ele, coexistir na sintonia da Paz, de modo que possamos juntar as mãos e trabalhar por quem padece, antes que, de forma globalizante, os padecentes sejamos todos nós, enquanto promotores dementados de verdadeira chacina, ao fomentar um progresso, porém de destruição. A tecnologia apressou a velocidade das coisas. Entretanto, a falta de visão solidária está levando o planeta a uma fase pré-agonizante. Cientistas, sacudindo preconceituosas palavras de ordem dos capatazes do mundo, criam coragem e alertam a respeito do aquecimento global e suas mil consequências.
O Ecumenismo das Almas
O Pai Celestial espera que aprendamos a viver pacificamente em comunidade planetária. Só existe uma raça, a Raça Universal dos Filhos de Deus. Cultivemos a Parte Divina que existe em todos os indivíduos, esperando ser despertada de forma eficaz, ao largo das crenças e descrenças, para a prática da Fraternidade Ecumênica e da Solidariedade sem fronteiras entre os habitantes de todas as nações. Por isso, pregamos o Ecumenismo sem fronteiras, ou Ecumenismo das Almas — oriundas da Alma mater, o Supremo Criador —, o Ecumenismo dos Sentimentos Fraternos (que a tudo transcende), aqueles que constituem a projeção maior do Coração Divino e anseiam unir-se no soerguer de um futuro feliz para os povos. Um dia, a Ciência chegará, pela genética e um pouco mais à compreensão definitiva daquilo que já perceberam os místicos universalistas: somos um corpo só. A propósito, afirmo há décadas que a contradição entre Religião e Ciência, de fato, nunca existiu. Em sua essência, esses dois ramos do saber são complementares. O maior estorvo para o grande amplexo entre Religião e Ciência, que são irmãs, é a continuação, no palco do saber, do deus antropomórfico, que não prejudica apenas o laboratório, como também o altar. (...)
Deus não tem forma humana. Logo, não se trata do que, de modo tão restritivo, alguns até hoje cogitam a Seu respeito, mesmo no mundo acadêmico. O ser humano por enquanto não O vê, mas pode senti-Lo toda vez que, em verdade, ama, e Dele se afasta quando odeia. Falo do Ser Infinito que criou o Universo Infinito. Deus seria, matemática e poeticamente, uma Sublime Equação, cujo resultado é o Amor Infinito; portanto, O TUDO.
Talvez por isso, o grande teólogo reformador alemão Martinho Lutero (1483-1546) tenha afirmado em versos:
Uma poderosa fortaleza é o
[nosso Deus,
Um bastião jamais conquistado,
Nossa ajuda na inundação
De males humanos por toda parte.)
(...) A vanguarda de uma Ciência que elevará o ser humano a raciocínios, hoje inconcebíveis para a maioria, volta o seu olhar — sem clichês, preconceitos e tabus — para a Espiritualidade.
Jesus, o Cristo Ecumênico, o Estadista Divino
Em 1989, o produtor de documentários da TV polonesa, à época vice-presidente da Associação Universal de Esperanto, jornalista Roman Dobrzyński, esteve no Brasil para participar da inauguração do Templo da Boa Vontade. Na ocasião, em entrevista, perguntou-me como podia pregar o Ecumenismo Irrestrito falando em Jesus. Respondi-lhe, conforme tantas vezes expusera meu pensamento acerca deste tópico, que uma das grandes tarefas da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo é dessectarizá-Lo, pois Jesus é o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, e concluí: o Provedor Celeste não é um rancoroso exclusivista. Ele é um Ideal Sublime de Humanidade, Amor, Solidariedade, Justiça e Compaixão para todos os seres espirituais e humanos. Jesus é uma conquista diária para os que tem sede de Saber, de Misericórdia, de Fraternidade, de Generosidade, de Liberdade, de Solidariedade e Igualdade, segundo a Lei Universal da Reencarnação, “que dá a cada um de acordo com as obras de cada um” (Evangelho, segundo Mateus, 16:27).
Jesus, em Si mesmo, não constitui fator de rancores e guerras. Pregou, com o Seu Novo Mandamento — “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35) —, o Amor elevado à enésima potência. O que as criaturas terrenas fizeram com a Sua Mensagem é criação reducionista delas (...).
Revelar o excelso significado do Seu Evangelho e do Seu Apocalipse, sem sectarismos, é destacado serviço que a Religião do Terceiro Milênio está prestando à sociedade do mundo (...).
Gradações do Ecumenismo
Quando falamos em Ecumenismo, queremos dizer universalismo do Bem, portanto, Fraternidade acima de todos os ódios lacerantes, Solidariedade internacional, pois entendemos a humanidade como uma família. Muitos, todavia, poderão se restringir apenas ao Ecumenismo Religioso — pelo qual tanto se bateu o pensador Alziro Zarur, com sua pioneira Cruzada de Religiões Irmanadas —, que já constitui um enorme passo para a civilização, necessitada urgentemente de Paz.
Entretanto, sua ação deve manifestar-se em todos os campos. O Ecumenismo suplica ser praticado, como o demonstra a Legião da Boa Vontade, com a abrangência de suas ações nos diferentes setores da vida humana:
Ecumenismo na Educação
Ecumenismo na Comunicação
Ecumenismo na Política
Ecumenismo na Ciência
Ecumenismo na Arte
Ecumenismo na Filantropia
Ecumenismo na Economia
Ecumenismo no Direito
Ecumenismo na Filosofia
Ecumenismo no Esporte, e assim por diante.
É importante ainda destacar o Ecumenismo Étnico, de Classe, o que permeia as nacionalidades, o Cultural, enfim, porquanto não se pode perder uma vírgula que seja do conhecimento e da Fraternidade que os povos, a duras penas, conquistaram. A contribuição à sobrevivência planetária deve partir de todos os pontos, de homens e mulheres, tribos e nações da Terra e do Céu da Terra, porque existe vida no Mundo Espiritual, como a criteriosa Ciência, um dia, provará, pois os mortos não morrem.
Por isso apregoo o Ecumenismo Irrestrito e o Total*1. Este último propõe a aliança das Duas Humanidades, como preconizava Alziro Zarur: “O segredo do governo dos povos é unir a humanidade da Terra à Humanidade do Céu”.
Trata-se de uma desafiante empreitada, a ser vencida com denodo, Razão e Fé.
Talmud e Paz
Todas as animosidades que costumam dividir e segregar os seres humanos em grupos intolerantes se opõem ao Ideal Ecumênico da Paz. Portanto, promovem a intransigência, contribuem para a manutenção desse estado de tensões múltiplas que poderá empurrar o mundo na direção de um conflito indescritível que ninguém, em sã consciência, pode desejar.
Vemos o Ecumenismo Irrestrito e o Total como expressões máximas do Amor e da Justiça, o eixo de gravidade de uma sociedade sadia. É o estado natural e o querer espontâneo de toda criatura quando espiritualmente integrada ao Criador, ou ao verdadeiro sentido de humanidade, e bandeira dos que, religiosos ou não, labutam por uma convivência planetária melhor. O Ecumenismo que pregamos não impõe nada a ninguém, a não ser suscitar o convite para o entendimento natural entre gente civilizada.
Ensina o Talmud: “Ama a Paz e procura-a sempre; ama a humanidade e mostra a senda da virtude a teus semelhantes”.
Misericórdia e Benevolência
Em 1987, na Folha de S.Paulo, e anteriormente no Jornal da LBV de 1984, publiquei:
Quando falamos na união de todos pelo bem de todos, alguns podem atemorizar-se, pensando em capitulação de seus pontos de vista, na enfadonha planura de uma aliança despersonalizada: o automatismo humano deplorável. Não é nada disso. Na Democracia Divina*2, todos têm o dever (muito mais que o direito) de —honestamente (quesito básico) e com espírito de tolerância — enunciar suas ideias, sua maneira de ver as coisas. Entretanto, ninguém tem o direito de odiar a pretexto de pensar diferente nem de viver intimidado pelo mesmo motivo. Já dizia Gandhi (1869-1948) que “divergência de opinião não é motivo para hostilidade”. E foi por nisso acreditar que, com certeza, o Mahatma se tornou o personagem principal da independência do seu povo.
Bem a propósito, este ensinamento fundamental de Jesus, constante de Seu Evangelho, segundo Lucas, 6:36 a 38:
36 Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.
37 Não julgueis, para não serdes julgados; não condeneis, para não serdes condenados; perdoai, e vos será perdoado.
38 Dai, e vos será dado; será derramada no vosso regaço uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante, pois com a medida com que medirdes sereis medidos também.
Tipo Ecumênico
Nosso ponto de vista a respeito do entendimento humano encontra-se exposto no documento que mandamos aos Jovens de Boa Vontade, em 18 de julho de 1988, e que eles generosamente chamaram de Epístola Constitucional do Terceiro Milênio:
(...) Vivemos tempos precursores de um verdadeiro Renascimento Espiritual. A sociedade planetária, formada de elementos díspares, atravessa uma crise inédita. Está, sabendo ou não, à procura, mesmo que por caminhos tortuosos, de sua Identidade Divina, do seu, podemos dizer, Tipo Ecumênico. (...) A humanidade, no seu irreversível processo de amadurecimento, começa a compreender não existir outra forma de sobrevivência, pois maiores são os fatores que nos unem do que a irreflexão que eventualmente nos separe.
O impasse que a insensatez humana erigiu, durante os milênios, resume-se atualmente nisto: ou integra ou desintegra. A escolha é nossa, não ponhamos a culpa em Deus.
Identidade Cósmica: Deus
Por mais diversos e conflitantes que sejam os princípios ainda presentemente adotados pelas nações, existe uma Identidade Cósmica, acima de todas as diferenças culturais, étnicas, territoriais, econômicas, religiosas, sociais, morais, ideológicas, esportivas, e também acima de todos os preconceitos e tabus, atuando sobre todos os indivíduos: essa Identidade Cósmica é Deus, que é Amor!
Sapiência de Deus
A humanidade é uma família. E não existe uma só em que todos os filhos tenham idêntico comportamento. Cada um é um cosmos independente, mas não significa dizer que esses “corpos celestes” tenham de se esbarrar uns nos outros. Seria o caos.
Precisamos, por isso, viver o Ecumenismo Irrestrito, não resumido, portanto, aos cristãos que compõem uma parte dos povos. E mais: Ecumenismo não circunscrito às religiões, todavia aquele que se expande pelos campos da Ciência, da Filosofia, da Política, das categorias sociais, das profissões, dos times de futebol, etnias, assim por diante, e que se encontra acima da perspectiva de conhecimento que governa a inteligência neste planeta, pois ainda vivemos apenas a expectativa dele, não o Conhecimento, no sentido lato, que seria imergir no oceano do Saber Divino; de corpo e Alma, banhar-se no mar luminoso da Sapiência de Deus. Pregamos o Ecumenismo dos Corações, do sentimento bom que independe das diferenças comuns da família humana, em que as pessoas raciocinam de acordo com o amadurecimento próprio, com a extensão do seu saber ou falta dele. O Ecumenismo dos Corações é aquele que nos convence a não perder tempo com ódios e contendas estéreis, mas a estender a mão aos caídos, pois se comove com a dor; tira a camisa para vestir o nu; contribui para o bálsamo curativo do que se encontra enfermo; protege os órfãos e as viúvas, como ensina Jesus, no Evangelho, segundo Mateus, 10:8. Quem compreende o alto sentido do Ecumenismo dos Corações sabe que a Educação com Espiritualidade Ecumênica será cada vez mais fundamental para o progresso dos povos, porque Ecumenismo é Educação aberta à Paz; para o fortalecimento de uma nação (não para que domine as outras); portanto, o abrigo de um país e a sobrevivência do orbe que nos agasalha como filhos nem sempre bem-comportados.
Cruzada de Religiões Irmanadas
O programa radiofônico Hora da Boa Vontade, lançado por Alziro Zarur, saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, em 4 de março de 1949, às 17 horas, na Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ, Brasil, foi o embrião da LBV, que, pouco tempo depois, em 1o de janeiro de 1950, seria oficializada, com a missão de promover a Fraternidade Ecumênica, base para o entendimento e a união de todos os cidadãos, independentemente dos credos e das filosofias que abracem.
A difusão dos ideais da Legião da Boa Vontade alcançou grande repercussão, desde que foi criada, na década de 1950, representando uma nova etapa no âmbito das relações sociais, que, então, passaram a receber a influência do Ecumenismo Irrestrito, a mais notável característica da Instituição já à época do seu nascedouro.
Assim, a LBV, espelhando-se nos ensinamentos universais do Cristo, dedicou-se à Cruzada de Religiões Irmanadas, em continuidade ao pioneiro trabalho de expansão da consciência ecumênica para o qual Alziro Zarur foi despertado, ainda moço, em 1926; esforço esse que lhe traria, anos mais tarde, o reconhecimento do Vaticano: recebeu do Núncio Apostólico dom Sebastião Baggio (1913-1993) a Medalha do papa Paulo VI (1897-1978), “por serviços prestados à causa do Ecumenismo”.
Pastor protestante ressalta origem ecumênica da LBV
Na revista Sociedade Solidária, que foi traduzida em diversos idiomas e encaminhada à ONU, para o High-Level Segment 2005, promovido pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), do qual a LBV é membro, escrevi:
Por intermédio da Equipe Solidária da Legião da Boa Vontade da Europa, recebi um raro exemplar do jornal O Cristão, de 31 de janeiro de 1950, da cidade do Rio de Janeiro/RJ. Trata-se de um número comemorativo do 58o aniversário deste órgão oficial da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais e Cristãs do Brasil.
Nele encontramos uma reportagem, na página 10, sob o título “O Valor da Cooperação”, assinada por Salustiano César, ministro evangélico, que documenta o nascimento da Legião da Boa Vontade (LBV), criada por Zarur, em 1o de janeiro (Dia da Paz e da Confraternização Universal) de 1950.
A seguir, para registro histórico, apresento alguns trechos:
O Valor da Cooperação
“... Nós somos cooperadores de Deus...”
Apóstolo Paulo, I Coríntios, 3:9.
Há muita coisa na vida cristã que ainda não foi devidamente evidenciada em termos de poder evangélico. A cooperação é uma dessas coisas, cuja compreensão conceitual melhor firmada gerará novos rumos para notáveis realizações.
Sentimos necessidade de falar em cooperação, mas não como geralmente se faz, com arranjos de vocábulos enfeitados, com elegância estilística.
Começarei afirmando que o espírito de cooperação entre nós tem gerado e produzido pouquíssimos efeitos em todos os planos de nossa denominação. O que tem faltado não é o sentimento cooperativista. Este existe muito latente nos corações, porém sem educação, sem planificação, sem direção. (...)
O valor da cooperação é inegável na existência de empreendimentos os mais dignos de renome. (...)
Na sociedade hodierna encontramos fatos que constituem verdadeiros reptos ao povo cristão. No dia 7 de janeiro corrente (1950), especialmente convidado como ministro protestante, participei de uma interessantíssima quão surpreendente reunião no edifício da Associação Brasileira de Imprensa, onde o espírito colaborativo, numa forma toda providencial, se caracterizou pela representação em conjunto de pessoas de diferentes credos e correntes filosóficas. Nossa palavra baseada em Romanos, 12, foi ouvida com extraordinários aplausos, ao lado dos oradores: Israelita, Positivista, Esoterista, Espírita, Católico-romano, Livre-pensador. Muitíssimo impressionante foi essa solenidade pelo objetivo culminante de congregar as “pessoas de Boa Vontade” em favor dos que ficaram à margem da vida. Com este objetivo, foi organizada a “Legião da Boa Vontade”, que atenderá “sem preconceitos” a todos os que sofrem nos seus leitos de dor, em suas casas ou emparedados nos hospitais.
Que lição esta que vem de Deus! (...)
Vamos agir no espírito da Palavra de Deus que diz:
Amai-vos cordialmente uns aos outros, com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
Não sejais vagarosos no cuidado: sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor:
Comunicai com os Santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade.
(O destaque é meu.)
Não foi, portanto, sem motivo que, no princípio da década de 1950, o filósofo e sociólogo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972) declarou: “A Legião da Boa Vontade é um movimento novo na história da humanidade. Colocará o Brasil na vanguarda do mundo”.
O efeito benéfico que essa pregação conciliadora trouxe à sociedade foi lembrado, de forma singela, também em 2000, pela senhora Maria Brígido, 80 anos, de Porto Alegre/RS, Brasil. Essa respeitável matriarca, ouvinte entusiasta da Super Rede Boa Vontade de Rádio (AM 1.300), relembrou:
“Desde que Zarur começou a Cruzada de Religiões Irmanadas, achei uma maravilha. Por que os seguidores de uma religião não podiam olhar para o rosto das outras pessoas? Eu fui criada nessa cultura. Por exemplo: eu não podia passar na calçada em que houvesse uma sede da maçonaria. Onde já se viu uma coisa dessas? Ensinaram-me assim: se ali houvesse um centro espírita, eu precisava caminhar do outro lado da rua. Aprendi essas coisas quando criança, e foram esses mesmos ensinamentos que, infelizmente, passaram para todas as pessoas da minha faixa de idade”.
Dona Maria Brígido concluiu seus comentários, enfatizando que a juventude de agora é privilegiada, pois, “graças ao trabalho ecumênico da LBV, hoje, pensamos diferente”.
Sempre haverá Esperança
Dos originais de meu livro O Capital de Deus (Editora Elevação), que vem sendo publicado em artigos, ressalto:
Se alguma coisa de ruim vier a nos acontecer coletivamente, será pelo abuso do que fizermos do nosso arbítrio livre, não porque o milênio esteja às portas (estávamos na década de 1990).
Recorro ao livro Ação e Reação, de André Luiz, na psicografia do Legionário da Boa Vontade Francisco Cândido Xavier (1910-2002). Em dado momento, esclareceu o instrutor espiritual Druso, diretor da Mansão Paz — notável escola de reajuste, no Plano Invisível —, dirigindo-se a André Luiz e a Hilário, que estão em aprendizado naquela Casa de Transição: “Nossos atos tecem asas de libertação ou algemas de cativeiro, para a nossa vitória ou nossa perda. A ninguém devemos o nosso destino senão a nós próprios. (...) Se a sabedoria de nosso Pai Celeste não prescinde da justiça para evidenciar-se, essa mesma justiça não se revela sem amor”.
Não inventemos, pois, obstáculos para as facilidades que Deus coloca em nosso caminho.
O progresso bem conduzido, bafejado pela Espiritualidade Superior, é satisfação para os povos. E o Criador revela-se nos gestos mais simples. Como afirmava o filósofo e poeta grego Teócrito (aprox. 320-250 a.C.): “Enquanto há vida, há Esperança”.
Ora, a nossa existência verdadeira é eterna, portanto… sempre haverá Esperança.
Temos de sair da tangência dos problemas, para adentrar no cerne das soluções. Daí a importância do Evangelho-Apocalipse de Jesus, visto ser ele o necessário pilar de toda a civilização moderna para derrotar seus enormes desafios.
Com a palavra, Pio XI
Bem oportuna esta exortação do papa Pio XI —Achille Ratti (1857-1939)—na Encíclica Caritate Christi Compulsi: “A crença em Deus é o fundamento indestrutível de toda a ordem social e de toda a responsabilidade sobre a Terra (...)”.
É evidente que o ex-cardeal de Milão, Itália, se refere ao Deus reconhecido como Amor, na definição de Jesus, registrada por João Evangelista, em sua Primeira Epístola, 4:8 e 20:
8 Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é Amor.
20 Se alguém diz: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Kardec previu a queda das fronteiras
Em maio de 1956, quando ninguém —a não ser Alziro Zarur — se atrevia a falar abertamente em Religiões Irmanadas, veio a público o primeiro número da revista BOA VONTADE, tendo como diretor-responsável o próprio Zarur.
Revendo agora um exemplar daquela publicação, fomos encontrar na página 10 do número inaugural (2a edição) trabalho assinado pelo saudoso Fundador da LBV, sob o título “Um só Rebanho para um só Pastor”, firmado numa página de Allan Kardec (1804-1869), o Codificador da Terceira Revelação.
Fruto de profundo exame e contendo oportunos, atuais e judiciosos conceitos, não nos podemos furtar ao dever de simples transcrição, para brindar nossos leitores. Trata-se da mais perfeita e irrefutável análise da auspiciosa Profecia de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Eis o magnífico artigo, que traz como tema o seguinte trecho do Evangelho de Jesus, segundo João, 10:14 a 16:
Jesus — O Bom Pastor
Revelou o Sublime Amigo: “Eu sou o Bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas me conhecem. Como o Pai me conhece, assim Eu conheço o Pai, e dou minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho também outras ovelhas que não são deste rebanho, e importa que Eu as traga, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um só Rebanho para um só Pastor”.
Comentando estas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, escreveu Allan Kardec em A Gênese:
Os homens se unirão
“Por estas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens se unirão, um dia, por uma crença única; mas, como poderá efetuar-se essa união? Difícil parece isso, tendo-se em vista as diferenças que existem entre as religiões, o antagonismo que elas alimentam entre seus adeptos, a obstinação que manifestam em se acreditarem na posse exclusiva da verdade. Todas querem a unidade, mas cada qual se lisonjeia de que essa unidade se fará em seu proveito e nenhuma admite a possibilidade de fazer qualquer concessão, no que respeita às suas crenças.
Religião, Ciência e Unidade
“Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos, pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem. Os povos do mundo inteiro já confraternizam como províncias de um mesmo império. Pressente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se realizará pela força dos fatos, porque há de tornar-se uma necessidade, para que se estreitem os laços da fraternidade entre as nações; far-se-á pelo desenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a infantilidade de todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar, cada dia mais, os erros que causam tais dissidências (...). Demolindo nas religiões o que é obra dos homens e fruto da sua ignorância das Leis Divinas, a Ciência não poderá destruir (...) o que é obra de Deus e a eterna Verdade. Removendo os acessórios, ela prepara os caminhos da unidade.
Campo Neutro e Kardec
“A fim de chegarem à unidade, as religiões terão de se encontrar num campo neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão de fazer concessões e sacrifícios mais ou menos importantes, de acordo com a multiplicidade dos seus dogmas particulares. Mas, em virtude do processo de imutabilidade que todas professam, a iniciativa das concessões não poderá partir do campo oficial; em lugar de tomarem no alto o ponto de partida, tomá-lo-ão em baixo por iniciativa individual.
A consumação dos dogmas
“Desde algum tempo, um movimento se vem operando de descentralização, tendente a adquirir irresistível força. O princípio da imutabilidade, que as religiões sempre consideraram uma égide conservadora, tornar-se-á elemento de destruição, visto que, imobilizando-se, ao passo que a sociedade caminha para a frente, os cultos serão ultrapassados e depois absorvidos pelas correntes das ideias de progresso.
Egoísmo religioso gera o desentendimento
“A imobilidade, em vez de ser uma força, torna-se uma causa de fraqueza e de ruína para quem não acompanha o movimento geral; ela quebra a unidade, porque os que querem avançar se separam dos que se obstinam em permanecer parados. (...).
“O que alimenta o antagonismo entre as religiões é a ideia, generalizada por todas elas, de que cada uma tem o seu deus particular e a pretensão de que este é o único verdadeiro e o mais poderoso, em luta constante com os deuses dos outros cultos e ocupado em lhes combater a influência.
Um só Deus para todos
“Quando elas [as crenças] se convencerem de que só existe um Deus no Universo e que, em definitivo, Ele é o mesmo que eles adoram sob os nomes de Jeová, Alá ou Deus; quando estiverem de acordo sobre os atributos essenciais da Divindade, então, compreendendo que, sendo um único o Ser Supremo, uma única tem de ser a Vontade Suprema, dar-se-ão as mãos umas às outras, como servidores de um mesmo Senhor e filhos de um mesmo Pai”.
* * *
Previsão de Jesus, o Cristo de Deus
Esta página de Kardec é verdadeiramente profética. Explica a impressionante previsão de Jesus, conforme se lê no Evangelho, segundo São Mateus, 25:31 a 34 e 41:
“E quando o Filho de Deus voltar, e todos os santos anjos com Ele, então, se sentará no trono de Sua glória; e todas as nações serão reunidas diante Dele, para serem julgadas; e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à Sua direita e os bodes à Sua esquerda. Então, dirá aos que estiverem à Sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo’. E dirá aos que estiverem à Sua esquerda: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo do inferno, preparado para o diabo e seus anjos’”.
Um só Rebanho
Tudo isso é muito claro, na palavra do próprio Cristo: no Juízo Final, no fim do ciclo iniciado pela chamada Era Cristã, os bons (os de Boa Vontade) formarão “um só Rebanho para um só Pastor”. Ovelhas humanas, de todas as crenças e credos, usando do livre-arbítrio que Deus lhes conferiu desde a fundação da Terra, ouvirão a voz do Pastor, espontaneamente, não por imposição ou ameaça de quem quer que seja.
Reunião dos bons de todos os Rebanhos
Ora, os apóstolos e as ovelhas de Boa Vontade estão no Judaísmo, no Catolicismo, no Protestantismo, no Espiritismo, no Esoterismo, em todas as correntes religiosas e filosóficas do mundo. Mas as ovelhas de má vontade e os falsos profetas também estão em todas essas religiões e filosofias. Como entender a profecia de um só Rebanho para um só Pastor?
Muito simples, à luz do bom senso: o Rebanho Único será formado pelas criaturas de Boa Vontade que se encontram aparentemente separadas, isto é, no Catolicismo, no Protestantismo, no Espiritismo, no Esoterismo, em todas as religiões e filosofias espalhadas pelo mundo. Os bons estão em todas.
(…) As circunstâncias expressam a Vontade Soberana de Deus. Cabe a nós, seres humanos, saber discerni-las na Terra e no Céu da Terra (...).
Educação por um novo prisma
As quedas das barreiras que separam os povos, previstas por Kardec e Zarur, exigem Educação diferente da que se conhece, porquanto o Espírito deve ser considerado em sua dimensão divina, em que o Amor, que é Deus, se mostra como potente instrumento do progresso.
H. G. Wells (1866-1946), famoso autor de Guerra dos Mundos, expendeu esta ponderação pertinente: “A história da humanidade é cada vez mais a disputa de uma corrida entre a educação e a catástrofe”.
A advertência de Isaías
É imprescindível promover o espírito de Caridade*3 na Alma das criaturas. Basta ver a que condições levamos o nosso querido planeta, nossa moradia coletiva e única. Não mais se pode negar a funesta cooperação que estamos oferecendo à devastação dele. Trata-se de verdadeiro suicídio. Há décadas, alerto que a destruição da Natureza é a extinção da raça humana. Daí ser o nosso brado: Educar. Preservar. Sobreviver. Humanamente também somos Natureza.
Tem razão o Profeta Isaías, no Antigo Testamento da Bíblia:
5 Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna.
6 Por isso a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão” (Isaías, 24:5 e 6).
A Palavra do Profeta Muhammad
O grande Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele!” —, nas Suratas do Corão*4, também registrou séria advertência: “Quando a terra de seu sismo for sacudida, e a terra seus fardos rejeitar, e o homem disser ‘que há com ela?’, nesse dia, seus relatos contará, segundo o que lhe revelou Teu Senhor. Nesse dia ressurgirão os humanos do sepulcro em grupos para que lhes sejam mostradas suas ações. Vê-lo-á aquele que de Bem o peso de um átomo houver feito; vê-lo-á aquele que de mal o peso de um átomo houver feito”.
Caridade: muito mais do que dar o pão
A Caridade, vista como sinônimo de Amor Fraterno e Solidário, é muito mais que o simples ato de dar um pão. É a ação inteligente da Alma, pragmatismo das verdades divinas, ato de justiça e bom senso, e razão de ser do estadista do terceiro milênio, capaz de — em meio ao desperdício que ainda vigora na mentalidade e na ação de muitos — salvar da ignorância, do desemprego, da insegurança e da fome populações inteiras.
Ferramenta essencial
A Caridade não é cativa da restritíssima acepção a que alguns a queiram condenar. Defendo, há décadas, que se trata da mais elevada Política, porquanto constitui ferramenta imprescindível para ajustar os mecanismos de uma sociedade ainda hoje regida pelo individualismo oportunista. Deveria ser a luz que inspirasse o governo dos povos. Um dia assim o será. Descrer disso é duvidar da sanidade das multidões. O currículo das escolas e das universidades não pode prescindir do ensinamento dos seus princípios, vigorosamente preconizados pelos fundadores das religiões e por suas mais sensíveis lideranças. Caridade é ação realizadora, nascida do sentimento de Solidariedade do ser humano comum e do Homem público a promover-lhes a consciência do dever a ser cumprido. É, desta forma, Paz para o Espírito, consequentemente para a humanidade. (...) A guerra, antes de explodir no mundo, cresce no interior das criaturas. (...) A Caridade é o mais portentoso instrumental para a Paz, quando reconhecida também como Fraternidade e Solidariedade social, humana e política. É uma poderosa estratégia que os mais refinados táticos não desenvolveram ainda. Para exercê-la, é preciso ética, decisão e coragem.
As ideologias que a têm desprezado estão assistindo ao seu próprio fim ou sendo compelidas a fomentar o abrigo do seu formidando valor na condução das urgentes mudanças de que a sociedade mundial carece para fugir da ruína, não somente antevista por místicos e profetas como também por leigos e céticos a respeito do Mecanismo Divino que empolga o Universo (...).
Fronteiras forçadas
As culturas que a vivenciam apenas como ato comodista de oferecer aos pobres o que lhes sobeja da mesa terão suas fronteiras forçadas pelas levas dos desesperados, e ver-se-ão obrigadas a lidar com necessidades que vão muito além do alimento material: trata-se também de prover a dignidade e o Amor, a que todos aspiramos.
Dois por cento
Conforme escrevi, ainda na década de 1980, sabemos que 2% da produção mundial acabaria com a miséria no planeta. É o que revelava o dr. Mário Altenfelder, especialista no assunto. E por que não acabam? Porque frio ainda é o coração de muitos. A Economia anda afastada de Deus, esquecida de que o cidadão é o Capital Divino, porque a vida humana é o Supremo Bem.
A poluição desbragada (de corpos e mentes) e as armas de destruição, fruto do mau uso da energia nuclear e dos conhecimentos biológicos e químicos, resultam da falência moral. Esta deve urgentemente ser superada por um grande movimento de sensatez para que se corporifique a conciliação do mundo (…).
Solidariedade e Estratégia
Desde o fim da década de 1970, venho alertando para o fato de que a Solidariedade hoje se expandiu do luminoso campo da ética e se apresenta como uma estratégia, de modo que o ser humano possa alcançar a sua própria sobrevivência. À globalização da miséria contrapomos a globalização da Fraternidade Ecumênica, que espiritualiza a Economia e solidariamente a disciplina, como forte instrumento de reação ao pseudofatalismo da pobreza. (…) Há milênios Virgílio (70-19 a.C.) advertiu, na Eneida: “A fome é má conselheira”.
Por isso, há décadas, lancei às consciências a proposta da Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, dentro da Estratégia da Sobrevivência.
O Amor faz a diferença
Os programas socioeducacionais da Legião da Boa Vontade, de abrangência internacional, que têm melhorado a qualidade de vida de multidões de necessitados, do corpo e da Alma, são um exemplo de que o Amor faz a diferença. E tudo o que tínhamos para auxiliar, no princípio de nossas atividades, todo esse povo era unicamente o Amor, a palavra que resume por completo o sentido da Pedagogia. Nada mais...
O dogma da Fraternidade
Em Epístola Constitucional do Terceiro Milênio (1988), escrevi:
Haverá um tempo majestoso em que o ser humano só aceitará um dogma, o da Fraternidade sem fronteiras. Um dia, tudo isso será comum a todos aqueles que se encontram fartos de ódios e separações intolerantes. Deus é a Luz do Mundo.
Religião: Solidariedade sem fronteiras
Em 21 de janeiro, celebra-se o Dia Mundial da Religião. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, na década de 1980, arguido por um leitor se não sectarizaria minha palavra o fato de, em meus escritos, dar muito valor à Religião, expandi o que anteriormente havia registrado:
Não vejo Religião como ringues de luta livre, nos quais as muitas crenças se violentam no ataque ou na defesa de princípios, ou de Deus, que é Amor, portanto Caridade, e que por isso não pode aprovar manifestações de ódio em Seu Santo Nome nem precisa da defesa raivosa de quem quer que seja. Alziro Zarur, fundador da Legião da Boa Vontade, dizia: “O maior criminoso do mundo é aquele que prega o ódio em nome de Deus”.
Religião na vanguarda
Compreendo Religião como Fraternidade, Solidariedade, Entendimento, Respeito à Vida Humana, Iluminação do Espírito que todos somos. Tudo isso no sentido mais elevado. Entendo Religião como algo dinâmico, vivo, pragmático, altruisticamente realizador, que abre caminhos de luz nas Almas e que, por essa razão, deve estar na vanguarda ética. Não a vejo como coisa abúlica, nefelibata, afastada do cotidiano de luta pela sobrevivência que sufoca as massas.
Não a entenderia se não atuasse também, de modo sensato, na transformação das realidades tristes que ainda atormentam os povos. Estes, cada vez mais, andam necessitados de Deus, que é o antídoto para os males espirituais, morais e, por consequência, os sociais, incluídos o imobilismo, o sectarismo e a intolerância degeneradores, que obscurecem o Espírito das multidões. (...) E de maneira alguma deve-se excluir os ateus de qualquer providência que venha beneficiar o mundo.
Justamente o contrário
Sejamos nós o aríete de um novo tempo, no meio de pessoas que ainda pensam que ter Religião é figadalmente desentender-se com o próximo, quando se trata, isto sim, do contrário. No meu livro de bolso Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade, lançado em 1987, ressalto que Religião, como sublimação do sentimento, é para tornar o ser humano melhor, integrando-o no seu Criador, pelo exercício da Fraternidade e da Justiça entre as Suas criaturas. Com apurado senso de oportunidade, preconiza o Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre ele!”, no Corão Sagrado: “Cremos no que nos foi revelado e no que vos foi revelado. Nosso Deus e vosso Deus é o mesmo. A Ele nos submetemos”.
Deus, Sabedoria e Entendimento
O Pai Celestial é fonte inesgotável de Sabedoria e Entendimento, quando não compreendido como caricatura, estereótipo, ódio, vingança, porquanto “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:16), sinônimo de Caridade. Vêm-me à lembrança estas palavras de Santa Teresa de Ávila (1515-1582): “Procuremos sempre olhar as virtudes e as coisas boas que vimos nos outros e tapar-lhes os defeitos com os nossos grandes pecados”.
Tudo evolui. Ontem os homens diziam, por exemplo, que a Terra era chata, Afirmava-se que o nosso planeta seria o centro do Universo. Tudo evolui, realmente! Por que, então, as religiões teriam de estacionar no tempo? Pelo contrário. Religião, quando sinônimo de Solidariedade e Misericórdia, te m de iluminar harmoniosamente os demais estratos do pensamento. Bem a propósito, esta meditação do nada menos que cético Voltaire (1694-1778): “A tolerância é tão necessária na Política como na Religião; só o orgulho é que é intolerante”.
Respeitar os ateus
Aliás, o verdadeiro religioso respeita os ateus, porque afinal eles também são filhos de Deus (portanto, nossos Irmãos). Rimou e é uma verdade ecumênica, senão, para que o sentimento de religiosidade, que nos deve, por exemplo, unir no esforço contra a fome e a violência?
Para amainar a frieza de coração
Cabe reiterar esta máxima abrangente de Zarur: “Religião, Filosofia, Ciência e Política são quatro aspectos da mesma Verdade, que é Deus”.
Ora, querer conservar esses ramos do saber universal confinados em departamentos estanques, em preconceituosa conflagração, tem sido a origem de muitos males que nos assolam, em especial tratando-se de Religião, entendida no mais alto sentido da Fraternidade. É principalmente de sua área que deve provir o espírito solidário, que, faltando à Comunicação, à Ciência, à Filosofia, à Educação, à Economia, à Arte, ao Esporte, à Política e à própria Religião, resulta na frieza de sentimentos que vem caracterizando as relações humanas nos últimos tempos.
Educação com Espiritualidade Ecumênica
A ausência de Solidariedade, de Fraternidade, de Generosidade tem suscitado grande defasagem entre progresso material e amadurecimento moral e espiritual. Daí o nosso fraterno alertamento: é hora de aplacar as paixões (...). Entretanto, não haverá Paz enquanto persistirem cruéis discriminações e desníveis sociais criminosos, provocados pela ganância, que, pela eficiente Educação com Espiritualidade Ecumênica, devemos combater.
Progresso sem destruição
Pela insistência na busca do progresso que menospreze o sentido da Espiritualidade, que é a relação interior das Almas com seu Criador Supremo, o ser humano condena-se à desumanidade permanente. Tal estado de anomalia geral é resultante da mentalidade belicosa que gerações vêm preferindo, por exemplo, ao Novo Mandamento de Jesus: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) Não há maior Amor do que doar a sua própria vida pelos seus amigos. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor” (Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34 e 35; 15:12, 13 e 9).
Anseio da Alma
Eis aí a Lei do Amor Universal — que Alziro Zarur definia magistralmente como “a Essência de Deus” — que, de tão sublime, paira acima de qualquer confronto de devoções, por ser um anseio imanente da Alma humana, onde quer que esteja.
Internet e Solidariedade
Em uma de minhas crônicas para a antiga revista Manchete (Rio de Janeiro, Brasil), intitulada “Genoma, Ética e Fraternidade”, afirmei:
Nunca, como agora, se torna tão necessária a prática de tudo o que se resume na expressão Fraternidade Ecumênica. A tecnologia supera as barreiras. A internet é um exemplo. Mas quando veremos a Solidariedade desenvolver-se à sua frente, de forma a iluminar os seus caminhos? (...)
O Genoma de Deus
O genoma humano mapeado, com sua sequência descoberta pela primeira vez na História, descortina horizontes extraordinários, ao mesmo tempo que origina uma série de questões éticas que aguardam solução urgente. (...) É indispensável, pois, que decifremos, para adequadamente o aplicar, o Genoma de Deus, a razão de tudo: o Amor, que nos vem sustentando, motivo pelo qual ainda estamos subsistindo aqui... na Terra. Embora a duras penas, temos preferido sobreviver.
* * *
Tecnologia e Espiritualidade
É preciso haver equilíbrio entre o avanço tecnológico-material e o ético-espiritual. Enquanto isso não ocorrer, o perigo permanece, como espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças traduzida neste paradoxo: era contemporânea e retorno social à Idade Média. Falta alguma coisa à tecnologia globalizante? Sim, coração e mente iluminados (isto é, maior parceria entre sentimento e intelecto), a mundialização da Solidariedade, de maneira que, entre outras coisas, a internet seja, cada vez mais, um poderoso caminho da Paz e das transformações, incluídas as sociais, e não o sistema nervoso alterado da sociedade tecnológica.
Por sinal, estou convencido de que essa mudança de paradigma ocorrerá (como já está ocorrendo), apesar da resistência de muitos.
A Espiritualidade veio para ficar
A Espiritualidade não é moda. Veio para ficar, porque sempre existiu, desde a criação do mundo. Trata-se de um passo extraordinariamente evolutivo da consciência humana. Se, um dia, saímos da vida instintiva das cavernas para a racionalidade das civilizações, hoje avançaremos além de uma racionalidade egocêntrica para uma visão universalista, cósmica, abrangente, de Amor.
O Mundo Espiritual é invisível, mas existe
O mundo físico não mais evoluirá sem o auxílio flagrante do Mundo Espiritual. Eis o grande ensinamento que as nações aprenderão no transcurso do terceiro milênio*5.
Se não optarmos por caminhos semelhantes, estaremos sentenciados à realidade denunciada pelo Gandhi: “Olho por olho, e a humanidade acabará cega”.
E o Mahatma ainda nos admoesta: “O verdadeiro conhecimento da Religião faz cair as barreiras entre uma e outra. Cultivando em nós a tolerância em favor de outras concepções, adquiriremos uma compreensão mais verdadeira da nossa”.
Sempre um bom termo pode surgir quando os indivíduos nele lealmente se empenham. E isso tem feito com que a civilização, pelo menos o que andamos vendo por aí como tal, milagrosamente sobreviva aos seus piores tempos de loucura. A sabedoria do Talmud dá este recado prático: “A Paz é para o mundo o que o fermento é para a massa”.
Exato!
Tempo novo
Há quem prefira referir-se ao espírito religioso, exaltando desvios patológicos ocorridos no transcorrer dos milênios. (De modo algum incluo nestes comentários os historiadores e analistas de bom senso.) Creio que essa conduta beligerante, que manchou de sangue a História, urge ser distanciada de nossos corações, por força de atos justos, porquanto maiores são as razões que nos devem confraternizar do que as que só servem para acirrar rancores. O ódio é arma voltada contra o peito de quem odeia. Muito oportuna, então, esta advertência do pastor norte-americano Martin Luther King Jr. (1929-1968), que não negou a própria vida aos ideais que defendeu: “Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não a arte de conviver como irmãos”.
É hora de concretizarmos esse excelente aprendizado.
Por isso, costumo dizer nos meus artigos na imprensa e palestras de improviso no rádio, na televisão e na internet: O milagre que Deus espera dos seres espirituais e humanos é que aprendam a amar-se, para que não ensandeçam de vez, como na pesquisa para o uso bélico da antimatéria. O melhor altar para a veneração do Criador são Suas criaturas. Torna-se urgente que a humanidade tenha Humanidade.
Aí, então, conheceremos, em definitivo, a Paz.
ADENDO
Encontro Ecumênico na Sede da LBV dos EUA
Após a reunião de cúpula na ONU, várias personalidades brasileiras e estrangeiras participaram, na Sede da LBV dos Estados Unidos, no dia 31 de agosto de 2000, de um Encontro Ecumênico que oferecemos. Na oportunidade, diretamente do Brasil, por audioconferência, tive o prazer de saudar a todos os amigos presentes, nestes termos:
Bem-vindos à Sede da Legião da Boa Vontade, uma espécie de consulado informal do Brasil nas terras de Abraão Lincoln (1809-1865).
O planeta está passando por instantes solenes. O desenvolvimento tecnológico do mundo é inafastável, mas também inafastável é o espírito de Caridade, e essa é a função de todos nós que acreditamos na força do espírito religioso. Por isso, as nações que prescindiram da Religião, da Arte e dos intelectuais deram-se mal, porquanto já nascemos com espírito de religiosidade, amando a Arte de uma forma ou de outra e usando o intelecto, porque todos raciocinamos. A civilização não terá fim enquanto o ser humano continuar utilizando o bom pensamento para perseverar como civilização.
O mundo enfrenta tempos de cultura globalizante, por sinal pouco simpática. O que temos visto, em várias situações, é uma cultura em geral, sem princípios elevados, esmagar o conhecimento. Mas é a hora de antepor a essa “cultura” globalizante (que muita vez interessa apenas à ganância de ganhar dinheiro de qualquer forma) a cultura do Amor Fraternal, que “é fator gerador de vida, que está em toda a parte e é tudo”. Diante disso, é um milagre continuarmos sobrevivendo, porque alguns loucos que dirigem a humanidade não conseguiram acabar com as criaturas terrenas ainda, e esperamos que nunca alcancem tal desiderato. Sustentamos a teimosia de sobreviver, pois acreditamos num milagre, aquele que Deus espera dos seres espirituais e humanos: que aprendam a amar-se.
Renascimento Espiritual
O que estamos assistindo na forma que a História nos ensina, porque nada é linear na evolução terrena, é a um Novo Renascimento Espiritual.
E o Brasil esteve aí presente, na Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, em 2000, realizada na ONU, porque essa é a sua função. Conforme pude externar aos presentes: Cada nação tem uma tarefa no mundo. A do Brasil é propiciar um sentimento novo de Paz, por intermédio de homens e mulheres simples de coração, sejam pobres ou ricos, sejam de poucas luzes culturais ou eruditos. Em 15 de outubro de 1961, então com 20 anos de idade, escrevi na tradicional Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, que o Brasil não surgira para dominar o mundo, mas para iluminá-lo.
Que assim seja!
Disse Jesus: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Evangelho, segundo Mateus, 5:9).
Pão da liberdade
Agradeço as suas presenças. A LBV é a Casa dos que querem acertar, dos que sabem que o Amor é o Sublime Alimento que nos mantém vivos.
Em face de inúmeros episódios registrados pelos tempos, podemos concluir que o ser humano precisa do pão da liberdade. Contudo, não haverá verdadeira liberdade se esta não for iluminada pelo sentimento fraterno e solidário, que anda raro no mundo. O restante corre o risco do caos, e a História está repleta de exemplos para comprovar essa realidade.
O Amor Fraterno é o instrumento mais poderoso que temos nas mãos, porque ele é, em substância, Deus. É o espírito de Caridade que os senhores foram, juntamente conosco, levar até esta histórica Conferência.
A ferramenta da Fé Realizante
Mesmo que o Brasil tivesse sido posto de lado em todos os acontecimentos nesses dias ocorridos, a simples presença dos senhores aí é de um alto significado que o tempo irá mostrar. E como enfatizei em minha mensagem ao evento, que sejamos nós o aríete de uma nova era, em meio a um tempo que ainda aceita que ter religião é desentender-se com seu semelhante, quando significa justamente o contrário. Trabalhemos com o ferramental que possuímos. O importante é fazer com que esse sentimento de fé a todos congrace. Ele está na Bíblia, no Corão, na Codificação Kardequiana, nos livros do Judaísmo, do Budismo, do Xintoísmo, do Hinduísmo, do Bramanismo, da Umbanda, do Masdeísmo, da Fé Bahá’í, dos Mórmons, da Brahma Kumaris, do Taoísmo, da Ciência desbravadora. Está em toda a parte, porque Deus semeia o Seu Amor onde as Suas criaturas existirem.
Com o passar dos anos, o esforço benemérito transformar-se-á num sucesso.
A Casa é de vocês. E ela se ampliará mais, uma vez que a força que nos une é a Boa Vontade, não é a boa intenção “de que está calçado o inferno”. É a Boa Vontade dos que se esclareceram pelo conhecimento da Verdade Divina.
O que vale a pena neste mundo é auxiliar o semelhante procurando viver a Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, não somente nos problemas de ordem pessoal (corpo e Alma), mas também nos de natureza coletiva, esclarecendo-o acerca de sua origem espiritual. Porquanto, antes de nascermos na Terra, já existimos na Pátria da Verdade.
Por isso, pregamos o Amor não apenas na Religião, mas na Ciência, na Política, na Economia, na Arte, no Esporte, e assim por diante.
Um forte abraço! Felicidades! Muito obrigado pela atenção e viva Jesus, viva Deus, viva tudo o que nos possa unir, porque vivemos um momento sério da vida da humanidade. Ou integra ou desintegra. E nós queremos estar integrados no Poder Divino, tendo em vista que algo fundamental irá acontecer: o ser humano, pelo Amor ou pela dor, finalmente aprenderá a ser humano.
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*1 Ecumenismo Irrestrito e Ecumenismo Total — Paiva Netto define duas expressões criadas por Alziro Zarur, que resumem este assunto: o Ecumenismo Irrestrito prega o perfeito relacionamento entre todas as criaturas, em consequência, de todas as nações da Terra. O Ecumenismo Total preconiza a fraterna aliança da humanidade da Terra com a do Mundo Espiritual Superior e com qualquer civilização que possa haver no Espaço. Por que não?! Todo o Universo está aí para que apenas o fiquemos — à exceção dos astrônomos, pensadores e poetas — ociosamente apreciando?! E olhe lá, quando nos lembramos de erguer os olhos para ele... Seria pretensão de nossa parte admitir a impossibilidade da existência de outras formas de vida no Cosmos.
*2 Democracia – Na definição de Paiva Netto, é o regime da responsabilidade.
*3 Caridade – Leia mais sobre o pensamento de Paiva Netto acerca do tema nas Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (vol. 1). Acesse www.PaivaNetto.com/livros
*4 Corão – Alcorão Sagrado.
*5 Parágrafo extraído de Somos todos Profetas (1991), de Paiva Netto, constante do capítulo “O equilíbrio como objetivo”. Obra literária que integra a coletânea “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, ao lado de As Profecias sem Mistério (1998), Apocalipse sem Medo (2000), Jesus, o Profeta Divino (2011) e Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós (2014). Essa coleção já ultrapassou a marca de 3,5 milhões de exemplares vendidos. Adquira pelo site www.PaivaNetto.com/livros ou ligue 0300 10 07 940.
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