A Humildade Crística

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do e-book "A Esperança não morre nunca", de abril de 2020. | Atualizada em outubro de 2021.

Não nos devemos vangloriar dos nossos feitos, porquanto a arrogância nos arrasta para o abismo. A humildade corajosa, aquela que sobrevive aos acicates da dor, revela os valores eternos do ser humano.

Tela: James Tissot (1836-1902)

Detalhe da obra: Jesus cura o cego e o coxo na montanha.

Tela: Guido Reni (1575-1642)

Lucas

Em Sua Boa Nova, segundo Lucas, 17:10, Jesus aconselha: “Quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos apenas aquilo que é de nossa obrigação”.

Numa de minhas próximas publicações, trarei, de maneira ainda mais ampliada, os seguintes comentários que fiz durante a série radiofônica “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”:

Essa passagem do Santo Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 17:10, demonstra, na verdade, que humildemente temos de cumprir a incumbência assumida perante o Pai Celeste. Este é o verdadeiro galardão: agirmos conforme se esperava de nós, de acordo com o programado em nossa Agenda Espiritual. Não há aplausos neste mundo que alcancem maior ressonância em nossas Almas do que a consciência espiritual tranquila pelo dever bem realizado. E essa postura em nada se compara com fraqueza ou ingenuidade. Já disse e reitero: a humildade é, acima de tudo, corajosa, e não pode jamais ser comparada com submissão (quando covarde), que, por sua vez, é justamente o oposto dos exemplos de destemor deixados por Jesus.

Tela: Ford Madox Brown (1821-1893)

Título da obra: Jesus lavando os Pés de Pedro.

Arquivo BV

Alziro Zarur

Lembremo-nos sempre das sábias palavras do padre Antônio Vieira (Espírito), estudadas nestas pregações e belamente apresentadas no rádio pelo saudoso Irmão Alziro Zarur (1914-1979). Para o deleite de vocês, transcrevo trechos da imorredoura página do inspirado vate português:

A Humildade

Reprodução BV

Padre Antônio Vieira

“Nada há tão grande quanto a humildade. A humildade vence todas as tiranias, destrói todas as dificuldades. A humildade é irmã gêmea da persistência, filha dileta da força.

Quantos humildes tens visto cair?

Nenhum.

E quantos engrandecidos tens visto precipitados do pedestal onde, orgulhosos, se supunham eternos?

Nem eu sei.

Humilde nasceu Jesus; humilde viveu e humilde passou no mundo. E não há maior grandeza do que essa humildade. De todos os grandes da Terra, em todos os séculos dos séculos, nenhum se Lhe compara.

E dentre esses grandes ainda são relativamente grandes só os que foram humildes e Lhe seguiram o exemplo.

Só os que na humilhação encontraram grandeza, como só em Jesus encontraram humildade.

O Filho dileto de Deus podia ser o maior da Terra [socialmente falando], visto que Ele era o representante, o escolhido, o eleito do Senhor do Universo. Podia, mas não foi. Podia, mas não quis ser. Não quis ser porque não devia. (...)

Quis ser humilde entre os humildes; simples entre os simples (...)”.

(Os destaques são meus.)

Quando Deus reconhece humildade no Espírito, revela-lhe os Seus maiores segredos. Perante nossa dedicação sincera, o Pai Celestial jamais nos abandonará, pois o Cristo, que não profere palavras vãs, proclama no Evangelho, segundo Mateus, 6:33, e Lucas, 12:31, a Sua Lei Econômica, que decididamente ampara, espiritual e materialmente, os servidores da Seara Divina: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”.

Aliás, Zarur definia essa passagem bíblica como “A Fórmula Urgentíssima de Jesus”, que considero ser a Lei Econômica Urgentíssima do Supremo Comandante da Terra, o principal pilar da Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, que há décadas pregamos. A Fórmula do Cristo é valiosíssimo preceito que impulsiona e ilumina os Estatutos Superiores da Esperança e da Paz, que só podem vicejar onde imperam a Verdade e o Amor, a Humildade e o Bem.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.