40 anos da Proclamação de Jesus Vivo!

Fonte: Revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!, edição 170, de abril de 2023.

No dia 1o de abril de 1983, uma Sexta-Feira Santa, estávamos reunidos com uma multidão de Irmãs e Irmãos Legionários da Boa Vontade e Cristãos do Novo Mandamento de Jesus, na cidade do Salvador, na Bahia, na Casa D’Itália superlotada. Ali, nós lançamos o Livro Jesus, o Cristo de Deus e também o LP Negrada — Jesus, o Libertador Divino!, com a brilhante apresentação da Orquestra de Câmara LBV, de Salvador, sob a regência do saudoso maestro legionário José do Espírito Santo (1927-2005). Ao celebrar os 40 anos dessa histórica data, transcrevo trechos da palestra de improviso que proferi na ocasião, quando transformamos o dia da mentira no Dia da Verdade e realizei o que ficou conhecido como a Proclamação de Jesus Vivo:

Bem, minhas Amigas e meus Irmãos, minhas Irmãs e meus Amigos, Cristãos do Novo Mandamento, homens e mulheres, jovens, crianças e Espíritos, Almas Benditas, da Boa Vontade de Deus, que se encontram em todas as religiões, filosofias, na ciência, na economia, nos lares, nas mais diversas etnias, pois todos são filhos de Deus: esta é uma transmissão da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, a maior Família Fraternista de todos os tempos da humanidade, proclamada pelo inesquecível Alziro Zarur (1914-1979). Estamos aqui em Salvador/BA, na Casa D’Itália, falando urbi et orbi para o Brasil e a América Latina, nesse 1o dia do mês de abril de 1983, uma Sexta-Feira da Paixão, na Semana Santa. Apesar de que, na Religião Divina, o Natal é Permanente e todas as semanas para nós são Semanas Santas, porque vivemos a festejar o Natal de Jesus, a Sua Ressurreição, a Sua Volta ou Ascensão ao Mundo Espiritual,  diante de quinhentos galileus abismados, e, acima de tudo, o Seu Retorno Triunfal à humanidade que Lhe pertence e a qual Ele dirige com o Poder de Deus. Estamos aqui para saudar esse Jesus Vivo que volta, mas que, desta vez, não será crucificado. E devemos vivenciar o Seu Novo Mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Evangelho, segundo João, 13:34).

E diz mais o Cristo: E nisto reconhecerão todos que sois realmente meus discípulos: se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei” (Boa Nova, segundo João, 13:35).

Se a palavra é de Nosso Senhor Jesus, nós temos que cumpri-la, e Ele determina que nós nos amemos, sejamos católicos, protestantes, espíritas, judeus, muçulmanos, umbandistas, candomblecistas, xamanistas, budistas, hinduístas, xintoístas, bramanistas, ateus, enfim, seres espirituais e humanos de todos os quadrantes da Terra. Porque, se queremos viver em uma sociedade em que não haja violência, mas Amor — “princípio básico do ser, fator gerador de vida, que está em toda parte e é tudo”, porque é Deus, conforme disse Jesus, e o Irmão Zarur afirmou assim: “E nada existe fora desse Amor” —; se almejamos um mundo próspero, de Paz realmente, temos de viver o Grande Mandamento Daquele que criou este planeta: Jesus, o Vencedor de todas as batalhas!

O Cristo Vivo, não mais crucificado, livre dos pregos da maldade humana para nos libertar! E eis aí o fundamento do Livro Jesus: na Semana Santa, na Sexta-Feira da Paixão, quando a humanidade se recorda do sofrimento de Jesus crucificado, vimos propor, nesse mesmo dia, que esta não seja mais a sexta-feira do calvário do Cristo, da Sua Paixão, do Seu drama causado pela miséria e ingratidão humana. No entanto, que seja esta, daqui para a frente, a Sexta-Feira da Paixão de todos nós por Jesus, o nosso Divino Libertador! Que vivamos apaixonados pelo Cristo, que tenhamos paixão por Ele, porque Ele é o Senhor de todas as crenças! Por ser Ele o Dono da Terra, todos nós pertencemos ao Cristo Ecumênico, o Divino Estadista.

É preciso entranhar o Amor Fraterno do Cristo nos corações humanos para que o Brasil vá para a vanguarda do mundo não pelas armas, não pelo ódio, mas pela força do Amor. Nós vivemos, na Religião do Terceiro Milênio, a Democracia Divina, que tem que começar nos corações dos religiosos, que devem ser exemplo para todos os outros — políticos, cientistas, filósofos, economistas etc. —, mesmo que não concordem tanto com as suas pregações, mas respeitam o aspecto moral das suas palavras. Então, a Democracia tem que ser espelhada primeiro no entendimento entre os religiosos, porque o maior Religioso do mundo, que é Jesus, não disse odiai-vos, todavia determinou: “AMAI-VOS”.

Vocês sabem o que quer dizer Salvador? Quem é o Salvador da humanidade? Isso mesmo: Jesus!

Brasil, um país santo, começou na Bahia. E Tomé de Sousa (1503-1579), ao fundar esta cidade, deu-lhe o nome de Salvador. Portanto, esta é uma nação pela qual Jesus tem um carinho todo especial! Afinal, é o Coração do Mundo, Pátria do Evangelho-Apocalipse.

Abertura do Livro Jesus

Na abertura do Livro Jesus, o Cristo de Deus, escrevi:

1 No capítulo 17 do Santo Evangelho narrado por João, Jesus, Nosso Senhor, deixou uma das mais belas e tocantes páginas de Sua Sublime Existência entre nós — a Oração ao Pai Celestial. Nela, submisso à Divina Vontade, mostra toda a força do Seu Amor por aqueles que Lhe foram entregues por Deus para cuidar. E Ele mesmo disse a respeito do Seu Mandamento Novo: “Amai-vos como Eu vos amei. Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34; e 15:13).

E Jesus sacrificou realmente Sua Excelsa Vida pela humanidade.

2 Em Joias do Bom Pensamento, antiga publicação da Legião da Boa Vontade (LBV), o saudoso Irmão Alziro Zarur fez magistral síntese da tocante Oração de Jesus ao Pai, registrada no capítulo 17 do Evangelho, segundo João, que dedicamos a todas as pessoas de Boa Vontade, num convite ao mundo para que festeje a Ressurreição e não a “morte” do Divino Mestre, pois Jesus está chegando!:

Oração de Jesus ao Pai — Oração Sacerdotal*1

“— Pai, é chegada a hora. Glorifica Teu Filho, para que o Filho Te glorifique; pois Lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que Ele conceda a Vida Eterna a todos os que Lhe deste. E a Vida Eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único e verdadeiro Deus, e ao Cristo que enviaste. Eu Te glorifiquei na Terra, consumando a obra que me confiaste para fazer.

“E agora, ó Pai, glorifica-me Contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse Terra. Revelei Teu nome aos homens e mulheres que me deste do mundo. Eram Teus, e os confiaste a mim, e eles estão vivendo de acordo com a Tua Palavra. É por eles que Eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste do mundo, porque são Teus. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que Eu vou para junto de Ti.

“Pai Santíssimo, guarda-os em Teu nome para que eles sejam UM, como nós somos UM. Quando Eu estava com eles, sempre os protegi, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Não peço que os tires do mundo, mas que os protejas do mal. Santifica-os na Verdade: Tua Palavra é a Verdade. Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que creram em mim por meio da Sua pregação. Eu lhes transmito a glória que me deste, para que eles sejam UM como nós somos UM.

“Pai, minha vontade é esta: onde Eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que participem da glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”.

3 Passou Nosso Senhor Jesus Cristo pelo drama do Calvário, para que se cumprisse o anunciado pelos Profetas de Deus e a fim de que, mais tarde, todos pudessem compreender a grandeza do Seu Novo Mandamento que significa “doar a sua própria vida pelos seus amigos”, como registra João no Evangelho (15:13). E demonstra o Irmão Alziro Zarur, nas suas tão inspiradas pregações, que o Cordeiro de Deus doou Sua Existência até mesmo por aqueles que se consideravam Seus eventuais adversários e O levaram à crucificação. Realmente, ninguém tem maior Amor do que esse entregar-se em sacrifício pela humanidade desatenta à sua própria salvação.

4 Ocorre, porém, que Jesus ressuscitou, está vivo, soberanamente governando o planeta que criou por ordem do Deus total. E é isto que proclama a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo: Jesus vive! Ele a todos ensinou: Deus não é Deus de mortos, mas Deus de vivos. Por não crerdes nisso, errais muito” (Evangelho, segundo Marcos, 12:27; e Lucas, 20:38).

Eis então o que preconizamos neste livro: Jesus vive! É o Senhor Supremo da Terra, Rei dos reis, e está para chegar. Jesus, o Senhor da Paz, está às portas! Ele mesmo prometeu: “Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas próprias obras” (Apocalipse, 22:12).

Jesus ressurgiu dos mortos, esteve quarenta dias com Seus Discípulos. E o anúncio de Seu Triunfal Retorno à Terra — não mais para ser crucificado — é tão presente em Sua Missão que os Anjos o confirmam no mo mento exato de Sua Volta Gloriosa ao Mundo Espiritual, como se vê nos versículos 9 a 11 do primeiro capítulo dos Atos dos Apóstolos:

“9 Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às Alturas, à vista deles, e uma nuvem O encobriu dos seus olhos.

“10 E, estando todos com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois Anjos vestidos de branco se puseram ao lado deles

“11 e lhes perguntaram: Galileus, por que estais olhando para o Alto? Este Jesus, que dentre vós foi alçado aos Céus, assim voltará do mesmo modo como O vistes subir”.

Breve, pois, o nosso Salvador estará entre nós.

5 A escolha de Salvador, para o lançamento do Livro Jesus, vem justamente do fato de ela ser a Cidade do Salvador, como explicou Zarur, no Congresso da Boa Vontade, em outubro de 1975, naquela capital. Quem é o Salvador? Jesus! E não há outro.

6 O lançamento do Livro Jesus se faz numa Sexta-Feira Santa, quando alguns quase que comemoram a crucificação do Divino Mestre, justamente para mostrar o absurdo que é conservar teimosamente na consciência dos povos a figura irreal de um Jesus morto, sepultado, derrotado. Como, em pleno século 20 (estávamos em 1983), às portas da Volta Triunfal do Cristo Vivo à Terra, conforme prometeu, podemos permitir essa trágica alucinação, verdadeira magia maléfica, que é manter a imagem do Salvador absurdamente derrotado? Essa visão pode ter tido, por causa da ignorância humana, sua razão de ser num pretérito sepultado pelos séculos. Mas — graças a Deus! — assim como a “letra que mata*2, o reino dessa insensatez já passou. Hoje, estamos nos primórdios do terceiro milênio, o domínio do Espírito que vivifica.

7 O Senhor não está morto, Ele vive. E por não saber disso é que o povo, até na Sexta-Feira da Paixão, passou a render maiores homenagens a Momo. E isso é resultado do “primeiro de abril” que pregações humanas passaram na humanidade.

8 No Evangelho, segundo Lucas, capítulo 18, versículo 8, Jesus indaga: E quando vier, em Sua Volta, o Filho de Deus porventura encontrará Fé na Terra?

E nós, Legionários da Boa Vontade e Cristãos do Novo Mandamento, Amigos de Jesus, que não duvidamos do Poder do Cristo, respondemos que sim. Jesus encontrará Fé Realizante entre aqueles que sabem perseverar no Bem, nas Boas Obras e na crença em Sua Divina Majestade e Excelsa Misericórdia. Fé capaz de vencer todos os obstáculos e sobreviver às tragédias do próximo e derradeiro Armagedom deste ciclo, anunciado no Apocalipse (16:16), o Último Livro da Bíblia Sagrada.

9 Amemo-nos uns aos outros, porque Aquele que nos deixou este Seu Novo Mandamento, que é uma ordem, está mais vivo do que nunca, aproximando-se de nós. Está voltando! Está chegando! O Seu Apocalipse anuncia o Seu Retorno Triunfal (1:7; 22:20 e 21): Eis que Jesus vem com as nuvens, e todos os olhos O contemplarão, até mesmo aqueles que O traspassaram. E todas as nações da Terra se lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém. (...) Ora vem, Senhor Jesus! A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós para todo o sempre. Amém!”

10 Eis nossa homenagem ao Cristo, nosso Salvador: Proclamemos o Jesus Vivo!

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NOTAS:

*1 Oração de Jesus ao Pai — Oração Sacerdotal — Boa Nova, consoante João, 17:1 a 6, 9, 11, 12, 15, 17, 20, 22 e 24.

*2 A “letra” sozinha pode destruir, como admoesta Paulo Apóstolo, em sua Segunda Epístola aos Coríntios, 3:6: “a letra mata, mas o Espírito [que é Deus] vivifica”.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.