O Timoneiro Celeste, a menina e o velho marujo

Fonte: Livro “Jesus e as Sete Igrejas da Ásia – Esmirna”, de março de 2024
Acervo familiar

Malba Tahan

Recordei-me e foi publicada no segundo volume de Jesus e as Sete Igrejas da Ásia – Esmirna, livro reunido e organizado pela Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, ilustrativa página de autoria de Malba Tahan (1895-1974), que fui buscar em meus programas da série radiofônica “Lições de Vida”. Li e comentei essa história durante nossas irradiações de Boa Vontade, nos longínquos anos 1980. O seu conteúdo, entretanto, continua atualíssimo, pois concorre para jogar luz ao nosso entendimento dessa assertiva do Sublime Mestre, porquanto veremos a enorme diferença entre conhecer e CONHECER (de fato). Seu título é

A menina e o velho marujo

Certa menina, que residia no interior de um país, desejava conhecer o mar. Levada por sua família ao litoral, dirigiu-se a uma praia e, depois de admirar deslumbrada por muito tempo as vagas que se desmanchavam tranquilas em espumas sobre a areia, voltou ao hotel e, entrando na sala de visitas, disse, alegre, aos que ali estavam:

— Já conheço o mar!

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Entre os circunstantes havia um velho capitão de navio que atravessara diversos oceanos, lutando com violentas tempestades, e vira de perto os horrores das procelas marítimas. Logo que a menina afirmou, satisfeitíssima, que conhecia o mar, o velho comandante, contemplando-a, disse:

— Eu também, minha menina, eu também o conheço.

Torsten Dederichs/Unsplash

Que diferença havia no sentido real dessas duas afirmativas?

Muitos são aqueles que se acham iludidos, quando julgam conhecer os seus deveres e responsabilidades.

Procuremos, portanto, ouvir, com a máxima atenção, os ensinamentos de nossos mestres e de nossos guias.

É justamente o que buscamos fazer aqui. Afinal, temos nas mãos o maior Compêndio da Sabedoria dos Milênios, o Apocalipse de Jesus. Ao nos aprofundarmos nessa Epopeia Divina, estaremos não apenas diante do mar a ser descoberto, mas seremos ensinados pelo próprio Timoneiro Celeste — que nos conhece as aflições — a enfrentar, vencer e sobreviver às procelas dantescas, que se avizinham de um mundo convulsionado.

É por tudo isso que jamais devemos abdicar da prece, esse diálogo íntimo com Deus, com o Cristo e com o Espírito Santo, de onde procede a ajuda particularíssima de nossos Anjos Guardiães, Mentores Espirituais, Numes Tutelares, Espíritos Guias, como quisermos chamá-los.

Quando você se encontrar desesperado (ou desesperada): “Meu Deus, não há quem me socorra!”, apele ao próprio Deus. Por que não?! Experimente. “Ah, mas eu não tenho Fé nenhuma. A maldade humana secou o meu sentimento.” Não pense assim, meu Irmão, não pense assim, minha Irmã. Há sempre Esperança, ela não morre nunca, nunca, não morre, não, porque a Esperança é Jesus! E Ele afiançou: “Eu não vos deixarei órfãos e estarei convosco, todos os dias, até o fim dos tempos” (Evangelho, segundo João, 14:18; e Mateus, 28:20).

Prece para a Fartura Espiritual

Ao final dessa pérola que nos trouxe o professor Júlio César de Mello e Souza, pela voz de seu famoso pseudônimo, Malba Tahan, somos agraciados por uma sentida prece — à qual teci alguns comentários — desse valente lidador da causa dos hansenianos. Por mais de 10 anos, ele editou a revista Damião, que combatia o preconceito e apoiava a humanização do tratamento e a reincorporação dos ex-enfermos à vida social.

Ó Deus, perdoa a pobreza, a pequenez, a puerilidade dos nossos corações. Não escutes somente as nossas palavras [Senhor, que às vezes não sabem dizer nada], mas sim os nossos gemidos inexprimíveis; não atendas às nossas petições, mas ao clamor das nossas necessidades [mais íntimas, que geralmente não podemos revelar ao mundo, mas a Ti, sim. Quem pode esconder de Ti qualquer coisa que seja, Senhor?!].

Quantas vezes pedimos aquilo que possuímos e deixamos inaproveitado! [E, com isso, infringimos a Tua Sagrada Lei do Uso, ao não sabermos partilhar o que temos sobejamente entre aqueles que de fato necessitam!] Quantas vezes sonhamos possuir aquilo que [para o nosso próprio bem] nunca poderá ser nosso [por ser supérfluo!].

Abençoa, Senhor, o Espírito Eterno do nobre autor de Lendas do Céu e da Terra. Enche com Teu Amor os nossos corações e os nossos Espíritos. E assim teremos em nós próprios a maior de todas as riquezas, que és Tu mesmo no coração de Tuas criaturas. E, para a salvação nossa, com essa integração em Ti, estaremos frente a frente com a Sabedoria Espiritual da Experiência Vivida pela Eternidade!

Louvado seja Deus!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.