Elos de Sabedoria Planetária
“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; a mim me convém conduzi-las. Elas ouvirão a minha voz. Então, haverá um só Rebanho para um só Pastor” (Santo Evangelho de Jesus, consoante João, 10:16).
Nessas palavras repletas de Espírito e Verdade encontramos a fraterna profecia da formação do Rebanho Ecumênico de Jesus. Seu cumprimento está registrado no Último Livro da Bíblia Sagrada — o Apocalipse do Cristo, 7:9: “Depois destas coisas olhei, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas (...)”.
Eis a primordial meta a ser alcançada, pois o estado real do mundo infelizmente é, sob diversos aspectos, ainda este: “Mesmo que seja certa a proposta de alguém, se não vier da minha crença religiosa, ideologia, partido político, corrente científica, time de futebol, escola de samba, não interessa”.
A solução que propomos para tamanho absurdo é o Ecumenismo, do qual tanto lhes falo nas inúmeras publicações da Quarta Revelação — a Religião do Amor Universal — ou pela mídia eletrônica, destacando-se a internet. Eis por que o Ecumenismo, como o vejo, é a condição natural e o querer espontâneo de toda criatura quando, de corpo e Alma, integrada ao espírito da Paz de Deus, conforme grafei em Reflexões da Alma (2003).
Exemplificando que a Boa Vontade é o elo de sapiência que nos une como seres espirituais e terrenos, porque a vida na Terra começa no Céu, exponho nos meus escritos e palestras a visão de tanta gente dos incontáveis redis religiosos, políticos, científicos, filosóficos, artísticos e, universalizando, do pensamento criador. Porquanto existe um fio de Ariadne que, se fielmente observado, nos livra da terrível escuridão da caverna do insaciável Minotauro, da Ilha de Creta da submissão e do sacrifício humano, conduzindo-nos até à claridade que nos liberta do cativeiro da ignorância que, de uma forma ou de outra, nos oprime a todos. Esse fio de Ariadne é o Novo Mandamento de Jesus — “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35) —, a respeito do qual eu já afirmei ser o fio milagroso que une as partes anacronicamente separadas do organismo sociedade. Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, o definiu como o “Denominador Comum”, em que é possível a todas as pessoas confraternizarem.
Concordo com Vinicius de Moraes (1913-1980), o inesquecível poetinha — como ficou conhecido o parceiro de outro gênio da Bossa Nova, Tom Jobim (1927-1994) —, que, com sua peculiar inspiração, versejou: “Você é, ao mesmo tempo, um coração que bate e um único batimento nesse corpo chamado humanidade”.
Esses nossos Irmãos em humanidade, quando trazem em si e nos seus escritos um extenso cabedal de expressões em que todos podemos, com um mínimo de Boa Vontade, nos encontrar, demonstram, assim, que o Ecumenismo é verdadeiramente poderoso instrumento de Paz num planeta em que qualquer diletante promove a guerra.
Quem deseja se libertar das manipulações do avidíssimo mercado bélico deve revestir-se do espírito que inspirou o corajoso Águia de Haia, Rui Barbosa (1849-1923), quando disse: “Se queres a Paz, prepara-te para a Paz”.
É evidente, pois, a necessidade de se derrubar a antiga bastilha do: “Si vis pacem, para bellum (Se queres a Paz, prepara-te para a guerra)”, erguida desde os tempos cruéis do Império Romano.
Mas à frente segue Jesus, que nos enche o coração de esperança: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo!” (Boa Nova, segundo João, 14:27; e Mateus, 28:20).
A vivência dessa Paz legítima será o existir natural para o Cidadão do Espírito.
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