Paz e Fraternidade
Todos estamos comovidos e perplexos diante do trágico acidente aéreo do vôo 3054 da TAM, ocorrido na noite do último dia 17, na cidade de São Paulo. Neste momento de dor, solidarizo-me com as famílias e amigos das vítimas, pedindo a Deus o amparo e o conforto espiritual para os que ficam e também para os que nos deixaram de forma tão dramática. Onde quer que estejam, pois os mortos não morrem, recebam as nossas vibrações de Paz e Fraternidade, veneranda saudação de Francisco de Assis.
Ecumenismo dos Corações
Trago, hoje, trecho de minha mensagem constante da publicação especial que a Legião da Boa Vontade encaminhou aos participantes do High-Level Segment 2007, do Ecosoc (Conselho Econômico e Social das Nações Unidas — ONU), ocorrido em Genebra/Suíça, de 2 a 5 de julho:
Olho para o mundo e penso que não pode ser considerado liberto quem anda faminto; quem passa diante de um colégio, mas não pode freqüentá-lo, porque os pais não têm dinheiro para comprar-lhe o material escolar; quando na TV, mesmo hoje, aos negros sobram papéis secundários e faltam os de projeção no enredo; quando a mulher recebe salários inferiores aos dos homens; quando a droga força a porta das casas das famílias; quando os ricos, para sair à rua, precisam blindar seus carros e, até assim, não se sentem seguros; quando os pobres vivem no aconchego do lar sob o risco de balas perdidas; quando os enfermos não recebem a assistência devida; quando o respeito à liberdade de expressão está sob ameaça constante. Enfim, quando qualquer pátria potencialmente forte, porém com expressiva parte da população ainda na indigência, não alcançou a autonomia espiritual verdadeira, porque tudo tem início na Alma das Criaturas: tanto o acerto como o desacerto. Daí a necessidade urgente de instruir, educar e espiritualizar com o ecumenismo do coração. Trata-se de um desafio no oceano encapelado pela indiferença de alguns à situação dos indivíduos ou de seus povos. Contudo, constitui uma das mais avançadas decisões que a Humanidade é capaz de enfrentar e tornar auspiciosa realidade. O Amor Fraterno é o mais potente instrumental para a libertação do Ser Humano.
A propósito, Cícero (106-43 a.C.), grande tribuno romano, grafou: “Dentre todas as sociedades, nenhuma há mais nobre e mais estável que aquela em que os homens estejam unidos pelo Amor”.
Eis por que — estimados ouvintes e leitores e respeitáveis leitoras e ouvintes que me honram com sua atenção — o isolacionismo, quando caracterizado pela ilusão do orgulho espiritual, social e político, há sempre de se render, um dia, ao contagiante sentimento de Solidariedade Espiritual e Humana. Alziro Zarur ensinava: “Deus criou o ser humano de tal forma que ele só pode ser feliz praticando o Bem”.
(...) Para os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir, a Humanidade, em razão das extraordinárias ferramentas que conquistou a duras penas pelos milênios, jamais presenciou tempos tão prósperos de transformação semelhantes a estes. Mas uma providência é questão vital para que não se perca, como outras vezes ocorreu, tamanho ensejo: reeducar, ecumenicamente espiritualizando, as massas populares e defendê-las das águias-rapaces, que, pela corrupção, desviam os meios necessários à melhoria do quadro penoso em que vivem.
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