Ultrassom revelador de Vida
Fonte: Jornal O Sul, edição de 17 de dezembro de 2007, segunda-feira.
No último dia 7, a Folha de S.Paulo publicou uma pesquisa nacional do Datafolha, feita em 211 municípios, traçando um novo perfil da família brasileira. Uma das reportagens, assinada por Luís Fernando Viana, noticia que de 1998 até agora a rejeição ao aborto cresceu dez pontos percentuais. Alegam os estudiosos que a popularização das ultrassonografias contribuiu para o quadro atual. Graças a Deus!
De acordo com a antropóloga Maria Luiza Heilborn, coordenadora do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos e professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, “ao mostrarem uma imagem assemelhada à imagem humana, as recentes tecnologias de visualização do feto fizeram uma mudança muito grande no imaginário social. Uma coisa que era oculta passou a ser visível. (...) Quando pensam em abortar, é porque muitas mulheres não deram ao feto o status de pessoa. Após o exame, não estão esperando mais uma criança, mas a ‘Verônica’, o ‘Francisco”’.
Nota-se que nem é preciso mais excessiva verbalização em torno de uma postura ética para defender a existência de seres inocentes. Ironicamente, a tecnologia, em geral vista como sem alma, alcança os corações.
Balde de metal
Respeito a opinião de todos, contudo que essa consciência de preservação da vida aumente cada vez mais, de modo que não se repitam relatos trágicos, similares ao extraído do jornal “O Mensageiro”, reproduzido pela “Revista André Luiz” no 7, em texto de Francisco Ferreira:
“Monsenhor L. B. Lyra num artigo intitulado ‘Contra a nefanda lei do aborto’ narra o depoimento de uma enfermeira de determinado hospital inglês: ‘Está diante de mim um ser pequeno e impotente ligado ainda à mãe pelo cordão umbilical. Era um menino, de cor rósea, muito bem-formado. Estava ali e gemia, e quando o toquei, agitou as mãozinhas. Era uma cena que desafiava os instintos maternais de qualquer mulher, e eu, enfermeira, notei que se revoltavam os sentimentos. Porém, aquele pequeno ser, ao invés de passar aos braços de sua mãe, para ser acariciado e amado, era atirado a um balde de metal, dando-se fim a uma vida que não teve tempo de começar’”.
Não é possível conceber que uma mulher (ou um homem) não se comova perante um drama como esse. Mas, ao término de tudo, o espírito bom que existe no coração das mulheres erguerá o mundo de tanta barbaridade. Elas liquidarão a cultura mórbida que turva o horizonte da Terra. Quem traz dentro de si mesma a capacidade de dar a vida não pode amar a morte.
Em Mãezinha, deixe-me viver! (1989), argumentei: os que, por desconhecimento espiritual, infelizmente ainda defendem o aborto, alegando que a mulher é dona do seu corpo, esquecem-se de que, pelo mesmo raciocínio, o corpo do bebê é do bebê...
O júbilo da vida
De Maringá/PR, escreve o leitor Fernando Sales: “Parabenizo o jornalista Paiva Netto por tão belos artigos nesse periódico, que nos surpreendem, de forma agradável, é claro, a cada semana. Destaco um trecho de O júbilo da Vida, em 7/10, domingo, que nos faz refletir sobre todo o nosso trabalho: ─ ‘A permanente sintonia com o Poder Divino só nos pode adestrar o Espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, ainda que em plena conflagração dos destemperos humanos’”.
Grato, Sales, por suas generosas palavras. Entretanto, sou da opinião que ninguém faz nada sozinho. Daí a necessidade de os seres terrenos se unirem na busca das soluções dos problemas que afligem a humanidade.
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