Fraternidade realizadora
Para a 58a sessão da Comissão do Status da Mulher (CSW), que ocorreu na sede da ONU em Nova York, EUA, de 10 a 21 de março de 2014, junto das recomendações da LBV às autoridades no evento, enviei mensagem publicada na revista BOA VONTADE Mulher, especialmente preparada para a ocasião, em português, inglês, francês e espanhol. Por oportuno, apresento a vocês, prezados leitores, alguns extratos:
A mulher tem sido o sustentáculo verdadeiro de todas as nações, quando integrada em Deus ou nos ideais mais nobres a que um ser humano possa aspirar: a Bondade Suprema, o Amor Fraterno, a Justiça Supina, a Fraternidade Real — mesmo não professando uma tradição religiosa. (...)
Congratulamo-nos com as vitórias alcançadas por meio das metas globais de desenvolvimento propostas pela ONU, a partir de 2000. Sabemos, porém, que há muito ainda a fazer pelo próximo. Daí a importância dos temas debatidos pelos estados membros, delegações internacionais, autoridades e demais participantes das reuniões promovidas todos os anos pelas Nações Unidas durante a Comissão do Status da Mulher.
Trata-se de oportuno momento para avaliar os acertos e empenhar-se ainda mais nas melhorias que devem ocorrer, visando a soluções, por exemplo, no campo da educação, da saúde, no combate à pobreza e à violência, entre as quais a hedionda exploração sexual de mulheres, jovens e meninas. Jamais podemos esmorecer no que se refere à luta pela causa da dignidade humana e pela erradicação das desigualdades sociais e de gênero no mundo.
É inadmissível que no planeta, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada três mulheres sofra algum tipo de violência (física e sexual), tendo como autor, por vezes, o próprio parceiro.
É fundamental que igualmente se avance para a extinção da diferença de salários entre os gêneros, no acesso mais equânime a posições gerenciais no mercado de trabalho e na divisão dos afazeres domésticos entre homens e mulheres. Enfim, trata-se sempre de garantir os princípios de cidadania e os direitos humanos.
A propósito, acreditar que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior prejuízo a causa da liberdade. Quando situo — é importante esclarecer — os deveres do cidadão acima dos seus próprios direitos, em hipótese alguma defendo uma visão distorcida do trabalho, em que a escravidão é uma de suas facetas mais abomináveis. Por isso, queremos que todos os seres humanos sejam realmente iguais em direitos e oportunidades, e cujos méritos sociais, intelectuais, culturais e religiosos, por mais louvados e reconhecidos, não se percam dos direitos e liberdades dos demais cidadãos. Porquanto, Liberdade sem Fraternidade Ecumênica é condenação ao caos.
Trabalhemos por uma sociedade em que Deus e Suas Leis de Amor e Justiça inspirem zelo à liberdade individual, para garantir segurança política e jurídica a todos, como nos suscita o abrangente significado do Natal Permanente do Cristo de Deus. Refiro-me ao Criador Supremo, não errôneo entendimento que procura fazer Dele, que é Amor, instrumento execrável de fanatismo e tirania, preconceito e ódio. Consequentemente, não faço alusão ao deus antropomórfico, caricato, criado á imagem e semelhança do homem imperfeito. (...)
A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) belamente expressou-se sobre a importância da solidariedade e dedicação ao próximo ao dizer: “A vida conserva seu valor enquanto atribuímos um valor à vida dos outros, por meio do amor, da amizade, da indignação, da compaixão”.
As virtudes reais serão aquelas constituídas pela própria criatura — que é, antes de tudo, Espírito — na ocupação honesta dos seus dias, na administração dos seus bens e no respeito pelo que é alheio, na bela e instigante aventura da vida. Uma nação que se faça de tais elementos será sempre forte e inviolável.
Desejo que, em pleno século 21, consigamos consolidar esses ideais e expandi-los aos povos da Terra, para que sejam plenamente vivenciados. E jamais repetir os séculos anteriores naquilo em que foram um fracasso.
Os comentários não representam a opinião deste site e são de responsabilidade exclusiva de seus autores. É negada a inserção de materiais impróprios que violem a moral, os bons costumes e/ou os direitos de terceiros. Saiba mais em Perguntas frequentes.
Brasil