Livre-arbítrio gera determinismo

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro "As Profecias sem Mistério", de 1998. | Atualizada em julho de 2021.

Uns acham que temos apenas livre-arbítrio e que podemos fazer o que quisermos, sem que haja consequência. No entanto, é só observar o mundo para perceber como estão errados. Essa esbórnia que ameaça o planeta é justamente derivada disto: “Não, eu tenho livre-arbítrio! Ora, eu faço o que quiser. Eu, eu, eu!... Ademais, eu não preciso de ninguém! Eu não devo nada a ninguém! Eu valho por mim mesmo (ou por mim mesma). Quero é saber de mim. Eu, eu, eu!... Os outros que se lixem!”.

Como se o que acontece com os outros não o afetasse...

Meu Irmão, será que você não deve mesmo nada a ninguém?! E você, minha Irmã?! Ah, é?! Então, vejamos: a roupa que você veste não foi feita por você. Rarissimamente, as pessoas confeccionam suas próprias vestimentas. Só se forem costureiras ou alfaiates. Mesmo assim, e o tecido? E os botões? Não foram feitos por eles. Vieram de alguma fábrica, de uma micro, média ou grande empresa. E a pasta de dente? E a escova? E mais: o feijão? E o arroz? Foi você quem os plantou, meu Irmão? Foi você, minha Irmã? É preciso urgentemente derrubar a sociedade do homem solitário, para fazer surgir a Sociedade do Ser Humano Solidário.

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Arquivo BV

Alziro Zarur

Recordando a máxima de Alziro Zarur (1914-1979) que concilia determinismo e livre-arbítrio, diz o ilustre poeta e pregador: “A Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações, determina-lhes o futuro”.

Juntou o livre-arbítrio da criatura humana a ser medido por Deus (a Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações) ao determinismo resultante dos nossos atos bons ou maus (determina-lhes o futuro). Daí surge o determinismo (bem diferente do fatalismo), mas não como algo aleatório, como uma bomba voadora que não sabemos onde cairá, uma decisão de um deus maluco que de repente resolve dividir benesses e torturas entre seres terrestres ou celestes, conforme o seu bestunto alienado. Não! Somos nós quem criamos o destino, de acordo com o emprego que fizermos do nosso livre-arbítrio. Para os que o usarem inadequadamente, o alertamento dos versículos 1 e 2 do Salmo 94:

“1 Ó Senhor, Deus das vinganças, ó Deus das vinganças, resplandece!

“2 Exalta-te, ó Juiz da Terra; dá o pagamento aos soberbos!”.

(Aqui, uma explicação se faz necessária: Estamos diante da linguagem necessariamente arrebatada dos Profetas, que precisam fazer-se escutar pelos ouvidos moucos de povos de dura cerviz. Deus jamais se vinga, porquanto é Amor. O que ocorre é que cada um receberá de acordo com suas obras, públicas ou ocultas, no decorrer das vidas sucessivas.)

Mas prosseguindo, para os que dele fizerem, com Boa Vontade, a glória para os seus destinos, aqui e na Pátria Espiritual, o conforto do Salmo 91:1 a 16:

Sob a sombra do Altíssimo

“1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente

“2 diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.

“3 Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.

“4 Cobrir-te-á com as Suas penas, e, sob Suas asas, estarás seguro; a Sua verdade é pavês e escudo.

“5 Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia,

“6 nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia.

“7 Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita; tu não serás atingido.

“8 Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios.

“9 Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada.

“10 Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.

“11 Porque aos Seus Anjos darás ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.

“12 Eles te sustentarão nas Suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

“13 Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente.

“14 Porque a mim se apegou com amor, Eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome.

“15 Ele me invocará, e Eu lhe responderei; na sua angústia Eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.

“16 Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação”.

José de Paiva Netto est écrivain, journaliste, homme de radio, compositeur et poète. Il est né le 2 mars 1941, à Rio de Janeiro, Brésil. Il est président de la Légion de la Bonne Volonté (LBV) et membre effectif de l’Association Brésilienne de la Presse (ABI) et de l’Association Brésilienne de la Presse Internationale (ABI-Inter). Affilié à la Fédération Nationale des Journalistes (FENAJ), à l’International Federation of Journalists (IFJ), au Syndicat des Journalistes Professionnels de l’État de Rio de Janeiro, au Syndicat des Écrivains à Rio de Janeiro, au Syndicat des Professionnels de la Radio à Rio de Janeiro et à l’Union Brésilienne des Compositeurs (UBC). Il fait aussi partie de l’Academia de Letras do Brasil Central [Académie des Belles Lettres du Brésil Central]. C’est un auteur de référence internationale reconnu pour la conceptualisation et la défense de la cause de la Citoyenneté et de la Spiritualité Œcuméniques, qui, selon lui, constituent « le berceau des valeurs les plus généreuses qui naissent de lÂme, la demeure des émotions et du raisonnement éclairé par lintuition, lenvironnement qui englobe tout ce qui transcende le domaine vulgaire de la matière et vient de la sensibilité humaine sublimée, comme la Vérité, la Justice, la Miséricorde, lÉthique, lHonnêteté, la Générosité, l’Amour Fraternel. En bref, la constante mathématique qui harmonise l'équation de l'existence spirituelle, morale, mentale et humaine. Or, sans cette conscience que nous existons sur deux plans, et donc, pas seulement sur le plan physique, il nous est difficile d'atteindre la Société réellement solidaire, altruiste et œcuménique, car nous continuerons à ignorer que la connaissance de la Spiritualité supérieure élève la nature des êtres et les conduit, en conséquence, à construire une citoyenneté planétaire. ».