A Caridade pura não aceita o egoísmo

Fonte: Livro “Como vencer o sofrimento”, de 1990. | Atualizado em maio de 2022.
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Quem se integra no verdadeiro espírito da Caridade não mais aceita o egoísmo. Deus é quem nele habita. E este sentido de Fraternidade, Solidariedade, Generosidade, que é Deus, vive em todos e por todos os seus Irmãos em Humanidade. Disse o Buda (aprox. 563-483), o iluminado mentor que nasceu na Índia: “O sofrimento é universal; a causa do sofrimento são os desejos egoístas; a cura do sofrimento está em libertar-se dos desejos; o modo de livrar-se dos desejos é através de uma perfeita disciplina mental”.

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Deus é Caridade. Em sua Primeira Epístola, 4:8 e 16, João Evangelista explica que “Deus é Amor”. Ora, Caridade é sinônimo de Amor. Todos precisam dele, o mundo necessita de Caridade. Eis a Estratégia Divina para a perfeita condução dos povos, quando os seres humanos alcançarem que Política plena é aquela que, cuidando do cidadão, infere que este, além de corpo, também possui Alma. Diante desse Ser completo, teremos uma nação integrada na Solidariedade Ecumênica, portanto Social, Altruística. Quando isso ocorrer, o sofrimento, incluído o psíquico, passará ao largo. Afinal, vivemos o terceiro milênio. Algo terá de mudar, nem que demore mil anos.

Erigir um Império de Boa Vontade

A Caridade, na sua expressão mais profunda, deveria ser um dos principais estatutos da Política, porque não se restringe ao simples e louvável ato de dar um pão. É o sentimento que — iluminando a Alma do governante, do parlamentar e do magistrado — conduzirá o povo ao regime em que a Solidariedade é a base da Economia, entendida no seu mais amplo significado. Isso exige uma reestruturação da Cultura, por intermédio da Espiritualidade Ecumênica e da Pedagogia do Afeto, no meio popular e como disciplina acadêmica. Contudo, no campo intelectual, que o seja sem qualquer tipo de preconceito que reduza, em determinadas ocasiões, a perspectiva de grandes pensadores analíticos, pelo fato de alguns deles se submeterem a certos dogmatismos ideológicos e científicos, o que é inconcebível partindo de mentes, no supino, lucubradoras. Até porque a Ciência é pródiga em conquistas para o bem comum. Mas também, no seio dela, houve os que muito sofreram incompreensão, por causa do convencionalismo castrador, mesmo de certos pares que apressadamente os prejulgavam. Vítimas deles foram Sócrates, Bias, Baruch Spinoza, Dante Alighieri, Galileu Galilei, Semmelweis, William Harvey, Samuel Hahnemann, Maria Montessori, Luísa Mahin, dr. Barry J. Marshall, dr. J. Robin Warren e outros nomes célebres, universalmente acatados.

Em suma, a Caridade, sinônimo de Amor, é uma Ciência especial, a vanguarda de um mundo em que o ser humano será tratado como merece: de forma digna, portanto, civilizada. De acordo com o que escrevi em Globalização do Amor Fraterno*, estaríamos, assim, erigindo um Império de Boa Vontade neste planeta, o estado excelente para o Capital de Deus, o Espírito Eterno do ser humano, o que verdadeiramente somos em essência —, que circula por todos os cantos e não mais pode aceitar especulação criminosa de si mesmo. (...)

Vivian R. Ferreira

Esta ponderação da educadora e escritora brasileira Cinira Riedel de Figueiredo (1893-1987) vem ao encontro do que anteriormente abordamos: “De cada homem e cada mulher depende o aprimoramento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma sobre a Terra, porque, de fato, nada morre. Existe uma contínua transmutação, e devemos ser os guias para que essa transformação se faça uma ascensão constante, tornando-se cada vez mais bela e mais perfeita para representar melhor a vida que a anima”.
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* Globalização do Amor Fraterno — Publicação traduzida para diversos idiomas, especialmente dirigida por Paiva Netto, em 2007, em Genebra, Suíça, aos participantes da Reunião de Alto Nível (High-Level Segment) do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), órgão das Nações Unidas, no qual a LBV possui status consultivo geral desde 1999.

José de Paiva Netto est écrivain, journaliste, homme de radio, compositeur et poète. Il est né le 2 mars 1941, à Rio de Janeiro, Brésil. Il est président de la Légion de la Bonne Volonté (LBV) et membre effectif de l’Association Brésilienne de la Presse (ABI) et de l’Association Brésilienne de la Presse Internationale (ABI-Inter). Affilié à la Fédération Nationale des Journalistes (FENAJ), à l’International Federation of Journalists (IFJ), au Syndicat des Journalistes Professionnels de l’État de Rio de Janeiro, au Syndicat des Écrivains à Rio de Janeiro, au Syndicat des Professionnels de la Radio à Rio de Janeiro et à l’Union Brésilienne des Compositeurs (UBC). Il fait aussi partie de l’Academia de Letras do Brasil Central [Académie des Belles Lettres du Brésil Central]. C’est un auteur de référence internationale reconnu pour la conceptualisation et la défense de la cause de la Citoyenneté et de la Spiritualité Œcuméniques, qui, selon lui, constituent « le berceau des valeurs les plus généreuses qui naissent de lÂme, la demeure des émotions et du raisonnement éclairé par lintuition, lenvironnement qui englobe tout ce qui transcende le domaine vulgaire de la matière et vient de la sensibilité humaine sublimée, comme la Vérité, la Justice, la Miséricorde, lÉthique, lHonnêteté, la Générosité, l’Amour Fraternel. En bref, la constante mathématique qui harmonise l'équation de l'existence spirituelle, morale, mentale et humaine. Or, sans cette conscience que nous existons sur deux plans, et donc, pas seulement sur le plan physique, il nous est difficile d'atteindre la Société réellement solidaire, altruiste et œcuménique, car nous continuerons à ignorer que la connaissance de la Spiritualité supérieure élève la nature des êtres et les conduit, en conséquence, à construire une citoyenneté planétaire. ».