Em louvor à Paz
Com a perseverança daqueles que acreditam no Amor Fraterno e o vivenciam, Paiva Netto apresenta neste artigo os seguros caminhos para a tão sonhada harmonia social. O texto que acompanharemos faz parte dos esclarecedores ensinamentos que o presidente da Legião da Boa Vontade dirige, há décadas, aos povos e às nações com o intuito de construir pontes pelas quais possa trafegar o entendimento. “Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso, desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões (...)”, destaca. Este convite vanguardeiro à ação pela Paz, acrescido de novos ensinamentos, urge ser levado às pessoas de Boa Vontade, que destemidamente lutam por um mundo melhor.
Boa leitura!
Os editores
O fantasma das guerras, grandes ou pequenas, de diferentes formas, ainda nos ronda. Então, é igualmente o momento de falar na Paz e de lutar por ela, sem descanso, até que seja alcançada, incluída a paz no trânsito, em que os desastres vitimam tanta gente.
Um dos perigos que a humanidade atravessa é a vulgarização do sofrimento. De tanto assistir a ele pela necessária mídia, parcela dos povos tende a considerá-lo algo que não possa ser mudado. Eis o assassínio da tranquilidade entre pessoas e nações quando se deixam arrastar pelo “irremediável”. Ora, tudo é possível melhorar ou corrigir nesta vida, como no exemplo de Bogotá*, na redução da criminalidade.
Se, pelo massacre das notícias trágicas, as famílias se acostumarem ao absurdo, este irá tomando conta de suas existências.
Se não nos é permitido evitar a Terceira Guerra Mundial, fruto da semeadura de milênios de loucuras humanas, não desejamos o remorso de não ter feito o possível e o impossível para lembrar ao mundo a Paz de Deus. Por todos os meios e modos, contrapomo-nos há muito ao ditado latino “Se queres a Paz, prepara-te para a guerra” (“Si vis pacem, para bellum”), proclamando o espírito que inspirou Rui Barbosa (1849-1923), o corajoso “Águia de Haia”, quando disse:“Se queres a Paz, prepara-te para a Paz”.
Do meu livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), transcrevo:
Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso, desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus, isto é, sem o correspondente avanço espiritual, moral e ético. O ser humano descobrirá que não é somente sexo, estômago e intelecto, jugulado ao que toma como realidade única do mundo. Há nele o Espírito Eterno, que lhe fala de outras vidas e de outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão. A paz dos homens é, ainda hoje, a dos lobos e de alguns loucos imprevidentes que dirigem povos da Terra.
A Paz, a verdadeira Paz, nasce primeiro do coração limpo do ser humano. E só Jesus Ecumênico pode purificar o coração da humanidade de todo ódio, porque Jesus é o Senhor da Paz. E Ele próprio afirma, como tantas vezes lembrou Alziro Zarur (1914-1979), o saudoso proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo: “Eu sou a Árvore, vós sois os ramos; sem mim nada podereis fazer. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie. Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo. Eu não vos deixarei órfãos. Novo Mandamento vos dou: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se vos amardes como Eu vos amei. Ninguém tem maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 15:5, 14:27 e 18, 13:34 e 35, 15:12 e 13; e Mateus, 28:20).
Outro paradigma
Deve haver um paradigma para a Paz. Quem? Os governantes do mundo?! Todavia, na era contemporânea, enquanto estes se põem a discuti-la, seus países progressivamente se armam! Tem sido assim a história da “civilização”. “Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?” (“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?”).
Que tal experimentar esse paradigma novíssimo?
Paz: obra pessoal de Jesus
Escreveu Zarur na 20a Chave Bíblica da Volta Triunfal do Chefe Supremo do planeta:“Nenhum homem, nenhum grupo forte, nenhum povo, nenhuma nação superpotência, comunista ou capitalista, poderá estabelecer a Paz na Terra. Isso é obra pessoal e intransferível de Jesus. Somente o Cristo tem poder — no Céu e na Terra — para realizar essa maravilha”.
Por isso, a Religião do Terceiro Milênio humildemente faz uma sugestão: a humanidade quer viver em Paz? Então, viva e inspire-se nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o Senhor da Paz, a ponto de dizer: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, porque estarei convosco, todos os dias, até o fim dos tempos” (Boa Nova, consoante João, 14:27 e 1; e Mateus, 28:20).
Ou seja, essa Paz existe; não é uma utopia. Negá-la é negar Jesus, menosprezar a civilização. Cumpre ao ser humano achá-la enquanto há tempo.
A Paz de Deus pode parecer aos derrotistas algo longínquo, de tão bela... Entretanto, eliminar esse fosso depende unicamente de nós. Não será por considerá-la distante que devamos deixar de buscá-la. Pelo contrário. Trabalhemos pela Paz já! São os grandes desafios os nossos maiores amigos, pois nos impedem de desistir da Vida. Eia, portanto, em frente, porque Deus Está Presente!
Todos estão profundamente preocupados com a selvageria que campeia na Terra, à cata de uma solução para pelo menos diminuir a violência, que saiu dos lugares ocultos, das madrugadas sombrias, ganhou as ruas e os lares, pois invadiu as mentes. Contudo, hoje cresce o entendimento de que, se há violência, não é só problema dos governos, das organizações policiais marcantemente; porém, um desafio para todos nós, sociedade. Se ela saiu da noite escura e se mostrou à luz do dia, é porque habita o íntimo das criaturas. Existindo nas Almas e nos corações, se fará presente onde estiver o ser humano. É preciso desativar os explosivos que perduram nos corações.
Sociedade Solidária Altruística Ecumênica
Debate-se em toda parte a brutalidade infrene, e fica-se cada vez mais perplexo por não se achar uma eficiente saída, apesar de tantas teses brilhantes. É que a resposta não está longe, e sim perto de nós: Deus, que não é uma ilusão. Paulo Apóstolo dizia: “Vós sois o Templo do Deus Vivo” (Primeira Epístola aos Coríntios, 3:16).
E João Evangelista, em sua Primeira Epístola, 4:8, asseverou que “Deus é Amor”.
Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, pelos milênios vem pacientemente nos ensinando e esperando que, por fim, aprendamos a viver em comunidade. Trata-se da perspectiva solidária e altruística nascida do coração Dele e firmada em Seu Mandamento Novo — “Amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho, segundo João, 13:34) —, a Lei da Solidariedade Espiritual e Humana, sem o que jamais este planeta conhecerá a justiça social verdadeira. Sem Amor Fraterno, nunca conheceremos a Paz.
Conforme escrevi em Reflexões da Alma (2003), a Paz desarmada jamais resultará apenas dos acordos políticos; todavia, igualmente, de uma profunda sublimação do espírito religioso. Como grandes feitos muitas vezes têm suas raízes em iniciativas simples, mas práticas e verdadeiras — de gente que, com toda a coragem, partiu da teoria para a ação, utilizando a força da autoridade de seus atos universalmente reconhecidos —, valhamo-nos deste ensinamento de Abraão Lincoln (1809-1865): “Quando pratico o Bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião”.
Ora, ninguém nunca poderá chamar o velho Abe de incréu.
O perigo é real
O risco de uma Terceira Guerra Mundial não é ilusório. A Paz quase que não tem passado de figura de retórica. Em grande parte da História humana, o período em que prevaleceu é ínfimo. Se é que já houve verdadeira Paz neste mundo... Somente na Alma de alguns bem-aventurados é que ela tem conseguido habitar. (...) Por isso, certamente, advertiu o papa João Paulo II (1920-2005), numa memorável alocução, na década de 1980, que “(...) o perigo é real.
A concórdia entre religiosos é a primeira a ser conquistada. A paz de consciência dos seres terrenos, gerada por uma nova postura universalista, ecumênica, porquanto altamente fraterna, propicia a paz social, a paz entre as instituições e a desejada Paz mundial, sob a proteção do Pai Celeste, o maior Diplomata da História deste planeta, não obstante nosso recorrente mau uso do livre-arbítrio. Para os que riem dessa realidade, uma pequena recordação do cético Voltaire (1694-1778): “Se Deus não existisse, precisaria ser inventado”.
Kennedy, Gorbachev e a Paz
Muitas nações não estão diretamente envolvidas nos conflitos armados que flagelam este orbe, mas todas sofrem a opressão do medo e/ou da miséria pela violência dos armamentos novos ou pelo desvio maciço de verba para a indústria da morte, em prejuízo da instrução, da educação, da espiritualização, da alimentação e da saúde dos povos. Portanto, a guerra nos afeta a todos nestes tempos de comunicação rápida e de temporais de informações, que ameaçam, com seus raios e trovoadas, dar curto-circuito nos cérebros. Daí a inclusão que faço, neste bate-papo despretensioso com vocês, deste pensamento de John Fitzgerald Kennedy (1917-1963): “Só as armas não bastam para guardar a Paz. Ela deve ser protegida pelos homens (...). A mera ausência de guerra não é Paz”.
Durante sua Palestra Nobel, na prefeitura de Oslo, Noruega, em 5 de junho de 1991, ao receber o Prêmio Nobel da Paz de 1990, o oitavo e último líder da ex-União Soviética, Mikhail Gorbachev (1931-2022), declarou: “A paz “propaga riqueza e justiça, que constituem a prosperidade das nações”; uma paz que é “apenas um descanso das guerras… não é digna desse nome”; paz implica “conselho geral”. Isso foi escrito há quase 200 anos por Vasiliy Fyodorovich Malinovsky — o reitor do Liceu de Tsarskoye Selo, no qual o grande Pushkin foi educado. Desde então, é claro, a história acrescentou muito ao conteúdo específico do conceito de paz. Nesta era nuclear também significa uma condição para a sobrevivência da raça humana. Mas a essência, entendida tanto pela sabedoria popular quanto pelos líderes intelectuais, é a mesma. (...) Nunca antes a ideia de que a paz é indivisível foi tão verdadeira como agora”.
A Terra só conhecerá a Paz quando viver o Amor Espiritual e souber reconhecer a Verdade Divina. No entanto, a Divina Verdade de um Deus que, como lembramos, é Amor. Não a de um ser brutal e vingativo, inventado pelos desatinos humanos.
Para edificar um mundo fraterno
Na revista Globalização do Amor Fraterno (em português, inglês, francês, esperanto, alemão, espanhol e italiano) — entregue pela Legião da Boa Vontade a chefes de Estado e às delegações presentes ao High-Level Segment 2007, na sede da ONU em Genebra, na Suíça —, apresento, de meu já citado livro Reflexões da Alma, um notável trecho extraído do preâmbulo da constituição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), aprovada em 16 de novembro de 1945, por considerar que outro caminho para a humanidade será o da destruição: “Se as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser construídos os baluartes da Paz”.
É essencial destacar as propostas e ações de real entendimento. Diferente rota para os povos será a do remédio amargo. Por isso mesmo, não percamos a Esperança. Perseveremos trabalhando “por um Brasil melhor e por uma humanidade mais feliz”. E não se trata de argumento simplório, mas, sim, da direção da vitória.
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* Exemplo de Bogotá — Na década de 1990, lideranças da capital colombiana implementaram medidas de urbanismo, educação e inclusão social. Como reflexo, diminuíram-se consideravelmente os índices de assassinato, de evasão escolar, de desemprego e até de suicídio.
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